«Casas do Partido» para o reforço da actividade militante e ligação às massas
O Avante! foi ao contacto com camaradas de diversas regiões do País, e inicia hoje a publicação de elementos referentes a Centros de Trabalho onde, com dedicação, militância e alegria, se torna realidade a ideia de que cada um destes espaços é, verdadeiramente, uma «casa do Partido».
Os CT devem ser espaços «de apoio à acção do Partido e de ligação e comunicação junto das comunidades»
Os Centros de Trabalho (CT), espalhados por todo o País, são o rosto do Partido na comunidade onde estão inseridos, com a bandeira vermelha com a foice e o martelo, a placa com a sigla «PCP», as faixas na fachada do edifício, os camaradas e amigos a entrar e a sair, as bancas à porta…
São, também, para muitos, o primeiro contacto com o Partido, desde a compra da EP, do Avante! ou d’O Militante, à ida a um convívio, almoço, ou à primeira reunião no PCP ou na JCP.
E são, claro, pela sua inserção em cada localidade, e pelas próprias características do Partido, um elemento fundamental na ligação aos jovens, aos trabalhadores ou ao povo – na realização de debates, sessões, exposições ou, até, com a simples visualização de jogos de futebol.
Actividades que, pela sua natureza, levam à participação de pessoas que não são membros do Partido e que, portanto, exigem iniciativas abertas e espaços condignos, com condições de trabalho e convívio, arranjados, dinâmicos e a funcionar efectivamente.
São características que levam cada vez mais camaradas a pensar em formas e medidas de melhoramento dos CT e aproveitamento das suas potencialidades, passando por acções como campanhas de recolha de fundos para a realização de obras ou a manutenção de um espaço de refeições.
Todas estas são medidas que ajudam a criar condições para o aprofundamentodo contacto com trabalhadores e populações, tal como apontam as Teses para o XXII Congresso, que definem como essencial a garantia da actividade dos CT enquanto «espaços dinâmicos de apoio à acção do Partido e de ligação e comunicação junto das comunidades onde estão inseridos».
Medidas semelhantes foram já tomadas no passado, de que é exemplo a campanha de recolha de fundos para a aquisição do edifício do actual CT Vitória(Lisboa), em 1984.
Também o aproveitamento do património de cada espaço é uma preocupação do Partido, como é o caso do mural de azulejos na fachada da sede da Soeiro Pereira Gomes (que possui uma placa informativa para qualquer transeunte poder ler e é alvo de visitas frequentes), ou do CT da Covilhã, cujo edifício – a histórica Casa das Morgadas – integra o Festival da Cherovia.
Espaços de reflexão, convívio e luta
No CT de Coimbra, os camaradas dinamizam, desde 2022, o Espaço 25, com debates, exposições, peças de teatro, actuações musicais, conversas ou oficinas de arte popular. Aqui, dezenas de artistas plásticos, escritores, artesãos ou fotógrafos encontram uma «casa» para expor, ensinar e dinamizar actividades, num pólo de afirmação da cultura como pilar da democracia.
Também neste CT abriu, em 2019, uma biblioteca, com milhares de livros, publicações periódicas e outros documentos, devidamente catalogados e arrumados.
Na Madeira, o CT do Funchal é cada vez mais um espaço onde se conjuga a militância com o convívio, com exposições, debates e, claro, actividade partidária.
As instalações do CT são ponto de encontro de vários camaradas e amigos, que se juntam em almoços, jantares e, até, campeonatos de cartas, sendo, referem os camaradas, comum ouvir-se pessoas a dizer «vamos ao Partido tomar um café?». No edifício funciona, também, a Galeria Anjos Teixeira, com iniciativas políticas e culturais.
O CT de Faro é exemplo de trabalho e convívio: aberto todos os dias úteis, tem, no rés-do-chão, um espaço amplo com um bar e uma cozinha (que serve de apoio a refeições), onde se realiza, semanalmente, o «jantar dos reformados», com discussão política e declamação de poesia popular.
É aqui que se realizam, todos os anos, várias outras iniciativas, comoa Feira do Livro Novo e Usado, em Dezembro, a exposição política que a região leva à Festa do Avante!, ou jantares nos Santos Populares e no Natal.
Os camaradas farenses informam, ainda, que todo o edifício foi pintado há poucos anos, e que foram realizadas obras de restauro dos frisos e escadas das açoteias, estando a ser preparada a pintura do corredor da entrada e a limpeza da cave de arrumos.
Em Portalegre, o CT acolhe, mensalmente, um almoço com camaradas e amigos, com o objectivo de, cumprindo as conclusões da Conferência Nacional de 2022 do Partido, trazer mais pessoas ao CT, comunistas epessoas sem filiação partidária.
