A voz da democracia, dos direitos e da paz

Paulo Raimundo, acompanhado por Bernardino Soares e Alma Rivera, apresentou ao final da manhã de quarta-feira, 12, as conclusões da reunião do Comité Central do PCP realizada na véspera (cujo comunicado publicamos na íntegra nestas páginas). Na sua declaração, o Secretário-Geral do Partido começou por sublinhar o «enorme significado político» do resultado alcançado pela CDU nas eleições para o Parlamento Europeu, que garante na União Europeia uma «voz de coragem e insubstituível».

Aos que votaram na coligação PCP-PEV, o Secretário-Geral comunista valorizou a opção tomada pela «visão corajosa do presente e do futuro de Portugal e da Europa, contrariando o conformismo e obscurantismo amplamente difundidos». E destacou os que não se deixaram «limitar pelo medo, a chantagem, pelos dogmas do neoliberalismo e a perigosa lógica da confrontação, e apoiaram e votaram por uma visão progressista, de liberdade, democracia e de paz na Europa».

Para Paulo Raimundo, estes votos têm um grande significado, ao demonstrarem que são muitos os que vêem «para lá das cortinas de fumo, das manipulações e da promoção do preconceito», que «não se deixaram condicionar face a manobras que persistem, de desvio de atenções do que realmente estava em causa», que já se aperceberam que a luta contra a extrema-direita e as forças reaccionárias não se faz com slogans, mas com a «efectiva resposta às dificuldades» pelas quais passa a larga maioria. Valorizou ainda o «espaço que se alarga e cresce», dos que recusam a guerra como futuro dos povos e não desistem da defesa da paz.

«Por um País mais justo e soberano, por uma Europa de paz e cooperação» foi um compromisso de campanha, que será agora concretizado, garantiu. O resultado bem pode ter ficado aquém das possibilidades, mas possibilita a intervenção de um deputado do PCP e, com ele, a voz dos trabalhadores e do povo, a voz da paz continuará a estar presente no PE. Comentando os resultados gerais das eleições, o dirigente comunista prevê o acentuar do caminho da Europa «nas mãos das multinacionais e onde tudo é negócio: a saúde, o ambiente, a guerra e a morte», num projecto que é assumido há muito por PS, PSD e CDS, a que se juntarão agora o Chega e a IL.

Da parte dos comunistas e dos seus aliados, o rumo está traçado e a determinação é mais do que muita: lutar em defesa dos direitos e condições de vida dos trabalhadores e do povo, contra a exploração, as desigualdades e as discriminações, por um País mais desenvolvido e soberano, pela democracia e a paz.

 



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