Depois de uma intensa fase preparatória, o XXII Congresso do PCP constituiu uma grande realização do Partido e um exaltante momento na sua afirmação, emanando a força, confiança e alegria do colectivo partidário e traduzindo um forte impulso na linha de resistência, intervenção e avanço que o PCP vai prosseguir.
Foi, de facto, uma poderosa resposta às exigências da situação que vivemos e às necessidades de afirmação do ideal, projecto e programa do PCP, Partido profundamente ligado à vida e à realidade concreta dos trabalhadores, do povo e do País.
Ao longo dos três dias de Congresso, ali estiveram: a análise da evolução da situação internacional e nacional; o alargamento da compreensão do quadro em que o PCP intervém e a dimensão da ofensiva com que se defronta; a identificação das dificuldades que se impõe superar; as decisões tomadas para reforçar o Partido e relançá-lo na tomada da iniciativa; a afinação da táctica e reafirmação da estratégia; a definição da alternativa patriótica e de esquerda como tarefa central colocada aos democratas, aos trabalhadores, ao povo e à juventude; a reafirmação da identidade comunista; a aprovação da Resolução Política e eleição de um novo Comité Central.
No Congresso esteve presente o País real, o País devastado por décadas de política de direita que o Governo PSD/CDS todos os dias agrava.Uma política ao serviço do grande capital, contra a qual os trabalhadores não desistem de lutar, com a consciência de que é essencial derrotá-la, romper com as suas orientações e acção destruidora e abrir caminho a uma política alternativa – a política patriótica e de esquerda –que cumpra a Constituição e promovao desenvolvimento, a paz e o progresso social. Ali ouvimos falar das lutas, de todas as lutas travadas nos últimos tempos, de norte a sul do País, e contadas pelos que foram os seus protagonistas – os trabalhadores, o povo, a juventude – e que ali garantiram que essa luta vai continuar.
Em resumo, um Congresso assim construído só poderia ser o que este foi: a expressão concludente da força da militância nascida de uma elevada consciência de classe, política e partidária; a afirmação inequívoca da identidade comunista do PCP e a firme determinação de prosseguir o caminho traçado no cumprimento do seu papel; a confiança e demonstração prática que os trabalhadores e o povo podem contar com o PCP, em todos os momentos e circunstâncias, por mais difíceis que sejam. E de que é possível uma vida melhor num Portugal com futuro.
Como sublinhou o Secretário-Geral do PCP, «quem desejava um Partido condenado, encontrou aqui, e vai encontrar amanhã, nas empresas e locais de trabalho, nas ruas e nos bairros, nos centros de saúde, nas escolas, nas universidades, nos centros de investigação, nas associações, vai encontrar em todos os locais onde pulsa a vida, a Força de Abril a tomar a iniciativa, com os trabalhadores e o povo, com os olhos postos na construção da Democracia e do Socialismo».
Bem podem os comentadores e analistas de serviço na comunicação social dominantetentar diminuir e desvalorizar o Congresso, fingindo não ter visto o que lá se passou e escrevendo e falando sobre o que lá não se passou - e ridicularizar-se no recurso à estafada cassete do «declínio irreversível do PCP». A verdade é que não conseguiram esconder a unidade, a força, a determinação e a confiança que este Congresso espelhou e projectou.
Realizado o Congresso, importa agora levar à prática as orientações, a Resolução Política que ele aprovou. Dar resposta aos problemas dos trabalhadores e do povo, estimular a sua luta, tomar medidas para dinamizar a sua iniciativa, intervenção e reforço, e alargar a unidade com democratas e patriotas na luta comum por um Portugal com futuro.
É por isso de grande importância continuar a levar para a frente a acção nacional «Aumentar salários e pensões, por uma vida melhor», com destaque para a jornada «100 acções para as 100 mil assinaturas», programada para 14 de Janeiro do próximo ano;defender os serviços públicos, com particular destaque ao SNS; mobilizar para a manifestação nacional da paz a 18 de Janeiro em Lisboa; preparar a manifestação do Dia Internacional da Mulher a 8 de Março; desenvolver as comemorações do centenário de Carlos Paredes e do V Centenário de Luís de Camões; desenvolver a intervenção local e a preparação das eleições autárquicas; dinamizar a intervenção junto da juventude e a preparação do Congresso da JCP a 17 e 18 de Maio.
Como afirmou o Secretário-Geral do PCP no final do Congresso, «quem esperava conformismo, encontrou aqui a luta que lhes faz frente, encontrou a esperança de Abril e a força de Maio e uma inabalável confiança nos trabalhadores, no povo e na juventude. O PCP cá está a desmentir, e acima de tudo pronto a enfrentare a derrotar todos quantos gostariam que o Partido se vergasse ao poder e interesses do grande capital».
Cumprindo, como sempre, o seu papel, na luta por Abril, pela Democracia e o Socialismo.