- Nº 2661 (2024/11/28)

Deter a escalada de guerra do imperialismo, defender o diálogo e a paz

Internacional

A decisão de Biden de utilizar mísseis norte-americanos para, a partir da Ucrânia, atacar território da Rússia, constitui mais um perigosíssimo passo na escalada de guerra, colocando os EUA no confronto directo com a Federação Russa. A resposta de Moscovo não se fez tardar, com o lançamento de um novo míssil balístico hipersónico de alcance intermédio.

Se dúvidas houvesse sobre a natureza, responsabilidades e propósitos belicistas da actual administração norte-americana, que em breve cessará funções, as decisões relativas ao conflito no Leste da Europa, assumidas depois de conhecidos os resultados das recentes eleições nos EUA, encarregam-se mais uma vez de as dissipar: após anos a instigar e a alimentar a guerra na Ucrânia e a promover o seu prolongamento e cada vez maior agravamento, a administração Joseph Biden/Kamala Harris deu recentemente um novo e perigosíssimo passo, de consequências imprevisíveis, ao decidir a utilização de mísseis norte-americanos para atacar a Rússia, a partir da Ucrânia.

No domingo, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, sublinhou que a Rússia se vê obrigada a responder a uma «escalada sem precedentes» que é provocada, em primeiro lugar, pela administração cessante dos EUA. No dia 21, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou que as forças armadas lançaram um ataque combinado contra uma instalação do complexo militar industrial ucraniano em resposta aos ataques com misseis norte-americanos e britânicos contra a Rússia. A acção contra a fábrica militar Yuzhmash, situada na cidade ucraniana de Dniepropetrovsk, foi realizada com um novo míssil balístico hipersónico desnuclearizado, designado «Oreshnik».

Na consideração das autoridades russas, os ataques contra o seu território com mísseis “Ocidentais” mudaram a natureza do conflito na Ucrânia, dando-lhe características globais. Com a decisão de utilizar mísseis de longo alcance contra território russo, insistiu Putin, os EUA e os seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) continuam a sua via de escalada da guerra, explicando que «é impossível utilizar tais armas sem a participação directa de especialistas militares dos países que os produzem». O chefe de Estado russo voltou a afirmar que o seu país está preparado para qualquer desenvolvimento dos acontecimentos, embora prefira resolver os conflitos por meios pacíficos.

China pede moderação perante nova escalada
A China instou à moderação e ao diálogo perante a escalada de tensões no conflito. Um porta-voz do governo chinês afirmou que, na situação actual, todas as partes devem manter a calma e a contenção, promovendo o diálogo e a negociação para reduzir os riscos estratégicos. O diplomata chinês reiterou o posicionamento de Pequim em relação à Ucrânia, o seu compromisso com a promoção de uma solução política para a crise e o seu papel construtivo para facilitar a paz.

OTSC debate decisão dos EUA
Os líderes da Organização do Tratado de Segurança Colectiva (OTSC) vão debater na cimeira de Astana, que decorrerá no dia 28 na capital cazaque, a decisão dos EUA e de outras potências ocidentais de atacar a Rússia com mísseis.

Na sessão do Conselho de Segurança Colectiva, o mais alto nível no plano da OTSC, será discutida a questão, que afecta os países membros. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, realiza na véspera uma visita de Estado ao Cazaquistão. Os dois países estão ligados por um acordo relativo a apoio mútuo em caso de agressão.

A OTSC integra a Arménia, a Bielorrússia, o Cazaquistão, o Quirguistão, a Rússia e o Tajiquistão.