«O que a CML decidiu retirar na Carris para o Websummit daria para uma actualização salarial, este ano, em mais de 109 euros para cada trabalhador.» A denúncia é do Sindicato dos Trabalhadores dos Transportes Rodoviários e Urbanos de Portugal (STRUP), em comunicado de dia 28 a propósito da decisão da maioria de direita da Câmara Municipal de Lisboa anunciada, na discussão do orçamento para 2025, de «atribuição de 4 milhões de euros para o Websummit, ao mesmo tempo que foi retirado este valor do investimento para a Carris».
Apesar da “desculpa” de que esse investimento será coberto com fundos europeus – com o sindicato a questionar se será mesmo assim –, o que é inegável é que se trata de «uma transferência inadmissível, de investimento na Carris e nos seus trabalhadores, directamente para um evento de natureza privada». O STRUP garante que continuará a exigir «respeito e reconhecimento» dos trabalhadores da empresa rodoviária já no processo de negociação do Acordo de Empresa.
A proposta negocial sindical versará sobre quatro questões centrais: aumento real dos salários, de 15 por cento, no mínimo de 150 euros para cada trabalhador; evolução para 35 horas e consideração do pagamento extraordinário das deslocações; criação de um subsídio compensatório para os trabalhadores dos sectores fixos; aumento do subsídio de refeição para 15 euros.