Nos 50 anos da publicação do seu primeiro número legal

Continua a ser imprescindível comprar, ler e difundir o Avante!

A 17 de Maio de 1974 saiu para as ruas o primeiro número do Avante! na legalidade: 43 anos após a sua criação, e na sequência de mais de três décadas de publicação ininterrupta nas duras condições de clandestinidade, o órgão central do PCP podia finalmente ser escrito, impresso e lido livremente, com a foice e o martelo e o mote «Proletários de todos os países, uni-vos!». Disputado nas ruas, teve uma tiragem de 500 mil exemplares.

A publicação legal do Avante! foi, em si mesma, uma conquista de Abril e uma expressão da liberdade política recentemente adquirida. Mas esta liberdade, como outras, deve-se também ao papel desempenhado pelo Avante! ao longo de décadas nas quais foi uma voz particularmente activa – e ímpar – na denúncia do fascismo, dos seus crimes e dos interesses que servia, na mobilização para a luta pela democracia e pelos direitos, na afirmação dos valores da liberdade, do progresso social, da paz e do socialismo.

A história do Avante! clandestino, parte integrante da história heróica do PCP, escreve-se em páginas de dedicação sem limites: muitos foram presos e torturados por o escreverem, comporem, distribuírem e lerem. Muitas foram as vidas passadas em tipografias, entre tipos de chumbo e tinta, iludindo a vigilância e enfrentando a repressão. O Avante! foi, em todo o mundo, o jornal comunista que mais tempo resistiu na clandestinidade.

 

Informação de verdade

Hoje, o Avante! continua a desempenhar um papel inigualável, perante uma complexa e perigosa situação internacional e no momento em que, em Portugal, se trava o combate decisivo contra o aumento do custo de vida, pela valorização dos salários e das pensões, para defender e salvar o SNS, pela resolução dos problemas que afectam a escola pública, pelo acesso à habitação, em defesa da paz. Integram-se nesse combate as eleições para o Parlamento Europeu, em que o reforço da CDU se assume como importante factor para a construção de uma Europa de cooperação, de paz e de progresso, e as eleições para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira, já daqui a 10 dias.

O papel que o Avante! hoje assume é o mesmo que desempenhou ao longo da sua história – e é tanto mais importante quando se assiste, em Portugal, à extraordinária concentração da informação em quatro grupo económicos e à violação sistemática da obrigação constitucional de pluralismo e dos direitos individuais e colectivos dos jornalistas. Órgão central do PCP, o Avante! é o jornal que não se deixa condicionar pelos centros ideológicos do capital monopolista e, como informação de verdade, é indispensável para a batalha das ideias, enfrentando a desinformação, a manipulação, a deturpação e a mentira.

Na luta – indispensável – pelo direito à verdade, por uma informação que valorize e projecte as aspirações e as lutas dos trabalhadores e dos povos (e não os interesses dos que se julgam donos-disto-tudo), o Avante! está na primeira linha: pela soberania, o progresso social e a paz; por uma política alternativa que afirme os valores de Abril; pela democracia avançada, o socialismo e o comunismo. Alargar a sua difusão e leitura é também uma forma de tornar mais próximos estes objectivos.