Faleceu, no dia 31, com 79 anos, Alfredo Vieira de Sousa, cantautor e membro do Grupo Outubro, informou o também músico Samuel Quedas.

Activo entre meados dos anos 70 e início dos anos 80, licenciou-se em Direito, tendo, por altura do pós-25 de Abril, unido esforços com Carlos Alberto Moniz, Madalena Leal, Maria do Amparo e Pedro Osório para criar o Grupo Outubro.

Conjunto com dois álbuns lançados – A cantar também a gente se entende, de 1976, e Cantigas de ao pé da porta, de 1977 –, neste segundo o Grupo Outubro sofisticou a sua produção, procurando raízes na música tradicional portuguesa. Em ambos os discos, enveredaram por temas políticos, com um alinhamento claramente progressista, desde as questões do combate à guerra e a da defesa da paz (presente na letra de «Senhores da guerra»)à actuação das comissões de trabalhadores e moradores e a democratização do poder local (na canção «Em frente Varge Mondar, Cabra-Figa e Asfamil»).

O cantor foi, também, autor de um único disco a solo, com o single «Braço dado minha gente», que teve por lado B «Um carneiro no país de freitas», tendo, ainda, participado na letra de «Companheiro Vasco», bem como em canções de Zeca Afonso, Luísa Basto ou Adriano Correia de Oliveira. Foi, também, cooperador da Sociedade Portuguesa de Autores e membro da direcção da cooperativa «Cantar Abril».