«Queremos aqui o centro de saúde!», lia-se numa faixa da Plataforma Pela Construção do Centro de Feijó, onde decorreu, sexta-feira, 31, uma Tribuna Pública da CDU «Pela defesa do Serviço Nacional de Saúde» (SNS), que contou com a participação do Secretário-Geral do PCP. Com Paulo Raimundo, na tribuna estiveram Luís Palma, presidente da Junta de Freguesia de Laranjeiro e Feijó, eleito pelas listas da CDU, e Luísa Ramos, da Comissão de Utentes de Almada.
Luísa Ramos começou por lembrar que a Plataforma já recolheu mais de quatro mil assinaturas, entregues na Assembleia da república, a exigir a construção do Centro de Saúde, porque o actual «não serve», face à ausência de instalações adequadas e com capacidade para prestar cuidados de saúde à população.
Paulo Raimundo alertou para a carência de trabalhadores (médicos, enfermeiros, técnicos, auxiliares) na área da saúde, o «maior problema» que actualmente o SNS enfrenta e que o Governo PSD-CDS não vai resolver, muito menos com o seu Plano de Emergência e Transformação da Saúde, apresentado na passada semana, que apenas garante «financiamento aos grupos económicos que fazem da doença o seu negócio». «O plano de emergência do Governo não tem uma única consideração para fixar profissionais, para valorizar as suas carreiras e profissões, para dar condições de trabalho e aumentar salários», acusou o Secretário-Geral do PCP, referindo que «isto é gozar com quem trabalha e trabalhou uma vida inteira». Na sua intervenção, acusou ainda PS, PSD, CDS, Chega e IL de «fazer o mal e a caramunha» ao terem criado todas as condições «para a situação a que chegámos» e depois dizerem que são obrigados a socorrerem-se do privado nesta fase. «Um caminho de desmantelamento do SNS subscrito e incentivado pela União Europeia, onde tudo é negócio e passível de ser negociado», acrescentou Paulo Raimundo.