Ligação forte à vida num combate sem cedências à política de direita
Afirmar o programa e a política alternativa que o seu projecto comporta, dar um firme combate ao Governo e aos partidos da política de direita, a quem responsabiliza pelo agravar das injustiças e desigualdades, eis, em síntese, duas linhas mestras da acção desenvolvida pelo Grupo Parlamentar do PCP desde o início da XVI Legislatura.
É ímpar a acção do PCP na AR em defesa do povo e do País
Uma intervenção destacada e de qualidade de onde sobressaem, ainda, a capacidade de iniciativa política – basta ver o nível de produção legislativa (caixa à direita) -, bem como uma oposição sem tréguas a «todas as tentativas de imposição de retrocesso de direitos, liberdades e garantias».
Tudo isto num quadro geral de agravamento político, económico e social, que tem levado a bancada comunista a eleger como prioridades da sua intervenção a questão do aumento dos salários e das pensões, a eliminação de normas gravosas da legislação laboral, o reforço dos direitos dos trabalhadores, a valorização das longas carreiras contributivas.
Mas também uma particular atenção tem sido dada à questão do investimento nos serviços públicos, nomeadamente no Serviço Nacional de Saúde, de que é exemplo a apresentação de um Programa de Emergência para o SNS, com soluções concretas para assegurar o acesso dos utentes aos cuidados de saúde e valorização dos profissionais de saúde. E o mesmo se diga relativamente à Escola Pública, à protecção e acesso à habitação (propostas de controlo de rendas e de protecção dos inquilinos), à criação de uma rede pública de creches.
Acção em todas as frentes
Sob o foco dos deputados comunistas têm estado também outros importantes objectivos, desde logo a valorização dos trabalhadores da Administração Pública – nomeadamente dos profissionais de saúde, dos professores, das forças e serviços de segurança, dos funcionários judiciais, dos militares, dos bombeiros -, em simultâneo com a valorização das carreiras e das profissões dos trabalhadores dos sectores público e privado.
Da intervenção do Grupo comunista nesta primeira sessão legislativa, para além da apresentação de um Programa de Emergência para a Regularização da Documentação dos Imigrantes, importa destacar as iniciativas tomadas no sentido da justiça fiscal, através do alívio da tributação sobre os rendimentos baixos e intermédios e de uma tributação efectiva dos rendimentos mais elevados.
A defesa do investimento público esteve igualmente presente na acção dos deputados comunistas, com propostas concretas pugnando pela construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, da Terceira Travessia do Tejo e da Alta Velocidade Ferroviário, pelo investimento na ferrovia e pela eliminação das portagens nas ex-SCUT.
A luta pela Paz
Não pode deixar de ser igualmente salientada a proposta de constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquérito à privatização da ANA, esse negócio ruinoso para o interesse público, questão sobre a qual o PCP já deixou claro o propósito de continuar a intervir. O mesmo se aplica em matéria de combate à corrupção.
Também a luta em defesa da Paz, em especial pelo reconhecimento do Estado da Palestina pelo Governo português, pela exigência de diligências no plano diplomático para o cessar fogo imediato e permanente, e pelo fim do massacre ao povo palestiniano, estiveram na primeira linha da intervenção do Grupo Parlamentar do PCP.
Em hora de balanço, os deputados comunistas deixaram entretanto a garantia de que não darão tréguas às opções políticas do Governo PSD/CDS em favor dos grandes interesses, que conduzem à degradação das condições de vida dos trabalhadores e do povo,tal como prosseguirão a luta por uma política alternativa portadora desoluções para uma vida melhor e um País mais justo e desenvolvido.
Trabalho notável
Num curto período de cerca de quatro meses, desde o início da XVI Legislatura ao término dos trabalhos em plenário em finais de Julho para férias, o Grupo Parlamentar do PCP formalizou 75 iniciativas legislativas e propostas.
Desse total, 46 foram projectos de lei, 28 foram projectos de resolução, havendo a registar ainda a proposta de Inquérito Parlamentar à privatização da ANA Aeroportos, que foi rejeitada pelos votos contra do PSD, PS, CDS e a abstenção do CH.
Importa ainda referir as três Audições Parlamentares realizadas neste período, a saber: com Associações Académicas sobre Ensino Superior; a audição sobre Medidas Urgentes para o Serviço Nacional de Saúde e a audição sobre o Novo Aeroporto de Lisboa, Terceira Travessia e Alta Velocidade Ferroviária.
Os efeitos nefastos da política de direita
A ausência de resposta aos problemas tem sido uma constante e revela-se como uma das marcas fortes da governação PSD/CDS. O que, aliás, na perspectiva do PCP, como é sublinhado no balanço que faz ao trabalho do seu Grupo Parlamentar, não está dissociado da «estratégia de aprofundamento da política de direita». Ou seja, é o prolongar da execução dessa política numa linha de continuidade à seguida pelo anterior governo PS, traduzida num ataque aos direitos dos trabalhadores, agravamento da exploração, entrega de serviços públicos aos negócios privados, privatizações, privilégios aos grupos económicos, enquanto se aprofundam as dificuldades para as micro, pequenas e médias empresas e para o povo.
Os efeitos dessa política estão de resto bem à vista: baixos salários e reformas, não valorização de carreiras e profissões, degradação de serviços públicos, dificuldades no acesso à habitação, agravamento das desigualdades e injustiças, investimento público anémico, ausência de uma verdadeira aposta na produção nacional.