É urgente pôr fim à escalada belicista
Sucedem-se as declarações que apontam para a escalada na Ucrânia, com responsáveis políticos de potências ocidentais a defender publicamente o envolvimento directo – para além do envio de armas cada vez mais sofisticadas e de milhares de milhões de dólares – dos países da NATO na guerra na Ucrânia, com o envio de forças militares.
Forças francesas estarão já a combater no Donbass
O ex-subsecretário adjunto da Defesa dos Estados Unidos da América, Stephen Bryen, afirmou num artigo publicado no dia 4 de Maio, no diário Asia Times, que a França já enviou para a Ucrânia um primeiro grupo de cerca de 100 militares, parte de um efectivo total de 1500.
Pormenorizou que «estas tropas estão a ser colocadas directamente numa zona de combate activo e têm por objectivo ajudar os ucranianos a resistir aos avanços russos no Donbass». E referiu que os primeiros 100 soldados no terreno são «especialistas em artilharia e reconhecimento».
O presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a insistir nesta semana, numa entrevista ao The Economist, na possibilidade de países da NATO enviarem tropas para a Ucrânia.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, considerou tais afirmações como uma «retórica muito perigosa» e destacou que a França continua a falar constantemente na possibilidade do seu envolvimento directo na guerra da Ucrânia.
No mesmo sentido vão provocações e ameaças recentes de outros responsáveis políticos ocidentais.
O ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Cameron, afirmou na semana passada, em Kiev, que a Ucrânia tem o direito de usar as armas fornecidas pelo Reino Unido para atacar alvos no interior da Rússia. De imediato, Moscovo fez saber que, se tal acontecer, as forças russas poderão atacar «qualquer instalação ou equipamento militar britânico em território ucraniano e além».
Já há duas semanas, o presidente polaco tinha manifestado a disponibilidade da Polónia para acolher armas nucleares dos países da NATO. Para Andrzej Duda essa seria uma resposta ao envio de armas nucleares russas para a Bielorrússia, ocultando que os EUA têm há décadas armas nucleares em diversos países europeus, como a Itália, a Alemanha, a Bélgica e a Turquia.
Face à retórica de uma ainda maior escalada belicista oriunda de países da NATO, o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a realização «num futuro próximo» de um exercício militar com armas nucleares não estratégicas, em resposta às «declarações provocatórias e ameaças de responsáveis ocidentais» contra o país.
Como o PCP tem afirmado, é necessário que os EUA, a NATO e a UE deixem de instigar e prolongar a guerra na Ucrânia e que abram vias de negociação com os demais intervenientes, nomeadamente a Federação Russa, visando alcançar uma solução política para o conflito, a resposta aos problemas de segurança colectiva e do desarmamento na Europa, o cumprimento dos princípios da Carta da ONU e da Acta Final da Conferência de Helsínquia.