Os 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral serão comemorados na próxima Festa do Avante! com um debate sobre o tema «Novos sinais de esperança para os povos de África», no dia 7 de Setembro, no Espaço Internacional.
Este acto encerra as comemorações do centenário de Amílcar Cabral organizadas pelo Partido Comunista Português. Tiveram início a 19 de Janeiro de 2023, em Lisboa, com uma sessão pública por ocasião do cinquentenário do seu assassinato, e prosseguiram na Festa do Avante! do ano passado com a realização de um debate em que intervieram delegações do PAIGC (Guiné-Bissau), PAICV (Cabo Verde), MPLA (Angola), FRELIMO (Moçambique) e MLSTP (São Tomé e Príncipe). Na mesma ocasião, foi lançada pelas Edições Avante! uma antologia de textos do fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana.
As homenagens e a evocação da trajectória e do legado de Amílcar Cabral, muito actual, justificam-se plenamente.
Como lembrava Álvaro Cunhal em 1989, a amizade, fraternidade, solidariedade e cooperação combativa com os movimentos de libertação nacional das antigas colónias portuguesas inscrevem-se como princípios de ouro na história do Partido Comunista Português e do próprio povo português. «A íntima associação da luta contra o colonialismo e contra o fascismo tornou possível a confluência de históricas vitórias comuns coroando a heróica luta dos nossos povos: a libertação do povo português da ditadura fascista com a Revolução de Abril de 1974 e a conquista da independência pelos povos então submetidos ao jugo colonial português», destacava.
Para o então Secretário-Geral do PCP, entre os grandes méritos do pensamento e da acção de Amílcar Cabral, na luta pela independência, contava-se a firme distinção que fazia entre o povo português, que considerava um povo amigo, e o fascismo e colonialismo português – o inimigo. Para Álvaro Cunhal, Amílcar Cabral não foi apenas um grande lutador e dirigente da luta de libertação dos seus povos: foi um destacado «pensador e dirigente revolucionário da luta emancipadora do continente africano».
Do seu lado, Amílcar Cabral apontava os comunistas portugueses como «exemplo para todos os que querem a liberdade do povo a que pertencem» e considerava que o PCP era «um aliado» da luta emancipadora dos povos africanos.
Assim, tal como reiterou no início das comemorações o Secretário-Geral do Partido, Paulo Raimundo, o PCP continua hoje, como no passado, «empenhado nos princípios e nos objectivos que estiveram e continuam a estar na base da luta comum dos povos pela paz, pela soberania, pelos direitos, incluindo o direito ao desenvolvimento e ao progresso social, pela libertação de todas as formas de exploração e de opressão, convicto de que, mais cedo do que tarde, os ideais a que Amílcar Cabral dedicou toda a sua vida acabarão por triunfar».