CDU continuará a intervir no PE pelo caminho alternativo que se impõe

«Vale a pena lutar, vale a pena construir», sublinhou o Secretário-Geral do PCP, Paulo Raimundo, no domingo, 9, face à eleição do primeiro candidato da CDU, João Oliveira, como deputado no Parlamento Europeu (PE).

Resultado da CDU foi construído por uma forte campanha de massas por todo o País

Foi sob fortes aplausos que uma delegação da CDU, encabeçada por Paulo Raimundo e João Oliveira, entrou na sala de um hotel de Lisboa para prestar declarações aos jornalistas e aos muitos activistas da coligação que ali se encontravam a acompanhar os resultados eleitorais. Entre as salvas de palmas, um mote certeiro, apontado à continuação do trabalho no Parlamento Europeu: «CDU avança com toda a confiança!».

João Oliveira, que interveio antes e depois de ser confirmada a sua eleição, endereçou as primeiras palavras de saudação a todos «aqueles que construíram a campanha da CDU»: os milhares de activistas e apoiantes, membros do PCP, do PEV e da ID ou pessoas sem filiação partidária que, durante os últimos meses, edificaram uma verdadeira campanha de massas, contactando trabalhadores, pequenos comerciantes, estudantes, pequenos agricultores, entre muitos outros, de Norte a Sul, no Continente e nas Regiões Autónomas.

Uma campanha que se fez nas ruas, ouvindo e garantindo que «as consciências se abriram», sublinhou o deputado eleito, para «aspectos que teriam sido arredados» do debate não fosse a intervenção da CDU, como salários, reformas, SNS ou habitação.

João Oliveira saudou, ainda, «todos aqueles que votaram na CDU», porque «não se deixaram condicionar» pela «campanha de mentira» e pela «bipolarização artificial», conseguindo «ver para lá das cortinas de fumo» e fazendo lembrar a todos os que se regozijariam com a saída da CDU do PE que, «para lá do pensamento único, há quem resista, reflicta e afirme o caminho alternativo».

Uma coisa é certa, garantiu: «a voz do povo continuará a fazer-se ouvir na Europa.»

Combate que continua

Por seu lado, Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, frisando a «dinâmica de forte mobilização» da campanha (com especial referência à actuação e criatividade da juventude), destacou que, da parte de muitos (inclusive dos órgãos de comunicação social) decorreu uma «campanha de menorização» da coligação, assente na ideia de que «hoje iriam calcar o desaparecimento da CDU» do PE. «Enganaram-se», afirmou, sob fortes aplausos.

«Conseguimos construir um resultado voto a voto», referiu, que não é alheio à intervenção dos deputados do PCP no PE nas últimas décadas e, em particular, nos últimos cinco anos.

«A eleição do deputado da CDU representa a garantia da continuação de um trabalho que», sublinhou, «não encontra paralelo em nenhuma outra força política, em defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo, do País e de uma Europa de paz e cooperação».

Por fim, Paulo Raimundo vincou uma ideia essencial: prosseguir esse combate que é necessário continuar a travar no PE por um caminho alternativo, defendendo o País na UE, e não a UE no País.

E, perante a alegria e confiança dos presentes, referiu que «hoje festejamos, para amanhã voltar ao combate, que é para isso que cá estamos».

Na mesa estiveram, ainda, o mandatário nacional da CDU, João Rodrigues; Mariana Silva, da Comissão Executiva do PEV; João Geraldes, presidente da ID; e Deolinda Machado, da Coordenadora Nacional da CDU.

 

Trabalho sem igual

Os deputados Sandra Pereira e João Pimenta Lopes, respectivamente segundo e terceiro candidatos da lista da CDU, tal como João Ferreira (que exerceu o mandato na fase inicial) envolveram-se profundamente na campanha eleitoral, projectando o trabalho realizado, tantas vezes voltando onde tinham já estado e prestando contas do que entretanto fizeram. Defendendo, sempre, os interesses dos trabalhadores e do povo, o desenvolvimento e a soberania do País.

Durante os últimos cinco anos, os deputados do PCP no Parlamento Europeu desenvolveram uma actuação ímpar na defesa dos interesses dos trabalhadores, do povo e do País, caracterizada por um profunda ligação à realidade nacional e aos problemas concretos da vida de cada um.

Só durante este período, os eleitos comunistas efectuaram mais de 517 intervenções em plenário, cerca de 525 perguntas escritas à Comissão Europeia e ao Conselho, 3076 declarações de voto, acompanharam directamente 71 relatórios , 64 pareceres e 25 resoluções. Além disso, intervieram centenas de vezes em comissões e apresentaram milhares de propostas de alteração a textos legislativos e não legislativos.

A par do trabalho institucional, os deputados do PCP no PE (como é característica dos eleitos da CDU) não se distanciaram da realidade concreta do País, antes pelo contrário – continuaram a ouvir e esclarecer em cerca de 1559 iniciativas diferenciadas, que passaram por: contactos com trabalhadores em 481 empresas e locais de trabalho, e com a população em 313 feiras, mercados, centros comerciais e localidades; 233 contactos com MPME, pequenos agricultores e pescadores; visitas e encontros com 35 organizações representativas dos trabalhadores, 180 instituições, 19 estruturas de reformados, 25 escolas e universidades, e 45 outros locais (como obras públicas ou parques); 228 sessões, tribunas, debates e conferências; contactos com trabalhadores e utentes de 93 instituições de saúde.

Um trabalho que passou, vale a pena recordar, por todos os distritos e regiões autónomas, em particular nas jornadas de trabalho levadas a cabo entre Setembro de 2022 e Outubro de 2023.

 



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