Passado mais de um ano, o balanço da decisão é positivo, tendo-se conseguido alargar a participação nos almoços, manter a sua regularidade e despertando ainda mais interesse para uma iniciativa que junta militantes e amigos.
Os camaradas do Litoral Alentejano referem que um exemplo a destacar é o CT de Grândola, aberto todos os dias com um bar, onde se realizam frequentemente convívios, assim como almoços com militantes e amigos. É ainda comum a realização de almoços com camaradas de outros pontos do País.
Na região, o destaque é também dado aos CT de Sines e Alcácer do Sal (que abrem todos os dias, com momentos de convívio entre camaradas) e ao de São Teotónio, Odemira, onde, todas as sextas-feiras, são vendidas filhoses (havendo, inclusive, pessoas que vão de propósito a este CT para as poder comer).
Em Guimarães, realizaram-se obras de manutenção na entrada do CT (em cuja frontaria foi pintada a sigla do Partido) e no espaço do bar, que passou a estar aberto todas as sextas-feiras à noite
No CT de Famalicão, os camaradas têm procurado aproveitar os diversos eventos realizados na área circundante (nomeadamente a principal feira do concelho), para a afirmação do Partido junto da população. Aqui, foi realizado um investimento na frontaria do edifício, com a colocação do símbolo do PCP, que se ilumina todas as noites.
Já em Braga, o CT (adquirido após uma campanha de recolha de fundos, em 2016) foi alvo, durante o verão, de uma profunda jornada de limpeza do exterior do edifício, onde se têm mantido afixados cartazes de propaganda política.
No distrito do Porto, os camaradas dão o exemplo do CT de Vila Nova de Gaia, que mudou, há cerca de 10 anos, de instalações, e onde foram realizadas, em 2020, obras de melhoramento do espaço exterior, para a realização de convívios e outras iniciativas. Neste espaço, referem, é de destacar a realização do Arraial de São João, importante momento de envolvimento do Partido com a comunidade, bem como diversos outros convívios, como a Noite de Fados ou a Noite da Francesinha. Em 2023, o CT acolheu, ainda, uma exposição sobre a vida e obra de Adriano Correia de Oliveira.
Em Leiria foi inaugurado, em Maio, o CT de Alcobaça.
No distrito de Santarém,os camaradas dão três exemplos onde se tomaram medidas para o incremento da dinamização e capacidade de ligação às massas.
Em Torres Novas, decidiu-se que o CT deveria passar a ser aberto regularmente e organizou-se, na entrada do espaço, uma sala de convívio onde são dinamizados, todos os meses, almoços com militantes e amigos.
No CT de Samora Correia, depois de obras, a organização da freguesia passou a assegurar a sua abertura diária, com turnos distribuídos pelos militantes. Criou-se, também, um bar, que serve de apoio a iniciativas de convívio e onde se visualizam jogos de futebol todos os fins-de-semana. Nas últimas quintas-feiras de cada mês, informam os camaradas, é dinamizado, também, um almoço-convívio.
Actualmente em processo de obras, o CT de Benavente passará a contar, quando estas terminarem, com uma sala de convívio aberta diariamente, bem como com mais espaço para trabalho e reuniões.
Na região de Aveiro, os camaradas dão o exemplo dos CT de São João da Madeira e de Santa Maria da Feira, onde se tem mantido uma dinâmica de convívios regulares (almoços e jantares), por norma precedidos de plenários de militantes.
Já no CT de Ovar, além de idênticos convívios, referem a importância das acções por altura do Carnaval, que se consagram como as iniciativas do Partido mais participadas na cidade.
No Alto Minho, voltou a abrir, este ano, durante as Festas d’Agonia, o Centro de Trabalho de Viana do Castelo. Localizado numa das principais ruas da cidade, com intenso movimento no decorrer desta que é a maior romaria do País, o espaço acolheu um bar com petiscos que, afirmam os camaradas, permitiu envolver e responsabilizar vários militantes. Realizou-se uma exposição sobre os 50 anos do 25 de Abril, e perspectiva-se voltar a acolher uma feira de Natal.
No CT de Caminha, os camaradas identificaram uma insuficiência no espaço – a sua actividade tem-se resumido, essencialmente, a reuniões. Assim, tomaram-se medidas, estando a decorrer uma campanha de fundos para a realização de obras que permitam que se tenha um espaço preparado para iniciativas abertas à população.
Por fim, informam, em Ponte de Lima conseguiu-se que o CT esteja aberto diariamente todas as tardes, a partir da disponibilidade de um camarada reformado.
Todos estes são verdadeiros exemplos de como cada CT – esteja numa capital de distrito com centenas de milhares de pessoas ou numa localidade com menos habitantes – tem de ser, em cada comunidade, um elemento fundamental para a actividade partidária e de ligação com as massas.