Agrava-se a contradição entre as dificuldades da maioria da população, com baixos salários e reformas, e os lucros colossais dos principais grupos económicos.
De facto, a acção do Governo PSD/CDS, em convergência com o Chega e a IL, aproveita-se das dificuldades e problemas reais para justificar o prosseguimento e intensificação da política geradora dessa contradição e do seu agravamento.
Situação de que o PS é também responsável, desde logo pela prática anterior da sua maioria absoluta, e pelo seu apoio a questões essenciais da política de direita. Um apoio que diferenças e discordâncias artificiais expressas na dramatização em torno do Orçamento do Estado para 2025 não apagam.
Não deixa de ter significado a pressão e a chantagem a partir de diversos sectores, e desde logo do Presidente da Republica, com vista à aprovação do Orçamento.
Ao mesmo tempo, desenvolve-se uma ofensiva contra os serviços públicos, procurando descredibilizá-los, alimentar a desconfiança na sua capacidade de resposta, para justificar a transferência de recursos públicos para os grupos privados, ou para promover a privatização de funções sociais do Estado.
É o que se passa na área da saúde. O Governo PSD/CDS não só não toma as medidas necessárias para salvar e reforçar o SNS como, pelo contrário, promove o seu desmantelamento e privatização de importantes áreas, como é o caso dos cuidados de saúde primários.
É também o que se passa na educação, ao não garantir os profissionais que fazem falta na escola pública ou ao não criar as vagas necessárias para milhares de crianças na creche e no pré-escolar.
É o que se passa igualmente na habitação com milhares de famílias a enfrentarem dificuldades crescentes com os custos das rendas ou das prestações bancárias.
Foi, aliás, pela concretização do direito à habitação que, no passado sábado, se realizaram importantes iniciativas, com a participação de milhares e milhares de pessoas, em mais de vinte localidades do País, promovidas pela Plataforma «Casa para Viver».
Intensa é também a intervenção do PCP, tomando a iniciativa e avançando com soluções concretas para os problemas dos trabalhadores, do povo e do País, no quadro da luta por uma política alternativa patriótica e de esquerda, que rompa com o rumo de anos e anos de política de direita.
Foi no quadro da dinamização desta intervenção que o PCP deu início, na passada quinta-feira, à acção nacional «Aumentar salários e pensões, para uma vida melhor», com mais de uma centena e meia de iniciativas por todo o País. Uma acção que se vai desenvolver ao longo dos próximos meses de forma articulada com a acção reivindicativa em curso, visando a promoção do contacto, do diálogo e do esclarecimento com os trabalhadores e o povo e, no âmbito da qual, o Secretário-Geral do PCP esteve em contacto com os treabalhadores da Exide em Castanheira do Ribatejo, numa banca de recolha de assinaturas e de apoios a esta justa reivindicação.
É também neste quadro que se desenvolve a luta, com centralidade na acção reivindicativa nas empresas e sectores, pelo aumento dos salários e pensões e em defesa dos serviços públicos, em que, entre outras, se destaca a greve do pessoal não docente das escolas, amanhã, a manifestação nacional de professores no próximo sábado em Lisboa e, em particular, a acção nacional de mobilização, reivindicação e luta, marcada pela CGTP-IN, sob o lema «Aumentar os salários e as pensões, defender os serviços públicos e as funções sociais do Estado, resolver os problemas do País», que vai decorrer entre 7 de Outubro e 8 de Novembro, culminando com uma manifestação nacional, em Lisboa e no Porto, no dia 9 de Novembro.
No mesmo sentido, no momento em que se aprofunda a ofensiva agressiva do imperialismo, com particular gravidade no Médio Oriente, o PCP condena a continuação da agressão de Israel contra o povo palestiniano e a sua escalada de confrontação que ameaça fazer alastrar a guerra a toda a região, como os recentes acontecimentos no Líbano comprovam, e reclama do Governo português uma posição clara de condenação da política agressiva e dos crimes de Israel, o reconhecimento do Estado da Palestina e uma actuação de solidariedade activa para com o seu povo, nos planos político, diplomático e humanitário.
Neste contexto revela-se de grande importância a participação na Jornada de Solidariedade com o Povo da Palestina e pela Paz no Médio Oriente – promovida pelo CPPC, CGTP-IN, MPPM e Projecto Ruído – que ontem mesmo teve início na cidade de Coimbra e se vai desenvolver em diversas localidades, terminando com um desfile em Lisboa, a 12 de Outubro.
É no contexto da luta pelo aumento dos salários e das pensões, em defesa dos serviços públicos e pela resolução dos problemas nacionais, tomando a iniciativa e avançando com as soluções que a política alternativa patriótica e de esquerda comporta, que o PCP dinamiza a preparação do seu XXII Congresso, que se realiza no Complexo dos Desportos em Almada, nos dias 13, 14 e 15 de Dezembro, sob o lema «Força de Abril.Tomar a iniciativa, com os trabalhadores e o povo. Democracia e Socialismo».