- Nº 2651 (2024/09/19)

É PRECISO RESISTIR E AVANÇAR

Editorial

No domingo passado, assinalou-se os 45 anos sobre a criação do Serviço Nacional de Saúde, conquista de Abril, dos trabalhadores e do povo. Um SNS que levou a prevenção e os cuidados de saúde a milhares de pessoas, elevando de forma extraordinária a sua qualidade de vida; que teve um papel determinante nos cuidados materno-infantis e na diminuição drástica da mortalidade infantil; que foi pioneiro e um dos melhores do mundo.

Um SNS, no entanto, atacado desde o primeiro dia por aqueles que em vez da protecção das populações, preferem proteger os interesses dos grupos económicos, que fazem da doença um grande negócio.

Foi esta importante conquista que o PCP assinalou, em diversas iniciativas pelo País, nomeadamente na Tribuna Pública realizada na Amadora que contou com a participação de Paulo Raimundo, que lembrou que «O SNS é a única garantia do acesso de todos

aos cuidados de saúde, em todos os níveis e em todo o território, sem discriminações de qualquer tipo, designadamente económicas e sociais» e que, «apesar dos problemas que a política de direita lhe causa, continua a assegurar a esmagadora maioria dos cuidados prestados à população».

Um SNS que está hoje confrontado com a falta de recursos humanos e de melhores condições para os seus trabalhadores, causa principal para a saída de muitos dos seus profissionais, médicos e enfermeiros, porque não se tomam medidas para os reter.

SNS que é preciso salvar, defender e reforçar com as medidas urgentes que o PCP, insistentemente, tem vindo a propor.

Também o ano lectivo se inicia com graves problemas a afectar a Escola Pública, com mais de 150 mil alunos sem professor a pelo menos uma disciplina.

E os incêndios voltam a fustigar a vida das populações – a quem é devida uma palavra de solidariedade e a todos os que combatem os fogos – em vastas regiões do País. Incêndios que voltam a acontecer enquanto não se responder aos problemas estruturais, também neste domínio.

O continuado aumento do custo de vida, com a subida dos preços de bens essenciais e a política de manutenção de baixos salários e de baixas pensões, que marca a acção do Governo PSD/CDS (na continuação das opções de fundo do anterior Governo do PS) em gritante contraste com os lucros brutais das grandes empresas, aprofunda as injustiças e desigualdades.

É contra esta situação, por soluções para os problemas nacionais, pelo aumento geral e significativo dos salários, pela valorização das reformas e das pensões, pela resolução do problema da habitação, pela salvação e reforço do SNS e pelo investimento na Escola Pública, pela protecção e apoio às vítimas dos incêndios, que está aí e se intensifica a luta dos trabalhadores e das populações e se dinamiza a iniciativa e o reforço do PCP.

No campo da luta, registam-se as muitas acções que se desenvolvem em diversas empresas e sectores, de que são expressão, entre outras, as acções da FIEQUIMETAL, hoje, do STAL e STML, amanhã e as greves dos enfermeiros e dos médicos marcadas para 24 e 25 de Setembro. E, no plano da luta convergente, assume particular importância a acção nacional de mobilização, reivindicação e luta, marcada pela CGTP-IN, entre 7 de Outubro e 8 de Novembro, culminando a 9 de Novembro com uma grande manifestação nacional em Lisboa e no Porto.

Do mesmo modo, merecem registo as lutas que as populações têm vindo a travar em defesa do SNS e da Escola Pública, bem como as que as populações vão realizar a 28 de Setembro, com acções diversificadas pelo direito à habitação. Merece ainda destaque a Jornada Nacional de Solidariedade «Palestina Livre! Paz no Médio Oriente», que se vai realizar pelo País na primeira quinzena de Outubro, exigindo o fim imediato do genocídio do povo palestiniano, impunemente levado a cabo por Israel na Faixa de Gaza. Por uma Palestina livre e pela paz no Médio Oriente.

No plano da intervenção do PCP, são muitas as iniciativas que se têm vindo a desenvolver, de entre as quais sobressaem, na última semana, as acções em defesa do SNS e da Escola Pública, em defesa da produção nacional, pela valorização dos salários e das pensões, com a correspondente intervenção no plano institucional, com a apresentação na AR de diversas iniciativas legislativas.

No campo da acção do PCP, registe-se também a sessão evocativa de Amílcar Cabral, assinalando o centenário do seu nascimento, sob o lema «Amílcar Cabral, Centenário – um legado histórico para a luta que continua», realizada no dia 11 de Setembro, em Lisboa.

É neste ambiente de luta dos trabalhadores e das populações e de intensa intervenção do PCP que, ainda sob o efeito do notável sucesso que constituiu a realização da 48.ª edição da Festa do Avante! que avança a preparação do XXII Congresso do PCP, em que se insere a realização da reunião do Comité Central nos próximos sábado e domingo, que debaterá o Projecto de Teses/Resolução Política, que, logo depois, estará em debate em todo o Partido, com todos os seus membros chamados a envolver-se, contribuindo assim, activamente, para o êxito deste importante momento político na vida do PCP.