Jornada Nacional avança caminho na construção da Festa

A JCP realizou, entre quarta-feira e domingo, a sua Jornada Nacional na Festa do Avante!. Debater, conviver e construir o maior evento político-cultural do País foram o foco das centenas de jovens presentes nestes cinco dias.

Mais de duas centenas de jovens ajudaram a construir diversos espaços da Festa

O empenho dos jovens deu um importante contributo à construção da Festa

No dia 14, ao final da tarde, já os muitos jovens, mais de duas centenas, entravam na Quinta da Atalaia para dar início à jornada. Entre montar tendas, comer ou beber qualquer coisa ou pôr a conversa em dia, a alegria fazia-se sempre presente.

De Norte a Sul do País, vindos das mais diversas regiões, estes jovens – entre os quais diversos amigos do Partido e da JCP – deram um contributo essencial para a edificação da Festa.

Na Cidade da Juventude, o espírito de camaradagem e trabalho colectivo sentiu-senas diversas tarefas realizadas, como pintura e decoração de paredes, erguer de placas em estruturas oucolocação de coberturas nos stands. Mas não se ficaram por aqui: ao longo da jornada, muitos foram os que estiveram ao lado das centenas de camaradas e amigos do Partido, um pouco por todo o terreno, a ajudar a edificar pavilhões das organizações regionais e outros espaços, dando resposta às necessidades apresentadas.

O desfile de sábado mostrou a força da juventude em luta pelos seus direitos

Como conclusão destes dias de trabalho (e discussão), no sábado, estes mais de duzentos jovens rumaram, em desfile, ao Seixal, fazendo ondular na noite as bandeiras vermelhas da JCP e do Partido (a par de bandeiras da Palestina e da Federação Mundial da Juventude Democrática), e gritando alto, ecoando nas ruas da Amora, palavras-de-ordem como «Agora e sempre, a juventude está presente», «Procuro, procuro, Abril no meu futuro», e as já tradicionais «JCP, juventude do PC», «É jota, é , é JCP» ou «Juventude comunista, marxista-leninista».

Com a energia de sempre, os jovens foram reivindicando, ainda, questões concretas, como o direito à habitação, o fim da precariedade ou, sob aplausos das janelas das vizinhanças por onde iam passando, a paz no Médio Oriente e a independência do povo palestiniano.

Debater e transformar
Na noite de dia 15, os jovens reuniram no polidesportivo da Festa para assistirem ao debate «Força de Abril. Tomar a iniciativa, com os trabalhadores e o povo. Democracia e socialismo», que contou com a participação de Manuel Rodrigues, da Comissão Política do Comité Central e director do Avante!, Afonso Beirão, dos organismos executivos da Direcção Nacional da JCP, e de muitos outros que decidiram dar o seu contributo.

Aqui, o dirigente comunista, lembrando que o tema do debate é o lema do XXII Congresso do PCP, com a preparação já em curso, elucidou acerca do papel imprescindível do Partido que, há 103 anos, luta ao lado dos trabalhadores e do povo «pela resposta às suas condições de vida, contra a exploração, pelas oito horas nos campos do sul, pelo direito à educação, pela liberdade e a democracia». Mas, também, lembrou, «pela criação do SNS, da Escola Pública, de uma Segurança Social pública, universal e solidária, contra as propinas, por residências universitárias, pelo direito à habitação».

«Lutas muito diversas, mais ou menos longas», afirmou, «mas todas elas inseridas no mesmo processo, numa batalha mais profunda»: a transformação constante da realidade, do País e do mundo, «a caminho de uma sociedade mais perfeita, mais humana, sem exploração do homem pelo homem, sem guerra, a sociedade nova de paz e progresso social que queremos construir, o socialismo e o comunismo».

«O socialismo é uma necessidade do nosso tempo», sublinhou, recordando que o «processo histórico de superação da formação económico-social capitalista pela socialista não é automático», e que, em Portugal, só se poderá dar «a partir da realidade concreta portuguesa e da própria experiência dos comunistas portugueses».

Convívio e diversão
O convívio e a diversão foram, à noite, no miradouro da Quinta da Atalaia, o foco dos participantes. Já na quarta-feira, depois das centenas de jovens chegarem (muitos dos quais depois de horas de viagem) foram muitos os que marcaram presença na festa «Sons diferentes, sonhos iguais».

Também nos outros dias, dinamizaram momentos semelhantes, com a habitual alegria da juventude, entre os quais a festa pela Palestina (na quinta-feira) e a festa «Chuta a precariedade» (na sexta-feira). Já na última noite, de sábado para domingo, o dia terminou (após o desfile) nas Festas Populares da Amora.

Igualmente a destacar foram os momentos de alegria nas refeições (asseguradas pelos próprios participantes) e, no dia 16, o «Torneio da Bola», no polidesportivo da Festa.

Nos plenários foram discutidos os problemas de cada sector e traçadas novas linhas de trabalho

Discutir e reforçar
A tarde de sábado, depois da jornada de trabalho, contou com a realização de plenários de militantes e amigos, reunidos segundo o respectivo sector – Ensino Secundário, Ensino Superior e Juventude Trabalhadora.

Nestes espaços de discussão, muitas foram as realidades trazidas pelos participantes, um pouco de todo o País: da falta de professores e condições nas escolas aos exames nacionais; das propinas, taxas e emolumentos à necessidade de mais investimento nas faculdades; dos baixos salários e horários desregulados ao aumento do custo de vida. Problemáticas que têm de continuar a ser objecto de denúncia e luta por parte da JCP e da juventude portuguesa.

Das discussões nos plenários saíram, ainda, importantes linhas de trabalho e reforço da organização dos jovens comunistas.

 

Alegria em construir a Festa

Durante a Jornada Nacional, o Avante! foi ao contacto com os jovens participantes, procurando saber as suas considerações sobre este importante trabalho de construção da Festa. Falámos com Marta Vasco, 18 anos, estudante de artes circenses nos Países Baixos e que é, este ano, responsável pelas coberturas que cabem à JCP coser.

De acordo com a jovem comunista, «são para aí 200 toldos que se têm de coser, e o meu papel é orientar e colocar outros camaradas a orientar equipas mais pequenas», por forma a que «a malta saiba onde os pôr, onde coser, e ter a certeza que, nos dias certos, estão todos os toldos postos».

Quanto à sua opinião sobre a importância de todos virem às jornadas, ainda para mais nestas últimas semanas antes da Festa, Marta respondeu que acha que «o mais importante e impactante é ver a capacidade do trabalho colectivo», percebendo-se o «quanto a união pode fazer coisas tão bonitas e, claro, sentir a alegria que é construir» o maior evento político-cultural do País.

A estudante destacou, ainda, que ir a jornadas como aquela é, também, «passar tempo com os camaradas e ter oportunidade de conhecer mais malta». Para além de ser divertido, referiu, é «importante para o nosso trabalho enquanto militantes, e para o reforço do sentido de camaradagem e de estarmos aqui a construir algo em conjunto».

Já quanto ao que achou da jornada, a jovem avaliou que «teve grande força, foi muito boa, avançou-se muito», valorizando, igualmente, os plenários. «Eu estive no plenário do Ensino Superior, com muitas intervenções que gostei muito de ouvir e que foram muito importantes», disse, sublinhando que se viu «muita alegria durante estes dias, e a malta estava muito contente de cá estar».

Marta afirmou, ainda, que continuará com esta tarefa (que iniciou no fim-de-semana anterior, 10 e 11) até ao início da Festa.

 



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