Imperialismo faz soar os tambores da guerra
Urge quebrar a estratégia de confrontação e guerra dos EUA e seus aliados
É clara a intenção do imperialismo norte-americano e dos seus aliados de conter o avanço de alternativas ao seu carácter hegemónico, como a China, estendendoa sua acção à Ásia-Pacífico, por exemplo, através de cada vez mais frequentes e perigosas operações militares na região, com a participação do próprio Japão.
Ainda no início de Julho, como lembrou o Partido em nota de dia 24 desse mês, teve lugar a cimeira da NATO que, apelando falsamente à defesa da liberdade e da democracia, voltou a ser palco do aprofundar do belicismo: promoveu-se o prolongamento e agravamento da guerra na Ucrânia enquanto se ignorou a situação na Palestina e o genocídio imposto por Israel; aprofundou-se o aumento das despesas militares e produção de armamento (definindo o seu incremento como estratégico); continuou-se a apontar a China como «inimigo número um»; e não se tomaram, como é da natureza desta organização desde a sua fundação, quaisquer passos no sentido da paz.
Continuam as guerras de agressão, a escalada de retórica e acções hostis, o alargamento da NATO, a instalação de mísseis e sistemas antimísseis e a adopção, nas doutrinas militares dos Estados-Membro, da hipótese de ataques nucleares preventivos.
Reuniu a NATO e, poder-se-ia dizer, reuniu não só o «clube» do imperialismo (com os EUA à cabeça) como reuniu o «clube» do espírito das bombas atómicas largadas sobre Hiroshima e Nagasáqui.
Urge, portanto, quebrar a estratégia de confrontação e guerra dos EUA e seus aliados contra a China, Rússia e todos os países e povos que não se submetem aos seus ditames, rompendo, inclusive, com o alinhamento do Governo português com a escalada da confrontação. Defender o fim do genocídio na Palestina (com um cessar fogo imediato e permanente e a criação de um Estado independente) e a paz na Ucrânia (com a solução negociada do conflito, envolvendo todas as partes, incluindo a Rússia) são algumas das prioridades.
Lembrar a história
Vale a pena lembrar que, no início de Agosto de 1945, o nazi-fascismo fora derrotado na Europa, com a rendição total após a morte de Hitler e a tomada de Berlim pelo Exército Vermelho. Poder-se-ia considerar que a utilização das recém-criadas bombas atómicas sobre Hiroshima e Nagasáqui seria um recurso rápido para terminar a II Guerra Mundial, que seguia na Ásia-Pacífico, levando à rendição do Japão.
No entanto, postos os factos assim, dá-se de caras com a realidade: a acção japonesa não teria continuidade pois, tal como acordado em Ialta, o exército soviético estava, terminada a guerra na Europa, em condições de deslocar cerca de um milhão de soldados para a Ásia-Pacífico, esmagando o militarismo japonês.
O que os EUA pretendiam era, efectivamente, impedir o avanço e vitória do Exército Vermelho sobre o Japão, travando o prestígio da URSS e o movimento libertador que se seguiu à derrota do nazi-fascismo, «contendo o comunismo».
Hiroshima e Nagasáqui não foram, propriamente, o fim da II Guerra Mundial: foram, sim, o início da guerra fria, num acto que, até ao final de 1945, havia já ceifado mais de 200 mil vidas, deixando um imensol rasto de morte ao longo dos anos, com doenças oncológicas ou mal-formações.