- Nº 2654 (2024/10/10)

Força de Abril. Tomar a iniciativa com os trabalhadores e o povo. Democracia e Socialismo

Opinião

Depois de debatidas e aprovadas, pelo Comité Central, e após a sua publicação no Avante! de 26 de Setembro, as Teses – Projecto de Resolução Política encontram-se em discussão por todo o colectivo partidário.

No momento em que escrevemos estas linhas, já se realizaram as primeiras reuniões de discussão do documento. Até ao final de Novembro, assim será, com a realização das Assembleias Plenárias para discussão do documento e com a eleição de delegados ao XXII Congresso do PCP, que se realiza a 13, 14 e 15 de Dezembro no Complexo Municipal dos Desportos, em Almada.

No processo agora iniciado coloca-se desde já a necessidade de todos e de cada um encontrarem o tempo necessário para a leitura, apreensão e contribuição que se pretende o mais alargada possível. A marcação e convocação das reuniões de discussão deve merecer a máxima atenção, procurando assim levar esta discussão a todos os militantes do Partido. Este é um trabalho que tem de ser encarado como uma prioridade de todo o colectivo partidário, que exige planificação, olhando para o calendário geral de forma integrada. Não fechamos para Congresso. O Partido tem de responder a esta tarefa, mas também tem de continuar a cumprir o seu papel.

O quadro, sendo exigente, também comporta grandes potencialidades. Por um lado, teremos de continuar a dar a resposta necessária aos problemas com que o País, os trabalhadores e o povo estão confrontados, por outro o Congresso será uma grande oportunidade não só para afirmar o Partido, seu ideal e projecto, como também para o seu reforço.

A par do acompanhamento da situação política e social, dos problemas dos trabalhadores e das populações, da dinamização da luta, da resposta que teremos de continuar a dar – com um conjunto de acções e lutas, algumas delas já calendarizadas – nestas muitas reuniões de discussão e preparação do Congresso, nos milhares de contactos que iremos realizar com os membros do Partido, as mesmas devem ser pensadas como um momento para aprofundar o debate, estimular a reflexão e contribuição, aprofundar a concretização das medidas de funcionamento e de reforço do Partido, nomeadamente nas questões de direcção, responsabilização de quadros, recrutamento e integração dos novos militantes, o reforço da organização e intervenção do Partido nas empresas e locais de trabalho, o fortalecimento das organizações unitárias de massas, a difusão da imprensa do Partido, particularmente o Avante! e O Militante, a independência financeira do Partido, dando particular atenção às quotas.

A preparação destas reuniões, a interligação de todas estas tarefas, exigem uma adequada atenção, planificação e discussão por parte das Organizações do Partido. Implica que para além do geral, se aprofunde a situação de cada um. Que tarefas pode assumir, como elevar o seu compromisso militante, a sua participação, começando desde já na acção lançada no passado dia 26 de Setembro «Aumentar salários e pensões, para uma vida melhor». Nalguns casos até estaremos a falar, a tratar, com camaradas que, tendo aderido recentemente ao Partido, será a primeira vez que se vêem envolvidos em tamanho processo. Para estes, esta deve ser encarada como uma oportunidade para conhecerem melhor o Partido, o seu funcionamento, os seus princípios, o seu ideal e projecto. Será o momento para comprovarem que a sua voz, a sua opinião, as suas contribuições, as suas experiências contam.

Um imenso processo de construção colectiva
Dizemos que a preparação e realização de um Congresso do PCP, não encontra paralelo em qualquer outro partido político nacional. Mais uma vez, todo o colectivo partidário será chamado a participar neste imenso processo de construção colectiva. Também neste aspecto, fica demonstrado que o PCP é um Partido diferente de todos os outros.

Os seus Congressos não começam nem acabam naqueles três dias. Antes pelo contrário!

A participação militante, activa, intensa e criadora na definição das orientações e linhas de acção e intervenção por parte de todo o colectivo partidário é um vigoroso exemplo de funcionamento democrático.

 

Rui Braga