- Nº 2665 (2024/12/26)

Agora, com mais força, unidade e confiança, vamos à luta!

Opinião

Realizámos um grande Congresso! Num contexto bastante exigente, o colectivo partidário teve a capacidade de concretizar um amplo trabalho preparatório, o necessário balanço do trabalho realizado desde o anterior Congresso e de afinar as orientações para o futuro próximo. Reafirmámos as conclusões da Conferência Nacional e a necessidade de aprofundar a ligação aos problemas concretos, às populações e aos trabalhadores. O projecto comunista foi reafirmado como uma necessidade do nosso tempo.

Perante uma poderosa ofensiva contra o Partido, que persiste de forma continuada e que vai acumulando os seus impactos, foi dada uma resposta firme e corajosa que precisamos de valorizar muito. Na tribuna do Congresso, passaram muitos exemplos que confirmam a ampla e diversificada iniciativa das organizações do Partido, da luta da juventude, das populações, dos trabalhadores. Estiveram presentes os êxitos alcançados mas também as dificuldades e as exigências. E sabemos que também é necessária coragem para reconhecer os problemas e os aspectos a melhorar.

A unidade expressa nas intervenções e nas votações tem um enorme significado e confronta a ofensiva política e ideológica. Um elemento importante do Congresso foi o contributo que deu para uma melhor compreensão das circunstâncias em que o Partido é chamado a intervir e a linha de resistência, intervenção e avanço que se impõe desenvolver.

O reforço da organização partidária, com a responsabilização de mais camaradas, a criação e dinamização de células de empresa e o recrutamento de novos camaradas será determinante. No Congresso foi informado da responsabilização de mais de mil novos camaradas desde a Conferência. Mais de 20% dos delegados aderiram ao Partido desde o congresso anterior, em 2020, o que é revelador do papel determinante que novos camaradas assumem no trabalho do Partido e da importância da audácia que é necessário continuar a ter. O Congresso lançou um movimento geral de reforço da organização, de reforço de direcção e estruturação, articulado com a responsabilização de quadros, o recrutamento, a preparação política e ideológica, a militância, os meios de propaganda, a imprensa, a independência financeira, que precisamos levar o mais longe possível.

No Congresso não se procuraram “atalhos” ou soluções rápidas que não existem. A alternativa política necessária - patriótica e de esquerda - e o caminho da sua construção, assente no reforço do Partido, na sua organização e influência política, social e eleitoral, a par com o desenvolvimento da luta de massas e a convergência de democratas e patriotas, ficou mais clara.

Terminado o Congresso, o que temos pela frente não se prevê simples. A ofensiva não vai abrandar. Os problemas do País e do mundo não foram embora, pelo contrário. O Governo PSD/CDS, com a cumplicidade efectiva de Chega e IL, e o demissionismo do PS, protagoniza uma política de ataque aos serviços públicos, de que o SNS é um exemplo claro, prepara novas privatizações, anima concepções securitárias, agrava as injustiças e a submissão nacional, como se vê pela afirmação do primeiro-ministro de que Portugal precisa aumentar a despesa na indústria da guerra para mais de 2% do PIB, em linha com as recentes afirmações do Secretário-Geral da NATO nas quais este defendeu cortes em despesas sociais para permitir o aumento de gastos em armamento.

Sem surpresa, aquilo que efectivamente o Congresso foi é muito diferente daquilo que a comunicação social dominante transmitiu. Procuraram apoucar o Partido, mas não conseguiram esconder a dimensão e a determinação que emanaram do Congresso.

Saímos do Congresso com muita confiança mas também com responsabilidades acrescidas. O Congresso contribuiu para colocar o Partido no centro da luta e da resposta às políticas de direita e aos projectos reaccionários. Aprofundar este papel é um imperativo que se coloca e que dependerá da capacidade que viermos a ter para concretizar as orientações aprovadas sem adiar a ida para o terreno e a concretização das medidas necessárias, com arrojo e persistência. Levar mais longe a Acção Nacional “Aumentar Salários e Pensões por uma vida melhor”, desde logo com a jornada de 14 de Janeiro, o empenhamento na manifestação “É urgente pôr fim à guerra! Todos pela Paz!” em Lisboa a 18 de Janeiro, a contribuição para a dinamização da luta dos trabalhadores e das populações por esse país fora, a afirmação da CDU e do seu projecto distintivo, são algumas das tarefas que não podem esperar.

 

Belmiro Magalhães