«Última flor do Lácio, inculta e bela, /…/Amo-te assim, desconhecida e obscura…/Amo o teu viço agreste e o teu aroma/De virgens selvas e de oceano largo!/Amo-te, ó rude e doloroso idioma…» Os versos do poeta brasileiro Olavo Bilac à Língua Portuguesa remetem para a sua origem latina e para a sua expansão pelo mundo: é a única língua românica falada nos cinco continentes. A esta língua, que segundo o Instituto Camões é a mais falada no hemisfério Sul e que deverá contar em 2050 com cerca de 335 milhões de falantes, é atribuída a provecta idade de 810 anos, embora na verdade não seja possível datar com precisão o surgimento de qualquer língua. Falado muito antes de ser escrito, o português «nasce» com o primeiro registo oficial reconhecido pelos historiadores: o testamento de D. Afonso II, que está depositado na Torre do Tombo, em Lisboa. A documentação foi escrita em latim até ao reinado de D. Diniz, monarca que institui o português como língua oficial da corte e determina que os documentos sejam escritos em português. Fruto da miscigenação das línguas locais com as línguas dos invasores romanos, germânicos e árabes, o português espalhou-se pelo mundo com as navegações e é hoje a terceira língua mais falada no Ocidente e a nas redes sociais.