- Nº 2654 (2024/10/10)

Por todo o País soa um clamor: «Palestina livre! Paz no Médio Oriente»

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«Palestina livre! Paz no Médio Oriente!» é o mote da jornada nacional de solidariedade que desde o dia 2, e até ao próximo sábado, 12, leva às ruas de 19 localidades do País as exigências de um cessar-fogo imediato e permanente, do fim da ocupação e da criação do Estado da Palestina nas fronteiras anteriores a Junho de 1967. Entretanto, o massacre continua na Faixa de Gaza e estende-se à Cisjordânia e ao Líbano.

Num encontro de cortesia com a embaixadora da Palestina em Portugal, Rawan Sulaiman, no dia 3, o Secretário-Geral do PCP transmitiu a solidariedade dos comunistas portugueses para com a justa causa nacional do povo palestiniano e o compromisso do PCP em continuar a exigir que Portugal reconheça o Estado da Palestina de acordo com as resoluções da ONU

A jornada nacional de solidariedade, convocada pelo CPPC, a CGTP-IN, o MPPM e o Projecto Ruído – Associação Juvenil, culmina no sábado, 12, com um desfile em Lisboa – da Praça do Martim Moniz à Praça do Município, com início marcado para as 15h00. Também no sábado à uma acção em Vila Real, e, antes, no Funchal, em Castelo Branco, em Faro, em Sines – dia 11 – e, no dia 10, em Espinho e em Braga.

A jornada arrancou no dia 2, em Coimbra, com centenas de pessoas a enfrentarem a chuva para denunciar os crimes cometidos por Israel contra os povos palestiniano, libanês, sírio, iraniano e iemenita e exigir o fim do massacre e da escalada de guerra no Médio Oriente. Seguiu-se, no dia 3, Portalegre e Setúbal. No Norte Alentejano realizou-se um desfile entre a Praça da República e o Rossio, onde foi pintada uma faixa por David Chaves e Ana Gama, que também leu poemas juntamente com Susana Teixeira, e ouvidas as intervenções da União de Sindicatos e do CPPC. Na cidade do Sado, centenas de pessoas concentraram-se na Praça do Bocage para exigir a paz no Médio Oriente e o fim do genocídio. Para além das intervenções de representantes do Projecto Ruído, do CPPC e do MPPM, houve a participação solidária das Vozes da União.

No dia 4, em Alpiarça, foram colocadas bandeiras da Palestina no jardim onde dezenas de pessoas se concentraram e reafirmaram a urgência de se cumprir o direito internacional. No mesmo dia, mas na Covilhã, um desfile uniu o Jardim Público ao Pelourinho, ao som de «Palestina Vencerá!» e «Paz sim! Guerra Não!». Intervieram representantes do CPPC, da URAP, do MPPM e da União de Sindicatos de Castelo Branco. No sábado, 5 de Outubro, o grupo de bombos Girassol Azul animou o desfile pelas ruas de Viseu, que culminou no Rossio, onde interveio uma representante do CPPC.

Por todo o País
Mesmo com chuva, centenas de pessoas saíram à rua no domingo, 6, num desfile que uniu a Praça dos Poveiros e a Praceta da Palestina, no Porto. Foi uma manifestação combativa, na qual ecoaram vozes determinadas – contra o genocídio na Faixa de Gaza e o aumento da violência contra os palestinianos na Cisjordânia; pelo fim dos ataques no Líbano; pela criação do Estado da Palestina.

Estas e outras reivindicações foram expressas também pelas vozes dos representantes das organizações promotoras: o Projecto Ruído, a União de Sindicatos do Porto/CGTP-IN, o MPPM e o CPPC. Durante o percurso, muitos activistas puderam conversar com quem passava, que no geral expressava o seu apoio ao que ali se exigia.

Na segunda-feira, 7, em Évora, centenas de pessoas concentraram-se na Praça do Giraldo exigindo um cessar-fogo, o fim da agressão israelita contra os povos da Palestina, do Líbano, da Síria e do Iémen, o reconhecimento dos direitos nacionais do povo palestiniano. Intervieram representantes do CPPC, do MPPM, e da União de Sindicatos de Évora.

Anteontem e ontem, dias 8 e 9, ter-se-ão realizado, já após o fecho da nossa edição, acções em Beja, Viana do Castelo, Braga e Leiria.

 

Promovida pelo deputado do PCP no Parlamento Europeu, realizou-se anteontem, 8, uma acção fotográfica apelando à paz no Médio Oriente, à qual aderiram eleitos de várias forças políticas. No hemiciclo, João Oliveira condenou a omissão, pela UE, da «política genocida de Israel contra o povo palestiniano»

É preciso forçar Israel a parar, salienta o PCP

O PCP está empenhado no êxito da jornada nacional de solidariedade, apelando aos seus militantes e simpatizantes a que participem nas várias acções convocadas. Em comunicado de dia 3, salienta mesmo que a solidariedade com o povo palestiniano, o povo libanês, com os povos do Médio Oriente, «ganha redobrado significado como contributo para travar a escalada de confrontação e guerra promovida pelo imperialismo, que ameaça envolver a Humanidade numa tragédia de grandes proporções».

Nessa nota, o Partido afirma que a escalada de guerra promovida por Israel, nomeadamente com a nova agressão contra o Líbano, «confirma a intenção de Israel de alargar o conflito a toda a região». Também «um ano de genocídio contra o povo palestiniano» e de «sucessivas provocações e ataques a vários países» demonstram que o governo sionista de Israel «não está interessado na paz no Médio Oriente».

Sendo de Israel a «responsabilidade principal pela grave e perigosa situação no Médio Oriente», o PCP recorda a impunidade e o apoio militar e político que os EUA e as potências da NATO e da União Europeia lhe continuam a garantir, «não obstante a sua criminosa política e reiterada rejeição dos apelos para um cessar-fogo imediato e permanente». Ao alargar a guerra ao Líbano e à Síria, ao intensificar os ataques contra o Iémen e ao provocar o confronto com o Irão, Israel conta – acrescenta o PCP – com a «protecção e um envolvimento ainda mais directo dos EUA e com a cumplicidade das restantes potências imperialistas, numa tentativa de impor a ocupação de toda a Palestina e o seu domínio na região».

Para o PCP, os mais recentes desenvolvimentos são ainda inseparáveis da política israelita de «assassinatos de dirigentes políticos, através da qual procura dificultar e inviabilizar a solução política para um conflito, que tem na Palestina a sua questão central». Israel age, assim, em «directo e explícito confronto com os princípios da Carta das Nações Unidas e o direito internacional, como mais uma vez é demonstrado na forma como encara a Organização das Nações Unidas, incluindo o seu Secretário-Geral».

O PCP reafirma ainda a urgência de medidas que «forcem Israel a abandonar a sua política de escalada de morte e agressão, a aceitar um cessar-fogo imediato e permanente nos territórios palestinianos e no Líbano e a pôr fim às suas acções agressivas contra países da região».