- Nº 2646 (2024/08/14)

Centenário de Amílcar Cabral assinalado na Festa do Avante!

Festa do Avante!

Os 100 anos do nascimento de Amílcar Cabral serão comemorados na próxima Festa do Avante! com um debate sobre o tema «Novos sinais de esperança para os povos de África», no dia 7 de Setembro, no Espaço Internacional.

Este acto encerra as comemorações do centenário de Amílcar Cabral organizadas pelo Partido Comunista Português. Tiveram início a 19 de Janeiro de 2023, em Lisboa, com uma sessão pública por ocasião do cinquentenário do seu assassinato, e prosseguiram na Festa do Avante! do ano passado com a realização de um debate em que intervieram delegações do PAIGC (Guiné-Bissau), PAICV (Cabo Verde), MPLA (Angola), FRELIMO (Moçambique) e MLSTP (São Tomé e Príncipe). Na mesma ocasião, foi lançada pelas Edições Avante! uma antologia de textos do fundador das nacionalidades guineense e cabo-verdiana.

As homenagens e a evocação da trajectória e do legado de Amílcar Cabral, muito actual, justificam-se plenamente.

Como lembrava Álvaro Cunhal em 1989, a amizade, fraternidade, solidariedade e cooperação combativa com os movimentos de libertação nacional das antigas colónias portuguesas inscrevem-se como princípios de ouro na história do Partido Comunista Português e do próprio povo português. «A íntima associação da luta contra o colonialismo e contra o fascismo tornou possível a confluência de históricas vitórias comuns coroando a heróica luta dos nossos povos: a libertação do povo português da ditadura fascista com a Revolução de Abril de 1974 e a conquista da independência pelos povos então submetidos ao jugo colonial português», destacava.

Para o então Secretário-Geral do PCP, entre os grandes méritos do pensamento e da acção de Amílcar Cabral, na luta pela independência, contava-se a firme distinção que fazia entre o povo português, que considerava um povo amigo, e o fascismo e colonialismo português – o inimigo. Para Álvaro Cunhal, Amílcar Cabral não foi apenas um grande lutador e dirigente da luta de libertação dos seus povos: foi um destacado «pensador e dirigente revolucionário da luta emancipadora do continente africano».

Do seu lado, Amílcar Cabral apontava os comunistas portugueses como «exemplo para todos os que querem a liberdade do povo a que pertencem» e considerava que o PCP era «um aliado» da luta emancipadora dos povos africanos.

Assim, tal como reiterou no início das comemorações o Secretário-Geral do Partido, Paulo Raimundo, o PCP continua hoje, como no passado, «empenhado nos princípios e nos objectivos que estiveram e continuam a estar na base da luta comum dos povos pela paz, pela soberania, pelos direitos, incluindo o direito ao desenvolvimento e ao progresso social, pela libertação de todas as formas de exploração e de opressão, convicto de que, mais cedo do que tarde, os ideais a que Amílcar Cabral dedicou toda a sua vida acabarão por triunfar».