CDU arranca período de campanha oficial com comícios no Porto e Setúbal

«Sempre contigo, para o que der e vier»

Dos jovens e dos reformados aos pequenos e médios agricultores, empresários e pescadores, também no Parlamento Europeu a CDU é verdadeiramente a força com que o povo, os trabalhadores e quem procura fazer vida em Portugal pode contar. Assim o comprovaram os comícios fortemente participados que se realizaram no Porto, no dia 25, e em Setúbal, no dia 26, com a presença de Paulo Raimundo e João Oliveira.

No norte do País, os apoiantes da CDU portuenses afluíram em peso à Cordoaria, ponto de encontro para o desfile que seguiria pela baixa da cidade até ao Cais dos Mercadores, na Ribeira, onde se realizaria o comício.

Pelo caminho, as diferentes palavras de ordem energicamente entoadas e as mais de dez faixas que se segurava ao longo do corpo do desfile, deixavam bem à vista as principais reivindicações dos comunistas, ecologistas e de todos os democratas que compõem a Coligação PCP-PEV: habitação, saúde, reformas, transportes, salários, emprego com direitos, entre várias outras. Exigências que mostraram, ao contrário do que outras forças procuram disseminar, que as eleições para o PE se travam a partir de todas as questões concretas que afligem o dia-a-dia dos portugueses.

Já na Ribeira do Porto, João Rodrigues, mandatário nacional da CDU, afirmou que os fundos europeus «não são benesse, mas compensação insuficiente», dizendo que «só quem pensa assim está preparado para ir para Bruxelas defender os interesses do povo».

Por seu lado, Mariana Silva, candidata e dirigente do PEV, garantiu que «as campanhas em defesa do ambiente ou as metas que na UE distribuem pelos países para a descarbonização servem apenas para esconder os objectivos de sempre: mais consumo e lucros para uns poucos».

Em Setúbal, centenas de activistas juntaram-se na Praça do Bocage onde estiveram de novo João Oliveira e Paulo Raimundo. A iniciativa, que contou com diversos candidatos e dirigentes do PCP, PEV e ID, foi aberta por um momento musical por Nuno Carpinteiro. Aqui, Mariana Silva sublinhou que só a CDU tem um «compromisso pelas condições de vida das populações e pela sua felicidade».

 

João Oliveira

«Grande jornada pela frente até dia 9 de Junho, que será levada a cabo com a determinação, o ânimo e a confiança de quem sabe que está do lado certo da história. Temos compromisso com o povo e com o País, que é verdadeiramente o compromisso de futuro. Contactar os trabalhadores, os jovens, reformados, pequenos agricultores e pescadores. Todos aqueles prejudicados com a política de direita e com as imposições da UE encontram na CDU quem dá voz às suas aspirações, quem defende a política que corresponde aos seus interesses e quem está verdadeiramente em condições de garantir que esse compromisso será cumprido e respeitado».

Bons alunos da UE

«Há agora quem se apresente como o bom aluno da UE, procurando com isso iludir os portugueses com a ideia de que é no seguimento da aceitação da subordinação do País às imposições da UE que nós podemos encontrar a resposta para os problemas do País».

Faces da mesma moeda

«Há quem queira fazer destas eleições uma coisa distante do povo e da realidade nacional […]. Naturalmente todos fazem isso para esconder as suas próprias responsabilidades nas dificuldades que o povo atravessa e que o País enfrenta, em resultado de décadas de opções de política de direita a nível nacional ou aceitando as imposições da UE, que são as duas faces da mesma moeda».

Pôr o País a produzir

«Nós não queremos um País que esteja reduzido a ser uma instância balnear da UE. Queremos um País soberano, com um caminho de desenvolvimento, um País que produza e que encontre na produção nacional a resposta às necessidade do povo. […] É preciso valorizara produção nacional, na perspectiva da reindustrialização do País, na defesa de uma política que permita o reaproveitamento dos recursos nacionais, que garanta não só a criação de emprego e de riqueza mas que, simultaneamente, assegure a sua mais justa distribuição».

Construir a paz

«Na luta pela paz continuaremos a insistir que é na CDU, os votos na CDU e serão os deputados eleitos pela CDU, aqueles que darão garantia de verdadeiramente terem a firmeza e a coragem que é necessária para dizer não à guerra, não à corrida aos armamentos, não à política de confrontação que só tem trazido desgraça e sofrimento, não apenas no continente europeu, mas também por todo o mundo.

É preciso quem afirme com coragem que não é com a guerra que se faz a paz, que é com a paz que se põe fim à guerra. É nessa batalha que continuaremos empenhados e determinados».

