2024 – Louisiana proíbe pílulas abortivas

O governador republicano da Louisiana, Jeff Landry, tornou-se o primeiro governador dos EUA a assinar uma lei que criminaliza o uso dos medicamentos mifepristone e misoprostol, conhecidos como pílulas abortivas. O procedimento mais praticado em todo o mundo e recomendado pela Organização Mundial da Saúde na interrupção medicamentosa da gravidez utiliza a associação daqueles medicamentos, cujo efeito é equiparável ao de um aborto espontâneo. O método é considerado seguro e eficaz até à 9.ª semana de gravidez, com uma taxa de eficácia de 98%. A Louisiana, onde o aborto é proibido, mesmo em casos de violação e incesto, e só admissível quando há perigo de vida, decidiu restringir e criminalizar ainda mais os cuidados de saúde reprodutiva, apesar de ter taxas de mortalidade materna e infantil das mais altas dos EUA, sobretudo entre pessoas negras e mestiças. A lei estadual, vista como mais uma arma da supremacia branca, rotula o mifepristone e o misoprostol como «substâncias controladas perigosas», a par de drogas como a heroína e a metanfetamina, e penaliza a sua posse sem receita médica com pena de prisão até cinco anos, sendo a distribuição punível até 10 anos de prisão. A taxa de mortalidade materna nos EUA quase duplicou entre 2018 e 2023.