1974 – fim da PIDE e libertação dos presos políticos
«O derrubamento do governo fascista foi obra do MFA. Mas a efectiva derrota do fascismo, a instauração das liberdades, as transformações democráticas, as conquistas revolucionárias, foram obra da grande aliança Povo-MFA.» Dois acontecimentos, entre tantos outros, revelam a justeza desta citação de Álvaro Cunhal (retirada de A Revolução de Abril – O Passado e o Futuro, de 1976): a extinção da PIDE-DGS e a libertação de todos os presos políticos.
Sobre a PIDE, não eram claras as intenções de Spínola, que presidia à Junta de Salvação Nacional. Logo a 26, em conferência de imprensa, garantia que a então DGS já tinha sido «chamada a atenção» e que «passaria a agir por forma a que não mereça mais reparos pelo povo português». Entretanto, o povo e os militares revolucionários tomavam de assalto as sedes da PIDE, prendiam os seus agentes e desmantelavam a tenebrosa polícia política fascista. Com os presos políticos passou-se sensivelmente o mesmo: enquanto Spínola e as forças conservadoras que atrás de si se reuniam defendiam a filtragem dos presos a libertar, pretendendo manter detidos muitos deles, o povo – apoiado pelos militares revolucionários – cercou as prisões e só de lá saiu quando não restava nenhum antifascista lá dentro.