31 Julho 1914 – Assassinato de Jean Jaurès
Jean Jaurès, destacado dirigente socialista francês, foi assassinado a tiro quando jantava com amigos no Café du Croissant, em Paris. O autor dos três disparos, dois dos quais fatais, foi o estudante de arqueologia Raoul Villain, de 29 anos, dito desequilibrado, aficionado do jornal nacionalista L’Action Française, que na véspera apelara à morte de Jaurès. Este batia-se desde 1913 contra a «lei dos três anos», que visava alterar de dois para três anos o tempo do serviço militar e prolongar até aos 28 anos as obrigações militares dos homens, período em que qualquer um podia ser chamado a servir. Reconhecido pela integridade moral, dotes jornalísticos e pelo talento oratório de que fez prova na Câmara dos deputados e na actividade política, Jaurès, professor de filosofia e homem de grande cultura, defendia um exército reservista de vocação defensiva, o Novo Exército, o que lhe valeu o ódio de nacionalistas e belicistas. A reputação de pacifista que o distinguiu até à morte ficou selada após um célebre discurso na Câmara de deputados, em Março de 1895, que deixou para a posteridade uma ideia lapidar: «O capitalismo contém em si a guerra tal como a nuvem contém a tempestade.» O corpo de Jean Jaurès repousa no Panteão, mausoléu dos ilustres franceses.