LUTA E CONFIANÇA POR UM NOVO ANO MELHOR

«É com o PCP que os trabalhadores e o povo podem contar»

Como vem sendo habitual, o primeiro-ministro dirigiu uma mensagem de Natal ao País. Mais uma vez, na linha de propaganda a que o Governo já nos habituou, veio falar-nos dos «grandes êxitos» da governação, num país que não é o país que nós encontramos no dia-a-dia da vida dos trabalhadores e do povo: um País onde dois milhões de portugueses vivem abaixo do limiar de pobreza, dos quais trezentos mil são crianças; onde um milhão de reformados vivem com pensões de miséria. Um País de enormes contrastes sociais onde, no polo oposto, 19 grupos económicos acumulam trinta e dois milhões de euros de lucros por dia e onde, segundo dados recentemente divulgados pelo Banco de Portugal, a Banca teve, entre Outubro de 2023 e Setembro de 2024, o ano mais lucrativo de sempre, com seis mil e seiscentos milhões de euros de lucros.

O primeiro-ministro falou da necessidade de criar riqueza, mas o grande problema do País é a injusta distribuição da riqueza. Assim, do que o País precisa é de valorizar os salários e as pensões; responder aos problemas do Serviço Nacional de Saúde e da Escola Pública; garantir o investimento público; garantir o direito à habitação; travar as privatizações; combater a corrupção e a especulação; assegurar creches para as crianças que delas precisam.

Portanto, em vez do País de fantasia de que o primeiro-ministro falou, aquilo com que os trabalhadores e o povo se deparam é com uma realidade e um tempo cheio de inquietações. Uma realidade e um tempo marcados pela subida dos preços de bens e serviços essenciais, pelo acentuar das injustiças e desigualdades, em que soam os tambores da guerra, se agravam os problemas e os défices estruturais, se alimentam e estimulam projectos reaccionários com o deliberado objectivo de atacar o regime democrático e a Constituição, pôr em causa direitos e liberdades fundamentais.

Mas é também um tempo em que mais se faz sentir a necessidade da luta em defesa dos direitos, pela ruptura com esta política e pela concretização de uma política alternativa – patriótica e de esquerda –, que ponha Portugal numa rota de desenvolvimento, afirme os valores de Abril, a soberania nacional, a paz e o progresso social. Luta que se desenvolve nas empresas e locais de trabalho, em torno da acção reivindicativa por melhores salários, pelos direitos, por melhores condições de trabalho e de vida, pela resolução de problemas concretos e imediatos. Luta que é preciso intensificar, pela resposta aos problemas e por um novo rumo político nos trilhos de Abril.

Luta que se desenvolve também pela paz e contra a guerra. Luta que é preciso dinamizar, numa situação internacional de sérios perigos, com o multiplicar de tensões, conflitos e guerras em diferentes partes do mundo. Nesse sentido, é de grande significado e importância a manifestação «É urgente pôr fim à guerra! Todos juntos pela Paz», marcada pelo CPPC e outras organizações para o dia 18 de Janeiro em Lisboa, que requer, desde já, uma forte mobilização.

Também a acção nacional do PCP «Aumentar salários e pensões. Para uma vida melhor», que importa desenvolver, exige empenhada mobilização, com particular atenção à adequada preparação da jornada de 14 de Janeiro «100 acções para as 100 mil assinaturas».

Importa, por outro lado, ter presente a força, o impacto e a confiança emanada do XXII do PCP, um Congresso que, como é referido na Resolução Política aprovada, afirmou «a sua confiança na força e capacidade dos trabalhadores e do povo para enfrentar a realidade marcada pela crescente instabilidade e agravamento da situação internacional, e em que no país se adensam os projectos de intensificação de uma política ao serviço do capital monopolista e de promoção de concepções retrógradas e reaccionárias que ameaça direitos, condições de vida e a democracia».

Tempos difíceis, é certo, mas estes são também tempos para enfrentar o que aí está, com coragem, determinação e iniciativa, com a luta dos trabalhadores e do povo, com o papel determinante do PCP, condição imprescindível para resistir, avançar e vencer.

É com este sentido de determinação e confiança que partimos para o Novo Ano de 2025, que vai ser mais um ano de mobilização pela paz, pelo aumento dos salários e pensões,

pelo reforço do SNS e o acesso à saúde, à Escola Pública, à Habitação, pela concretização dos direitos dos pais e das crianças, como sublinhou o Secretário-Geral do PCP na sua mensagem de Ano Novo, frisando: «Não desistimos do País, há meios, gente séria e força bastante para levar por diante o País mais justo e a vida melhor a que temos direito, no caminho aberto pela Revolução de Abril.»