A construção do Novo Aeroporto de Lisboa (NAL) no Campo de Tiro de Alcochete e a sua entrada em funcionamento devem ser assumidos como prioridades, assume o Executivo do Organismo de Direcção do PCP na Cidade de Lisboa, que há muito que vem defendendo a desactivação progressiva, mas definitiva, do actual aeroporto. O Partido baseia esta posição nos «riscos de segurança sobejamente identificados», bem como nos «crescentes impactos negativos significativos no ambiente, na qualidade de vida e na saúde de quem vive e trabalha em Lisboa».

Ora, denuncia, a decisão anunciada pelo Governo não garante que o funcionamento do Aeroporto Humberto Delgado se circunscreva ao «tempo mínimo imprescindível» para concluir a construção do NAL. «Bem pelo contrário», afirma.

A decisão de realização de obras no actual aeroporto, com o aumento da sua capacidade, «juntamente com o horizonte temporal, não inferior a dez anos», afigura-se, para o PCP, como «totalmente injustificada, tendo em conta o tempo médio de construção de infra-estruturas desta natureza. Assim, acrescenta, a expansão da capacidade da Portela e o protelamento da construção e entrada em funcionamento do NAL «não podem deixar de ser vistos como uma submissão aos interesses da concessionária Vinci».

Recusando a realização de quaisquer obras que aumentem o tráfego no Aeroporto Humberto Delgado, o PCP propõe pelo contrário a sua diminuição, desde logo com o fim imediato dos voos nocturnos. Se for necessário, «temporariamente, até à construção e entrada em funcionamento do NAL, o Governo deve considerar o pleno aproveitamento das infra-estruturas existentes e em funcionamento, como é o caso do Aeroporto de Beja», salienta.

Os comunistas de Lisboa reafirmam ainda o que propuseram no programa com que se apresentaram às eleições autárquicas de 2021: um amplo processo de discussão pública sobre as futuras utilizações dos terrenos do Aeroporto Humberto Delgado.