O reforço do Partido é condição essencial para o povo português avançar nos seus direitos. Com um PCP mais forte, mais capaz para a sua intervenção, os explorados, as principais vítimas da acção de rapina do capital, estarão necessariamente mais defendidos, estaremos mais perto de cumprir o nosso papel na sociedade portuguesa.

E qual é esse papel que o PCP tem de desempenhar? O PCP é o partido da classe operária e de todos os trabalhadores. Foi criado pelo operariado português, animado pelo ascenso da luta de massas e pelos êxitos da nascente Revolução Socialista de Outubro, para assegurar a representação política dos seus interesses de classe, na luta pela superação revolucionária de um sistema injusto, iníquo, o capitalismo, que assenta a sua própria existência na exploração e empobrecimento de amplas camadas.

Para atingir esse objectivo, é papel do PCP, definindo com clareza e rigor os objectivos imediatos de luta, organizar, mobilizar e contribuir para a unidade dos trabalhadores e da classe operária e de todas as classes e camadas antimonopolistas.

Objectivos imediatos capazes de mobilizar as massas populares para a resolução dos seus problemas concretos, para a concretização das suas reivindicações, para a defesa das suas aspirações. Do aumento dos salários aos vínculos ou horários dignos, das pensões ao direito à creche, da valorização dos serviços públicos na saúde ou na educação ao direito ao lazer e à cultura, da mobilidade à defesa do ambiente. Objectivos que são, cada um deles, aparentemente parcelares, mas que se enquadram e só fazem sentido numa política radicalmente diferente da que conhecemos, uma política de ruptura com os caminhos que vêm sendo trilhados até aqui.

Objectivos que, sendo imediatos, não se sobrepõem ao objectivo final de luta por uma sociedade nova, o socialismo, antes são, dele, parte integrante e condição necessária.

Ao PCP cabe esse papel, de apontar o caminho, organizar, favorecer o fortalecimento das organizações de massas que encabecem e dirijam a luta, mobilizar, assegurar a unidade, que é, ela mesma, garantia de força e resistência.

Luta, proposta, projecto

Mas, se sem a justeza do caminho nunca alcançaremos os objectivos, sem a força do Partido eles serão muito mais distantes.

Um Partido mais forte, com mais quadros, com mais estruturação, com mais militância, com mais meios próprios está em muito melhores condições para levar por diante as suas tarefas.

Desde logo, a partir da sua razão de existir, do coração da sua acção, os trabalhadores e a classe operária. Mais força do PCP nas empresas e locais de trabalho é mais força organizada dos trabalhadores. É mais força das organizações representativas dos trabalhadores, às quais os trabalhadores comunistas emprestam o melhor das suas forças e energias, sendo por isso reconhecidos pelos seus colegas. Mais força para intensa luta de classes que todos os dias se processa entre o capital, que procura acumular sempre mais riqueza produzida pelos trabalhadores, e o trabalho, que procura defender salários, direitos e condições de trabalho justos. Mais força que se projecta na luta e nas conquistas, força motora da acção transformadora, que emana para outras dimensões e grupos sociais.

Mas mais força também para a acção local, no bairro, na freguesia, no concelho, organizando, mobilizando, promovendo a unidade em torno daquelas necessidades concretas.

Sim, porque os trabalhadores, os pensionistas, as mulheres, os jovens, os pequenos e médios agricultores, pescadores e empresários, os cidadãos com deficiências, os desempregados, os imigrantes, os agentes e criadores da cultura, os dirigentes associativos, os activistas das muitas lutas, os utentes dos serviços públicos, sabem que encontram aqui o porto seguro que não vira a cara à luta, a partir de princípios e valores dos quais não abdica,

O PCP é uma organização de luta, de proposta e de projecto. Que combate a política de direita, que afirma a política alternativa patriótica e de esquerda que garante a ruptura com esse caminho e que aponta o caminho da alternativa política para a concretizar.

Para todas essas dimensões precisamos de mais força para cumprir o nosso papel, o papel que, com toda a naturalidade, os trabalhadores e o povo esperam de nós e sabem que só o PCP pode cumprir.