Na sequência das declarações do presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Carlos Moedas, na cerimónia de comemoração da Revolução Republicana de 5 de Outubro de 1910, os vereadores do PCP, João Ferreira e Ana Jara, solicitaram esclarecimentos relativamente à retirada de pessoas em situação de sem abrigo da zona envolvente à Igreja dos Anjos, em Arroios.
No requerimento apresentado pelos comunistas – e segundo relatos colhidos junto dos visados – refere-se que aquelas pessoas terão perdido todos os seus pertences, com excepção da roupa que vestiam; uma delas terá mesmo perdido a bicicleta que usava para ir trabalhar; que foram colocadas em camaratas que alojam dezenas de pessoas, sem as condições necessárias, sem duche e sem divisão de género.
«Outras pessoas em situação de sem abrigo que se encontravam junto à Igreja dos Anjos continuam na rua, incluindo nas imediações da Igreja», informam os vereadores do PCP, que querem saber, por exemplo, «quantas pessoas se encontravam a viver na rua junto à Igreja dos Anjos no momento da Intervenção da CML, no dia 4 de Outubro de 2024» e «o que acontecerá às pessoas agora alojadas daqui a um mês».
Interrogaram ainda Carlos Moedas «de que forma se enquadra esta intervenção na estratégia definida no Plano Municipal para as Pessoas em Situação de Sem Abrigo, recentemente aprovado» e «que instituições foram envolvidas nesta intervenção e que responsabilidades foram assumidas por cada uma delas».