1757 – Nasce William Blake

“Em toda a revolta do Homem que chora, / Na Criança que grita o pavor que sente, / Em todas as vozes na proibição da hora, / Escuto o som das algemas da mente.” Os versos de “Canções da Experiência” podem ser o cartão-de-visita do poeta, pintor e gravador inglês William Blake, considerado louco pelos seus contemporâneos. As suas “obras proféticas” no âmbito da pintura e da poesia, caracterizadas como “pré-românticas”, destacam-se pela expressividade e criatividade. Blake foi influenciado pelos ideais das Revoluções Francesa e Americana, e por pensadores como o cientista e filósofo sueco Emanuel Swedenborg, e o activista político britânico Thomas Paine, um dos Pais Fundadores dos Estados Unidos da América. A singularidade do trabalho de Blake torna-o difícil de classificar. William Michael Rossetti, crítico literário do século XIX, caracteriza-o como um “homem que não foi superado por predecessores”. Radical e rebelde num período de terror político e opressão, Blake é uma inspiração para artistas, músicos e poetas de todo o mundo. “Ver o mundo num grão de areia, / E o céu numa flor do campo, / É ter o Infinito na palma da mão / E a Eternidade numa hora”, versos iniciais do “Auguries of Innocence”, permanecem como um expoente do seu génio.