1974 – criação do Salário Mínimo Nacional
A 27 de Maio de 1974, um decreto do primeiro Governo Provisório criou o Salário Mínimo Nacional, fixando-o nos 3300 escudos. De acordo com o decreto, a medida visava satisfazer as «justas e prementes aspirações das classes trabalhadoras e dinamizar a actividade económica» e beneficiaria cerca de metade da população activa. Em entrevista ao jornal Público, em 2014, o então ministro do Trabalho, Avelino Pacheco Gonçalves, sublinhava o impacte positivo que a medida teve na vida dos trabalhadores: «Foi a altura de muitas famílias deixarem de dormir em tarimbas, de ter uma mesa cómoda para se sentarem a almoçar ou a jantar com os filhos. E de, lentamente, equipar a casa com fogões e outros electrodomésticos.» Para Avelino Gonçalves, a fixação do salário mínimo nacional e o significativo aumento do poder de compra que significou, teve ainda efeitos na dinamização da economia nacional, apesar da conjuntura internacional desfavorável.
Em A Revolução Portuguesa – o Passado e o Futuro, de 1976, Álvaro Cunhal recorda que para muitos trabalhadores os 3300 escudos representaram «a duplicação e mesmo mais dos seus recursos». O aumento mensal médio por trabalhador correspondeu a mais de 36% do salário anterior.