PREPARAR A FESTA, RESPONDER AOS PROBLEMAS

«lutar e intervir»

A situação económica e social do País vai-se agravando em consequência dos efeitos, directos e indirectos, de anos e anos de política de direita e de submissão às imposições da União Europeia (da responsabilidade de PS, PSD, CDS, Chega e IL) e por acção do Governo da AD, cujas opções fazem avolumar esses problemas, que se vão tornando insustentáveis.

É o caso da situação gravíssima que se vive nos blocos de partos e urgências de obstetrícia do Serviço Nacional de Saúde (SNS), desastre há muito anunciado e mais do que isso, uma consequência esperada e desejada da política de saúde do actual e do anterior governo, como o PCP denunciou na passada terça-feira. Acumulam-se encerramentos intermitentes, horários reduzidos, transferências para centenas de quilómetros de distância, viagens de hospital para hospital à espera de uma porta aberta e de uma vaga, num total desrespeito pelo direito a um parto tranquilo e em segurança e a uma resposta ginecológica e obstétrica de qualidade.

É esta situação que tem motivado a luta dos profissionais de saúde, nomeadamente as greves dos médicos e enfermeiros, e que levou o PCP a tomar posição a semana passada e, de novo, esta semana, reafirmando,uma vez mais, que são necessárias medidas urgentes, entre outras, o aumento da remuneração base dos profissionais, carreiras com progressão e dedicação exclusiva com majoração de 50 por cento no SNS; o reforço imediato do investimento e financiamento do SNS; a gestão pública, com autonomia, de todas as unidades do SNS e dos respectivos serviços; a contratação imediata dos médicos especialistas recentemente formados; a gratuitidade de medicamentos para maiores de 65, doentes crónicos e com insuficiência económica; a fiscalização da prestação dos cuidados no sector privado, quer os que são contratados pelo SNS ou outras entidades públicas, quer os que são prestados directamente aos utentes.

Entretanto, aumentam as dificuldades no acesso à habitação, bem como não param de subir os preços de diversos bens e serviços essenciais.

É neste quadro que a recente divulgação dos lucros de 13 das 16 empresas cotadas em bolsa (PSI), nos primeiros seis meses deste ano, trouxe a público dados verdadeiramente escandalosos: lucros na ordem dos 17 milhões de euros por dia, o que significa um aumento de 27,5 por cento relativamente a período homólogo de 2023.

Lucros escandalosos, sublinhe-se, a que não são alheios os sucessivos benefícios concedidos pelo Governo a estas empresas, de que é exemplo a anunciada redução do IRC.

Ora, este é o mesmo Governo que se recusa a aumentar salários e pensões, justificando que não há dinheiro. É o mesmo que persiste em não resolver os gravíssimos problemas na área da saúde, que não responde às reivindicações dos médicos, enfermeiros e de tantos outros profissionais de diferentes sectores, que não garante o acesso à habitação a um grande número de portugueses.

É neste quadro que se desenvolve a luta dos trabalhadores e das populações e o PCP intervém, insistindo na necessidade de uma política alternativa, patriótica e de esquerda, que responda aos problemas do País.

Entretanto agrava-se a situação internacional, nomeadamente no Médio Oriente, com o prosseguimento do genocídio do povo palestiniano e da política de assassinatos por parte de Israel, perante o silêncio cúmplice do Governo português e de órgãos da comunicação social – que não condenam estes actos criminosos, chegando alguns comentadores a banalizá-los –, e com a escalada de guerra que as autoridades israelitas levam a cabo contra vários países, em particular o Irão, a elevar-se para um novo patamar.

Também a República Bolivariana da Venezuela está a ser alvo de uma operação golpista, sustentada numa ampla campanha de desinformação e manipulação, que é promovida pelos EUA e a extrema-direita venezuelana e por todos quantos, incluindo em Portugal, ao longo dos últimos 25 anos, estiveram e apoiaram todos os golpes de estado e operações de desestabilização contra a Venezuela.

Neste contexto, o PCP reafirmou a solidariedade com a Venezuela bolivariana e com a determinada luta do povo venezuelano pelo seu direito a decidir soberanamente o seu caminho de paz, desenvolvimento e progresso social, livre de ingerências externas.

O PCP prossegue a preparação do seu XXII Congresso, sob o lema «Força de Abril. Tomar a iniciativa, com os trabalhadores e o povo. Democracia e socialismo» e prepara a 48.ª edição da Festa do Avante!, que se realizará nos dias 6, 7 e 8 de Setembro. Uma Festa que sendo a maior iniciativa político-cultural no País, deve continuar a merecer a mais ampla divulgação, tal como a venda antecipada da EP, envolvendo os membros do PCP e da JCP, mas também muitas outras pessoas sem filiação partidária, muitos amigos da Festa, da JCP e do Partido: dando a conhecer o seu programa e mobilizando para a participação, para que ela seja, mais uma vez, um importante momento de encontro, camaradagem e convívio; uma forte expressão de luta e confiança no futuro.