Regra da unanimidade

«Exigimos que os Estados sejam iguais em direitos, e isso implica defender a regra da unanimidade na UE em questões consideradas fundamentais».

Fundos comunitários

«Exigimos mais fundos comunitários para Portugal, que não são uma benesse, são uma compensação pelos prejuízos que os países sofrem pelas políticas da UE, que beneficiam os países mais poderosos e prejudicam países como o nosso».

Restrições orçamentais

«Em relação às restrições orçamentais que acabaram de ser aprovadas no PE por PS, PSD e CDS, na reforma do pacto de estabilidade e da governação económica. […] Crescentes limitações com que a UE nos quer impedir de usar o nosso OE para dar resposta aos problemas do povo e do País».

Lá se fazem, cá se pagam

«Esta batalha pelo reforço da CDU no PE é uma batalha para termos uma voz mais forte nas decisões que lá se tomam, mas que tomando-se lá, têm impactos significativos no nosso País. Temos insistido nesta frase e eu repito-a: lá se fazem, cá se pagam. E se cá se pagam, é preciso que lá haja quem as faça bem feitas, a favor do povo, do desenvolvimento do País e do aprofundamento da nossa democracia».

 

 

Paulo Raimundo

«Em primeiro lugar estão os trabalhadores, o povo e o País, em segundo lugar estão os trabalhadores, o povo e o País, e em terceiro lugar estão os trabalhadores, o povo e o País. É disto que nós precisamos no PE».

«Há quem queira transformar estas eleições numa discussão abstracta, lá em cima, na “alta política”, para se deixar de discutir aquilo que é concreto da vida das pessoas, e as consequências das opções que lá se tomam, mas são cá que se pagam».

«A alternativa virá dos que querem pôr Portugal a produzir, desenvolver a nossa base científica e tecnológica, aproveitar e potenciar todos os meios e recursos que o País tem, e tem muitos, só não estão aproveitados ao serviço da grande maioria do nosso povo».

«À boleia dos justos anseios e das justas reivindicações do nosso povo, o actual Governo PSD e CDS recorre a truques para acentuar a exploração, injustiças e desigualdades, desenrola uma política claramente ao serviço dos grupos económicos».

«A opção é entre deputados do PCP e PEV que em todos os momentos, de forma frontal, corajosa e decidida, defenderam e defendem os trabalhadores, o povo e o País. Ou deputados do PSD, PS, CDS, CH e IL, alinhadinhos e vergados que estão aos interesses da UE, contra os interesses do nosso povo e do nosso País, numa autêntica aliança anti-patriótica».

 

Deputados que nos defendam na UE

«O que precisamos são deputados que nos defendam lá, não que venham de lá defender os interesses da UE», afirmou Paulo Raimundo na sexta-feira, 24, num comício realizado ao fim da tarde no Cacém, Sintra. Uma iniciativa que saudou pela audácia e onde aproveitou para tecer duras críticas à condução da campanha para uma «discussão simplista e deturpada, seja em relação ao euro, seja em relação à integração europeia ou à escalada da guerra». E detalhou a razão pela qual pretendem «limitar e falsificar o debate». É que «um debate sério e profundo levaria à conclusão de que são PS, PSD, CDS, mas também Chega e Iniciativa Liberal, os responsáveis pela situação a que chegámos», explicou.



Realidade confirma alertas

Paulo Raimundo lembrou ainda que «estamos perante uma realidade que confirma aquilo que alertámos que o actual governo iria ser: para os problemas estruturais com que os trabalhadores e o nosso povo se confrontam, sobram anúncios e intenções; para os grupos económicos sobram medidas concretas e o mais depressa possível. Uma estratégia que aproveita todos os problemas estruturais para abrir novas oportunidades de negócio para uma minoria», acusou, antes de dar como exemplos a «mexida no IRS para não aumentar salários e baixar o IRC e a Derrama para as grandes empresas; a mexida no complemento solidário para idosos deixando de fora mais de dois milhões de reformados»; o anúncio de «medidas para habitação que não respondem a quem está sufocado com a prestação ou a renda».

O Secretário-Geral do Partido também concentrou críticas ao discurso racista e xenófobo, sublinhando que querem «que cada um de nós olhe para baixo, para o lado, encontre justificações para a sua dura realidade, quando o problema não está ao lado, em baixo, no vizinho, naquele com que nos cruzamos no café ou que veio à procura de uma vida melhor: o problema está lá em cima, nesses poucos que concentram a riqueza nas suas mãos», advertiu.