- Nº 2644 (2024/08/1)
As Organizações Regionais na Festa do Avante!

«Viajar pelo País» e conhecer as lutas e realidades de cada região

Festa do Avante!

«Ir a Setúbal» ou «à Madeira» ganham outro significado na Festa: nos dias 6, 7 e 8 de Setembro poder-se-á «saltar» de uma região para outra, visitando os espaços das organizações regionais do Partido dispostos em todo o recinto da Quinta da Atalaia. A história, lutas, aspirações, património, gastronomia, produtos regionais e artesanato terão um papel central numa Festa que, sendo do povo, não poderia deixar de reflectir a diversidade das regiões do País e as suas manifestações culturais.

A SATA e a necessidade da sua manutenção como empresa pública ao serviço da região será o foco do espaço dos Açores, passando por questões como a contradição entre o crescimento do turismo (e dos seus «benefícios») e um desenvolvimento económico sustentável.

A noção de que sem transportes, produção, habitação, saúde e educação os Açores não se desenvolvem será presença neste espaço regional.

No espaço do Alentejo, a exposição política, debates, momentos culturais, decoração e murais terão por temática os 50 anos do 25 de Abril e a afirmação e defesa dos seus valores. Aqui, serão abordadas questões como a exploração, opressão e violência durante 48 anos de fascismo, a resistência do povo e o património de intervenção e luta do PCP na região. A memória dos que deram a vida pela liberdade, como Catarina Eufémia ou Caravela e Casquinha, as conquistas de Abril e o seu significado no desenvolvimento da região e os 10 anos da elevação do cante alentejano a património imaterial da humanidade serão, também, tratados. O pavilhão alentejano contará, ainda, com espaço para a valorização do movimento associativo (em particular o centenário da Casa do Alentejo).

As questões relativas àhabitação ganharão centralidade no espaço do Algarve, sendo abordadas tanto a situação do antes e depois da Revolução de Abril, como as conquistas e respostas para a garantia deste direito, e os constrangimentos sofridos neste âmbito, fruto da política de direita. A temática marcará presença num debate no espaço algarvio relativo ao cinquentenário do 25 de Abril, o SAAL e o problema da habitação hoje.

«Abril é Cultura» será o tema do espaço de Aveiro, passando pelo acesso a bens e serviços culturais, participação na vida cultural e desenvolvimento de actividades culturais próprias no País. Particular destaque será dado à promoção da criatividade e da criação, dimensões que representam, hoje, exigências fundamentais, que passarão por um debate sobre a Revolução de Abril e a democratização da cultura (desde o acesso à criação e fruição culturais).

Esposende será a cidade em foco no espaço de Braga. O mar, a pesca, o litoral, os moinhos e o farol serão elementos-chave a tratar sobre o concelho, um dos 14 do distrito, dos nove atravessados pelo rio Cávado, e o único com costa marítima.

A resistência, a memória de destacados comunistas e a intervenção do PCP no concelho serão, igualmente, referenciados no espaço, a par das conquistas de Abril no concelho e as muitas que ainda faltam alcançar (como as que afectam a comunidade piscatória).

As reivindicações das populações (e do Partido) merecerão o devido destaque, nomeadamente a construção da barra de Esposende e a defesa do Parque Natural do Litoral Norte.

Nesta Festa, o espaço de Bragança terá como elementos em foco a Revolução de Abril e o nascimento de uma das suas mais relevantes conquistas: o Poder Local Democrático.

Esta temática marcará presença tanto na decoração e exposição do espaço, como num debate sobre democracia e participação popular no Poder Local Democrático.

O espaço de Castelo Branco e Guarda irá reflectir a actualidade da luta dos trabalhadores por uma vida melhor na região e no País, tendo por guia a defesa dos valores de Abril no futuro de Portugal.

Num espaço decorado com elementos da identidade regional e onde será abordada a actividade do Partido nos dois distritos, decorrerá um debate sobre a luta em defesa da natureza e ambiente na Beira Interior.

