É PRECISA OUTRA POLÍTICA
«para resolver problemas estruturais e avançar»
O PCP desde há muito vem insistindo que sem outra política não é possível resolver os problemas estruturais que o País vive e que infernizam a vida dos trabalhadores e do povo, impedem o desenvolvimento e comprometem o futuro de Portugal.
Questões tão fundamentais como a produção nacional, o aumento geral dos salários e das pensões, a defesa e valorização dos serviços públicos, nomeadamente do Serviço Nacional de Saúde, são áreas essenciais que exigem respostas urgentes.
No caso dos Serviços Públicos e, em particular, do SNS, é urgente tomar medidas perante a situação verdadeiramente calamitosa para que os Governos do PS e PSD/CDS (com o apoio do Chega e da IL) vêm empurrando o SNS com o objectivo de o desmantelar e abrir ainda mais este campo à descarada intervenção do negócio privado dos grupos económicos.
E, perante as situações dramáticas e escandalosas que se estão a viver, não é com visitas a hospitais, como aconteceu na visita ao Hospital Santa Maria, com a participação do Primeiro Ministro, da Ministra da Saúde e do Presidente da República, que se resolvem os problemas, quando se persiste em não tomar as medidas que a situação requer, a começar pelo aumento da remuneração base dos profissionais da Saúde, da valorização das suas carreiras com progressão e dedicação exclusiva com majoração de 50 por cento no SNS e com o reforço imediato do investimento e financiamento do SNS.
Quanto à produção Nacional, dados revelados a semana passada pelo INE, referentes ao primeiro semestre de 2024, apontam para uma desaceleração no nível das exportações portuguesas, em particular para a Alemanha, com fortes incidências negativas na nossa economia.
Ora, o que o PCP tem defendido – e faz parte da sua proposta de política patriótica e de esquerda – é que o que é preciso é dinamizar o mercado interno, o que implica assumir duas opções fundamentais: defender, valorizar e promover a produção nacional e aumentar os salários e as pensões.
Por isso mesmo, se entende que o PCP coloque como aspecto central da sua intervenção a valorização do trabalho e dos trabalhadores, o aumento geral dos salários e das pensões e o estímulo à luta dos trabalhadores e do povo para que esse objectivo seja atingido.
Foi, por isso, de grande importância que o Secretário-Geral do PCP, quer no jantar da Organização do Partido de Odivelas, na Póvoa de Santo Adrião, quer no almoço da Organização Regional de Portalegre, em Fronteira, respectivamente na sexta-feira e sábado da semana passada, tenha referido as medidas de fundo que se impõem, desde logo o aumento geral dos salários e o aumento extraordinário de todas as reformas e pensões. Insistindo também que se exige, é urgente e é possível proteger a habitação própria, pondo os 12 milhões de euros de lucro por dia da banca a suportar as taxas de juro e é igualmente urgente e possível tomar medidas para salvar o SNS.
E não se diga que não há dinheiro, porque, como sublinhou o Secretário-Geral do PCP, em Fronteira, «se há 29 milhões de euros de lucros por dia, para os principais grupos económicos, sobra pouco para a grande maioria. Nós precisamos é do inverso, que a maior parte desses milhões vá para quem cria a riqueza.»
É por estes objectivos que se desenvolve a luta dos trabalhadores e das populações, que se vai intensificar. Luta que se desenvolve também em defesa da paz quando Israel eleva para patamares impensáveis o genocídio do povo palestiniano em Gaza – de que o massacre de mais de 100 pessoas no ataque a escola de Gaza é exemplo – e prossegue as provocações, nomeadamente os assassinatos e os ataques a vários países, numa louca espiral que pode conduzir ao alastramento do conflito a toda a região. Massacres e provocações que, independentemente de aparentes contradições e da escandalosa hipocrisia, continuam a contar com a cumplicidade e apoio dos EUA e de outras potências imperialistas.
Prossegue também a preparação da Festa do Avante, essa magnifica construção colectiva que percorre todo o País, na divulgação, na venda da EP e na mobilização para o maior evento político-cultural do País.
E é no contexto desta situação de grande exigência que o PCP se reforça, prepara o seu XXII Congresso e toma a iniciativa, todos os dias, intervindo, com os trabalhadores e o povo, pela resolução dos problemas e pela concretização de uma política alternativa que, centrada na valorização do trabalho e dos trabalhadores, promova o desenvolvimento, a paz e o progresso social.