PCP alerta para perigo no terminal rodoviário de Sete Rios

Os vereadores do PCP na Câmara de Lisboa (CML) solicitaram esclarecimentos ao presidente do município relativamente à adequação do terminal rodoviário de Sete Rios para acolher os milhares de passageiros que chegam e partem daquele local.

Situação ambiental altamente perigosa para a saúde

No requerimento dirigido a Carlos Moedas após «várias reclamações» de utentes, os comunistas alertam para a situação do «ponto de vista ambiental», mas também pelo «atentado que configura à saúde dos utilizadores, para além dos trabalhadores que ali permanecem durante a sua jornada de trabalho e que estão expostos à libertação permanente de gases dos escapes dos autocarros».

«A falta de uma cumeeira [parte mais alta de um telhado de duas ou mais águas onde fica sua intersecção] aberta na zona de estacionamento e, ao que parece, a inexistência de extractores de ar adequados – o que atenuaria a situação em que os autocarros aguardam com os motores ligados em alta aceleração a entrada de passageiros – representa uma situação muito grave à saúde dos utilizadores – passageiros e trabalhadores», advertem os vereadores João Ferreira e Ana Jara. A situação tende a agravar-se nos dias de temperaturas elevadas, para garantir o funcionamento dos ares condicionados das viaturas, o que aumenta a concentração de gases libertados na zona de embarque.

Os eleitos do PCP referem ainda que «os passageiros que esperam o transporte ou a informação dos painéis digitais», muitos «pessoas da terceira idade ou mesmo visitadores crónicos dos hospitais de Lisboa», não só «não dispõem de assentos adequados de descanso e em número suficiente», como também não existem igualmente «zonas delimitadas e circunscritas, protegidas das zonas dos autocarros, não podendo assim escapar a uma situação ambiental altamente perigosa para a saúde considerando a composição cancerígena dos gases poluentes (benzopirenos, etc) que compõem os gases dos escapes dos motores a diesel».

 

Provisório 18 anos

O terminal rodoviário de Sete Rios surgiu como um equipamento «temporário» após o encerramento do terminal do Arco do Cego. Passados 18 anos, a infra-estrutura ainda se mantém sem que tenha sofrido obras de fundo. Apenas acresce o número de utilizadores e autocarros decorrentes do encerramento ou diminuição dos outros terminais existentes.

«Este é um dos principais terminais rodoviários da cidade, integrado no projecto RESTART, coordenado pela CML a ser implementado pela EMEL, de acordo com a proposta aprovada em reunião de Câmara em Dezembro de 2021, que previa uma avaliação da resposta existente, um estudo e projecto que permita a sua requalificação com vista a uma resposta mais eficiente e integrada numa estratégia de mobilidade, em articulação com as outras respostas e ofertas de transportes da cidade», informam os vereadores João Ferreira e Ana Jara.

Entretanto, «passados mais de dois anos, após a deliberação da CML, e de acordo com as informações prestadas pelo vice-presidente à comunicação social, o município está a trabalhar num projecto para o terminal rodoviário de Sete Rios, para o qual foi contratada a empresa Sociedade Transportes Colectivos do Porto, desconhecendo-se para quando está prevista a apresentação do projecto e, até lá, quais as medidas de mitigação que serão implementadas, com vista a salvaguardar o conforte e a saúde dos utentes e trabalhadores do terminal rodoviário de Lisboa», acrescentam os eleitos do PCP.



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