«O futuro é Abril! Afirmar Abril e o seu projecto como referência no presente e futuro» será o tema a destacar no espaço de Coimbra, onde, a par da apresentação do segundo número da Fábrica,revista do Sector Intelectual da região, dedicada ao cinquentenário deste marco da nossa história, se poderá assistir a um debate sobre a temática e ver uma exposição com objectos e memórias da Revolução.

«De Janeiro a Abril, muitos anos de luta»será o mote da decoração do espaço de Leiria, em referência aos 90 anos do 18 de Janeiro de 1934 e aos 50 anos do 25 de Abril.

Num importante distrito do ponto de vista económico, onde a classe operária é abundante e a acção organizada dos trabalhadores e das populações tem história, será dado destaque à actualidade da luta pelos direitos laborais e sociais e pela resposta a necessidades na saúde, educação, mobilidade e transportes, bem como à intervenção do PCP na região.

Com diversos painéis criados por diferentes artistas, o espaço de Lisboa dará expressão à luta dos trabalhadores, tendo por lema «És tu quem produz a riqueza! Valorizar o trabalho e os trabalhadores».

Aqui, continuarão os tradicionais espaços do Alfarrabista, Feira da Ladra, Pavilhão do Coleccionador e Sai-Sempre.

Em destaque estarão, igualmente, as noites de fado, bem como a apresentação do 31.º Caderno Vermelho e um debate sobre trabalhadores e novas tecnologias.

Para a Festa, o espaço da Madeira contará com uma exposição sobre os presos políticos na região ao longo da ditadura fascista.

Baseada num trabalho de investigação desenvolvido pelo jornalista Élvio Passos e pelo advogado João Pala Lizardo, a exposição irá desmentir a falsa ideia de que o fascismo e a PIDE tiveram uma branda intervenção no arquipélago. Muito pelo contrário: como será mostrado, ao longo de 48 anos, existiram mais de 1800 presos políticos na região.

O espaço de Setúbalterá duas exposições sob o mote: «São os trabalhadores que produzem a riqueza na Península de Setúbal»; e «Odete Santos, mulher de Abril».

Os visitantes poderão contar, também, com uma homenagem a esta actriz, advogada e militante comunista setubalense, bem como com debates sobre a Arrábida e a sua candidatura a reserva da biosfera, e sobre o Plano de Desenvolvimento do Partido para a região.

No âmbito dos 50 anos da Revolução de Abril, o espaço de Santarém evidenciará as várias formas de luta e participação dos trabalhadores do Ribatejo na resistência (de 1926 a 1974) e no processo revolucionário. Será, igualmente, abordada a necessidade do cumprimento do projecto e valores de Abril como elemento central para o desenvolvimento do distrito e do País.

O espaço de Viana do Castelo apresentará uma exposição sobre os ataques terroristas contra o PCP e os comunistas no Alto Minho, verificados em 1975 e 1976, no que se revelará um importante contributo para a história do processo revolucionário, um acto de denúncia e um contributo para memória futura.

Nesta senda, será, também, apresentado o livroApontamentos sobre os ataques terroristas contra o PCP e os comunistas no Alto Minho 1975/76.

Nesta Festa, a ferrovia terá o merecido destaque no espaço de Vila Real.

Numa altura em que infra-estruturas como a alta velocidade ferroviária ganham uma nova centralidade, os comunistas vila-realenses apresentarão as posições do Partido sobre este importante serviço que se quer público, de qualidade e verdadeiramente promotor do desenvolvimento da região e do País.

A luta dos baldios, conquista de Abril e dos povos serranos será tema em destaque (e objecto de debate) no espaço de Viseu, num foco repartido com a efeméride da abertura do primeiro centro de trabalho na capital do distrito (obra de comunistas e democratas do concelho, como Diamantino e Luzia Henriques), com a reprodução da pintura de uma das suas paredes, da autoria de José Mouga.

 

 

Pavilhão do Imigrante

A solidariedade entre trabalhadores de todas as nacionalidades, unidos contra a exploração, as injustiças e as desigualdades e na luta por um mundo melhor, estará, mais uma vez, presente no Pavilhão do Imigrante.

