- Nº 2654 (2024/10/10)

Israel intensifica guerra contra Palestina e Líbano

Em Destaque

Israel prossegue a sua guerra genocida contra o povo palestiniano na Faixa de Gaza e na Cisjordânia, intensifica os brutais ataques aéreos contra o Líbano e, neste país, tenta avançar com uma invasão terrestre. Ao mesmo tempo, com total impunidade, o governo de extrema-direita em Telavive, apoiado pelos EUA e aliados, continua a agredir a Síria, o Iémen e o Iraque e a ameaçar o Irão.

As forças armadas israelitas reforçaram os meios militares para a operação de invasão do Líbano. Confirmam-se, assim, as dificuldades que as tropas invasoras têm encontrado nos combates contra a resistência libanesa.

O governo israelita, que inclui ministros abertamente sionistas, lançou as suas tropas contra o país vizinho com o objectivo declarado de derrotar o Hezbollah e outras forças da resistência libanesa, cujos responsáveis prometem uma resposta contundente à agressão.

Segundo as autoridades do Líbano, mais de duas mil pessoas foram mortas e quase 10 mil foram feridas no país desde o início da agressão israelita.

Nos últimos dias, forças israelitas levaram a cabo extensos bombardeamentos contra diferentes regiões do Líbano, incluindo o populoso bairro de Dahieh, no sul de Beirute.

Estima-se que, desde o começo de Outubro, mais de um milhão de libaneses palestinianos e refugiados sírios tenham fugido dos seus lares para escapar às vagas de ataques indiscriminados israelitas contra a população.

Campos de refugiados bombardeados em Gaza
Prosseguindo a sua guerra genocida com novos massacres, tropas israelitas mataram dezenas de palestinianos, em bombardeamentos contra os campos de refugiados de Bureij e Nuseirat, localizados no centro da Faixa de Gaza.

As forças ocupantes desencadearam na semana passada mais uma agressiva operação terrestre contra o norte do território palestiniano, depois de terem ordenado a evacuação forçada da população de diversas zonas.

Televisões regionais qualificaram de «um inferno» a situação no campo de refugiados de Jabalia, devido aos ataques israelitas, com milhares de civis a fugir para sul, a única rota de escape aberta após o cerco militar israelita. Porém, também nessa zona da Faixa de Gaza pouco ou nada permanece de pé, não havendo por isso as mínimas condições para acolher mais estes deslocados.

Mais de 11 mil presos na Cisjordânia num ano
As forças ocupantes israelitas prenderam nos últimos 12 meses mais de 11 mil palestinianos na Cisjordânia, que está sob ocupação israelita.

Em Ramala, a Associação de Prisioneiros e a Autoridade de Assuntos de Prisioneiros e Ex-prisioneiros precisaram que nos últimos dias foram detidos mais 15 pessoas, nas regiões de Hebron, Belém, Tulkarem e Tubas.

As duas organizações denunciaram, uma vez mais, os sistemáticos ataques das forças israelitas nos territórios palestinianos, que incluem assaltos a residências, destruição de infra-estruturas e assassinatos selectivos.

Segundo dados oficiais, desde há um ano, pelo menos 741 palestinianos perderam a vida em resultado de ataques da polícia, do exército e de colonos israelitas na Cisjordânia.

«Trágico custo» da agressão israelita
O alto comissário das Nações Unidas para os refugiados afirmou que é urgente estender o apoio internacional ao Líbano, de onde alertou para as trágicas consequências da agressão israelita em curso.

O diplomata, que viajou para o Líbano tendo em vista promover o auxílio às populações civis, pediu o imediato cessar-fogo e assegurou que centenas de milhares de pessoas ficaram sem habitação nos últimos dias. «Hoje, fui testemunha do trágico custo que esta guerra está a ter para comunidades inteiras», declarou o chefe da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR). O direito internacional humanitário deve respeitar-se e não pode ser ignorado, acentuou, alertando que, no Líbano, milhares de famílias, incluindo crianças, estão a viver ao ar livre.