A LUTA INTENSIFICA-SE

«Pelos sa­lá­rios e os di­reitos»

O Go­verno con­tinua em­pe­nhado em levar por di­ante a po­lí­tica de di­rei­taque está na origem das in­jus­tiças e de­si­gual­dades que marcam a vida dos tra­ba­lha­dores e do povo.

Por outro lado, para lá da ope­ração de pro­pa­ganda com que pre­tende es­conder as reais op­ções po­lí­ticas que nor­teiam a sua acção, o Go­verno – e os par­tidos que na AR dão su­porte às suas me­didas – mantém-se ao ser­viço dos grupos eco­nó­micos e, numa linha de apro­fun­da­mento da ex­plo­ração, aposta na des­va­lo­ri­zação do que ver­da­dei­ra­mente in­te­ressa aos tra­ba­lha­dores e ao povo, ou seja, o au­mento geral dos sa­lá­rios, em pelo menos 15 por cento com um mí­nimo de 150 euros, e a fi­xação já este ano do Sa­lário Mí­nimo Na­ci­onal nos mil euros.

Como o PCP re­co­nhece, su­blinha e propõe, é isso mesmo que é ur­gente ene­ces­sário fazer para tornar o País mais justo e atrac­tivo: dis­tri­buir uma parte muito mai­or­da­ri­queza criada por quem tra­balha e ver­da­dei­ra­mente a produz e faz fun­ci­onar a eco­nomia e o País.

Como su­bli­nhou, mais uma vez, na sexta-feira pas­sada em Vila Franca de Xira, o Se­cre­tário-Geral do PCP, «au­mentar sa­lá­rios, res­peitar os tra­ba­lha­dores, va­lo­rizar car­reiras e pro­fis­sões, é este o ca­minho e só este, para com­bater as in­jus­tiças e as de­si­gual­dades, ga­rantir o de­sen­vol­vi­mento do País e as­se­gurar a cons­trução da vida me­lhor a que todos têm di­reito».

Na se­mana pas­sada o Go­verno anun­ciou um grande en­ve­lope an­ti­cor­rupção, a que chamou «Agenda An­ti­cor­rupção». E, como ocorre re­la­ti­va­mente a ou­tras me­didas, as ma­té­rias de com­bate à cor­rupção foram ob­jecto de pro­pa­ganda, sem uma pa­lavra se­quer para con­denar a pro­mis­cui­dade entre o poder po­lí­tico e o poder eco­nó­mico ou a sub­missão do pri­meiro ao se­gundo; sem uma re­fe­rência que fosse às pri­va­ti­za­ções como uma das prin­ci­pais causas da cor­rupção; sem uma alusão aos pa­raísos fis­cais e ao trá­fico de in­fluên­cias, que, pelo con­trário, agora querem nor­ma­lizar, re­gu­la­men­tando o cha­mado «lob­bing», que mais não é do que o trá­fico de in­fluên­cias sob forma legal. Por outro lado, se como diz o Go­verno um dos ob­jec­tivos é dar«maior ce­le­ri­dade» aos pro­cessos, porque não re­solve então os reais pro­blemas que a im­pedem, do­tando as au­to­ri­dades ju­di­ciá­rias e os tri­bu­nais dos re­cursos hu­manos de que ca­recem?

E, ao mesmo tempo que o Go­verno do PSD e CDS avança com este «pa­cote», o PS, como tem feito re­la­ti­va­mente a muitas ou­tras ma­té­rias, em vez de se afirmar como opo­sição a estas me­didas, anima uma es­pécie de«faz-de-conta», com­pro­me­tido que está com esta po­lí­tica, tal como estão, o Chega e a IL.

Da parte do PCP, sejam quais forem as cir­cuns­tân­cias, as­su­mirá o seu com­pro­misso de sempre com os tra­ba­lha­dores, o povo e o País. Um com­pro­misso que se ex­pressa todos os dias, para o que der e vier, em todas as frentes, com a sua ini­ci­a­tiva e in­ter­venção.

O PCP es­tará hoje, como sempre es­teve, no com­bate às de­si­gual­dades e in­jus­tiças, pelo au­mento dos sa­lá­rios e das pen­sões, no com­bate à pre­ca­ri­e­dade e à des­re­gu­lação dos ho­rá­rios, pela sal­vação e re­forço do Ser­viço Na­ci­onal de Saúde; pelo acesso à ha­bi­tação; pelos di­reitos das cri­anças; pela re­gu­la­ri­zação ex­tra­or­di­nária dos imi­grantes; pelo firme com­bate à li­be­ra­li­zação da fer­rovia e à pri­va­ti­zação da TAP.

Este é o po­si­ci­o­na­mento que re­sulta da sua co­e­rente ati­tude de servir sempre os tra­ba­lha­dores e o povo e de as­sumir, com fir­meza, a de­fesa dos in­te­resses na­ci­o­nais. De­sen­vol­vendo a sua ini­ci­a­tiva pela res­posta aos pro­blemas, pela rup­tura com esta po­lí­tica, pela al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda, cuja con­cre­ti­zação se torna pre­mente. In­ter­vindo, com de­ter­mi­nação mas também com con­fi­ança num fu­turo me­lhor, por um País de­sen­vol­vido, de pro­gresso so­cial e de paz.

É que, como ainda há pouco o Co­mité Cen­tral do PCP vol­tava a afirmar, o ca­pital e os seus meios, podem muito mas não de­ter­minam tudo. A luta dos tra­ba­lha­dores e do povo, a in­ter­venção do PCP e de muitos ou­tros de­mo­cratas e pa­tri­otas, nesta ba­talha,serão sempre os fac­tores de­ci­sivos.

Por isso mesmo, é do in­te­resse dos tra­ba­lha­dores, do povo e do País dar mais força ao PCP e à luta. Luta que se de­sen­volve e in­ten­si­fica, como se está a ver nas em­presas e lo­cais de tra­balho e se viu, de forma par­ti­cular, nesta se­mana de es­cla­re­ci­mento, acção e luta da CGTP-IN, que ar­rancou no dia 20 e hoje cul­mina, com nu­me­rosas ac­ções con­ver­gentes por todo o País.

Uma luta dos tra­ba­lha­dores, das po­pu­la­ções e de di­fe­rentes ca­madas e sec­tores, de res­posta e re­sis­tência, mas também com­pos­si­bi­li­dades de avanços,uma luta que dá con­fi­ança, e que terá de con­ti­nuar e de se in­ten­si­ficar.

Da mesma forma, o PCP toma a ini­ci­a­tiva, quer na pre­pa­ração da Festa do Avante!, com pri­o­ri­dade à sua di­vul­gação e venda da EP, quer na con­ver­gência com de­mo­cratas e pa­tri­otas, quer na pre­pa­ração do seu XXII Con­gresso, de que será um im­por­tante mo­mento a re­a­li­zação da reu­nião do Co­mité Cen­tral, amanhã, e o de­bate que se de­sen­volve nas or­ga­ni­za­ções do Par­tido.

Im­porta, pois, de­sen­volver esta acção, certos de que, in­de­pen­den­te­mente das cir­cuns­tân­cias, a luta dos tra­ba­lha­dores e do povo vai pros­se­guir. E, es­ti­mu­lando-a, com ela pros­se­guirá também a ini­ci­a­tiva, a in­ter­venção e o re­forço do PCP.