Neste espaço, estará patente uma exposição que abordará os 50 anos do 25 de Abril, das lutas anti-coloniais às lutas dos imigrantes em Portugal.

Será, ainda, realizado um debate sobre a actualidade da vida e obra de Amílcar Cabral.

 

 

Pavilhão da Emigração

Espaço habitual de encontros, reencontros e convívio, sobretudo para os que vivem e trabalham fora de Portugal, o Pavilhão da Emigração estará, uma vez mais, presente na Festa, contando com uma exposição alusiva à emigração portuguesa e à intervenção e propostas do PCP em defesa dos direitos das comunidades portuguesas.

 

 

Pavilhão da Mulher

O Pavilhão da Mulherdará, novamente, visibilidade à luta pela igualdade das mulheres e pela sua emancipação social, numa sociedade liberta da exploração, injustiças, opressão e violências.

No cinquentenário do 25 de Abril, as conversas que aqui terão lugar darão destaque ao contributo da luta das mulheres na resistência ao fascismo e contra o papel de subalternidade que lhes foi imposto, e à participação das mulheres na Revolução por conquistas e direitos que deram corpo a uma nova condição e estatuto social, consagrados na Constituição.

Serão, igualmente, abordadas as lutas das últimas décadas contra as consequências da política de direita, responsável pela persistência de discriminações, falta de alcance social e político na prevenção e combate a violências, e incumprimento de direitos.

 

 

Gastronomia

Além de política, a «viagem pelo País» é, também, gastronómica. Nos três dias, o visitante poderá comer pratos típicos de cada região no espaço da respectiva Organização Regional.

Começando nos Açores, poderá desfrutar de morcela com ananás, ir ao Alentejo comer carne de porco à alentejana, ao Algarve aproveitar belos pratos de marisco, ou a Aveiro deleitar-se com leitão à Bairrada. Os mesmos adjectivos se aplicam ao bacalhau à Braga ou, em Bragança, à posta mirandesa.

Em Castelo Branco e Guarda, o visitante contará com maranhos da Beira Baixa, podendo dar de seguida «um salto» a Coimbra e à sua chanfana regional, a Leiria e às migas do Oeste ou à Madeira e à sua carne de vinha e alhos.

Por fim, a «viagem gastronómica» do visitante terá a possibilidade de passar pelo choco frito em Setúbal, leitão em Lisboa, francesinha no Porto, guisado de touro bravo em Santarém, arroz de sarrabulho em Viana do Castelo ou posta arouquesa em Viseu.

O visitante mais curioso, poderá ainda parar no Pavilhão da Emigração, e desfrutar de uma salsicha alemã, ou no Pavilhão do Imigrante, e comer uma cachupa rica.

 

 

Artesanato e produtos regionais

Também no que toca ao artesanato e produtos regionais a oferta varia de espaço para espaço, reflectindo o património diversificado das regiões portuguesas.

Se a preferência do visitante forem os queijos, poderá passar nos Açores (com queijos de diversas ilhas) ou em Castelo Branco e Guarda (onde lhe aguardará queijo da serra DOP).

Já se a opção forem bebidas para entreter o animado convívio na Festa, a escolha poderá recair no vinho do Porto, no medronho do Algarve, na poncha da Madeira ou nos moscatéis de Palmela, em Setúbal, ou da Região do Douro, em Vila Real.

Para os aficcionados por doçaria regional, certamente possibilidades a ter em conta serão os ovos moles de Aveiro, os doces de Sintra, em Lisboa, as queijadas de Tentúgal, em Coimbra, o folar de Vouzela, em Viseu, ou o arrepiado de Torres Novas, em Santarém.

Por fim, o visitante que quiser adquirir produtos artesanais poderá optar pelo artesanato de madeira e cortiça do AlentejoLitoral, máscaras de madeira e metal de Bragança, peças em vidro da Marinha Grande, em Leiria, peças exclusivas da olaria de Barcelos, em Braga, ou bordados e renda de Santa Marta de Portuzelo, em Viana do Castelo.