Em dezenas de acções de contacto e recolha de assinaturas por todo o País, tem início na próxima semana, dia 26 de Setembro, a acção nacional «Aumentar Salários e Pensões. Para uma vida melhor», que o Secretário-Geral do Partido anunciou no comício da Festa do Avante!.
Uma acção nacional que se realiza no quadro das orientações do XXI Congresso e das linhas de trabalho apontadas na Conferência Nacional, que visa assegurar o contacto, auscultação, diálogo, esclarecimento e compromisso de trabalhadores, pensionistas, jovens, mulheres, das populações, promovendo a expressão do seu descontentamento, a denúncia da sua situação, a afirmação dos seus problemas e a exigência de respostas, num abaixo-assinado a entregar ao primeiro-ministro.
Partindo desta exigência central de aumento dos salários e pensões, a acção abordará ainda as questões do direito à habitação, com a exigência do controlo dos custos e da disponibilização de casa digna a todos os que precisem dela; dos serviços públicos, e designadamente do SNS e da Escola Pública; da creche e do pré-escolar gratuitos para todas as crianças, nomeadamente em rede pública todas elas condições para a soberania e o desenvolvimento – medidas cuja bandeira o PCP sempre levantou e que o movimento sindical unitário, o movimento dos reformados e pensionistas e outras organizações de massas vêm exigindo e pela qual os trabalhadores têm lutado sem descanso.
Audácia e disponibilidade
Pelas suas características integradas, envolvendo a recolha do abaixo-assinado, contacto e esclarecimento, tribunas públicas, acções de agitação e propaganda, presença de rua com mensagens sonoras e visuais, esta iniciativa reclama de cada membro e amigo do Partido a necessidade de grande audácia nos contactos e conversas e a disponibilidade para ouvir os problemas de cada um dos seus interlocutores, afirmar as razões do abaixo-assinado e pedir a assinatura para dar mais força a esta luta.
O abaixo-assinado que agora o PCP promove, constituindo o apoio de cada um a estas reivindicações concretas, terá a forma de uma grande acção de contacto nas empresas e locais de trabalho, nas ruas e praças do País, nos transportes públicos, nas escolas e mercados, ocupando o espaço público e desafiando trabalhadores, jovens, mulheres, pensionistas, todos aqueles com quem nos se cruzem, a que juntem a sua a tantas outras vozes.
Esta acção nacional assume a ideia de que Portugal tem futuro e que terá um futuro tanto mais risonho quanto se romper com os constrangimentos que o amarram à estagnação e ao atraso, projectando o País num outro ciclo de desenvolvimento e progresso social.
Tendo o objectivo da sua entrega ao primeiro-ministro e de levar o seu debate aos restantes órgãos de poder político, a recolha de assinaturas decorrerá até Março de 2025, mês em que se assinala o 104.º aniversário do PCP, e é parte integrante da preparação do Congresso de um Partido que se quer ligado à vida, aos problemas e aspirações da classe operária, dos trabalhadores e do povo, um Partido que toma a iniciativa para resistir e avançar.
Justo, necessário, possível e urgente
A questão central de que o PCP parte para esta acção é que o aumento dos salários e pensões é justo, necessário, possível e urgente.
Justo porque são os trabalhadores que produzem ou produziram toda a riqueza, pelo que ela tem de ser distribuída com justiça. É justo quando o risco de pobreza atinge 10 por cento dos trabalhadores. É justo quando 85 por cento dos pensionistas recebem menos de 500 euros mensais.
É particularmente necessário quando os salários baixos são a regra e quando os preços não param de aumentar. É necessário para fazer face ao aumento do custo de vida e para fazer crescer a economia e o emprego.
É possível porque a maior parte do que os trabalhadores produzem fica nos bolsos do grande capital, que acumula e concentra cada vez maiores riquezas. É possível porque, em contraste com as dificuldades dos trabalhadores e do povo, as grandes empresas e a banca acumulam milhões de euros de lucros todos os dias.
É urgente porque o País não aguenta a estagnação da economia que os baixos salários também induzem ou a sangria de jovens com elevadas qualificações, em fuga de Portugal à procura de uma vida melhor, nem os elevados custos (da energia, combustíveis, combustíveis, juros) que asfixiam as pequenas e médias empresas para engordar ainda mais as multinacionais.
«A alternativa que responde à grande emergência nacional – o aumento geral e significativo dos salários. Um aumento para todos os trabalhadores e a valorização das suas carreiras e profissões.
É isto que se impõe face à realidade da vida e às necessidades dos trabalhadores e a uma mais justa distribuição da riqueza criada. Quem cria a riqueza, quem garante o funcionamento do País, quem assegura a actividade económica, tem de ser respeitado e valorizado, tem de ter um salário que lhe permita viver com dignidade.
Os trabalhadores, o povo e a juventude não abdicam deste objectivo, o PCP não desiste desta luta. Lançamos hoje aqui, na Festa do Avante!, uma campanha nacional para colocar os salários no centro do debate político. “Aumentar salários e pensões, para uma vida melhor”.
Numa ampla acção de contacto, mobilização, envolvimento e participação, nas empresas e locais de trabalho, nas ruas e praças do País, nos transportes públicos, nas escolas e mercados, em todos os locais, é este o desafio que vamos colocar a cada trabalhador, a cada jovem, a cada mulher, a cada pensionista.»
(Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, no comício da 48.ª Festa do Avante!)