Por sua iniciativa foi exposta no Parlamento Europeu a exposição «Abril é mais futuro», entre os dias 15 e 19 de Abril, em Bruxelas.

No dia 17, também no Parlamento Europeu, realizaram uma iniciativa de evocação dos 50 anos do 25 de Abril, que contou com depoimentos de Giorgios Georgiou, deputado do AKEL, de Chipre; François Alfonsi, deputado francês que integra o Grupo dos Verdes/ALE; e de Rosa Argudo, em representação de Manu Pineda, deputado da Esquerda Unida, de Espanha. Depoimentos que evocaram a Revolução de Abril e como ela se projectou noutros países, partindo da experiência vivida e da sua memória.

Esta evocação contou ainda com um momento musical protagonizado por Hélder Moutinho, fadista, intérprete e compositor, que foi acompanhado por Ricardo Parreira, na guitarra portuguesa, Miguel Silva, na guitarra, e Ciro Bertini, no baixo.

A iniciativa no Parlamento Europeu contou com a presença de representantes da comunidade portuguesa na Bélgica, funcionários de instituições da União Europeia, deputados do Parlamento Europeu, bem como estudantes das Escolas Secundárias de Albufeira e de Amora. Estiveram ainda presentes representantes da Embaixada de Portugal junto do Reino da Bélgica e da Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia.

Também no dia 17 de Abril, pelas 19h30, decorreu no Auditório do Museu de Arte e História, no Parque Cinquentenário, em Bruxelas, um concerto promovido pelos deputados do PCP no PE, com Hélder Moutinho, aberto à comunidade portuguesa.

Durante o concerto, o fadista e compositor interpretou músicas do seu repertório, especialmente do seu último álbum «Manual do Coração», com letras da autoria de João Monge, e ainda conhecidos temas como «Rosa tirana», «Mãe Negra» ou «Os Vampiros». Hélder Moutinho terminou a sua actuação, tal como o tinha feito pela manhã no Parlamento Europeu, com um emotivo momento em que entoou a capela «Grândola, Vila Morena».

No caminho dos valores de Abril

Nesta última iniciativa, que contou com a presença de representantes do movimento associativo português na Bélgica e da comunidade portuguesa, o deputado do PCP João Pimenta Lopes referiu que comemorar Abril é «comemorar esse momento da nossa história que abriu caminho à conquista da liberdade, da democracia, da emancipação social, em que os militares progressistas – os capitães de Abril – e o povo português decidiram tomar nas mãos o seu destino».

Recordou ainda que a Revolução de Abril foi uma revolução inacabada e que desde há 48 anos que tem vindo a ser prosseguida uma política de direita contra Abril e as suas conquistas: «Hoje, 50 anos volvidos do 25 de Abril, muitas das conquistas e portas que se abriram, foram destruídas, fechadas, amputadas. Outras persistem, fruto da luta dos trabalhadores e do povo. Com os retrocessos impostos e os problemas causados por décadas de política de direita, voltou a desesperança dos que não encontram resposta aos seus problemas e aspirações. Por isso, importa recordar Abril, as suas conquistas, o imenso potencial transformador que o povo português protagonizou, porque nos mostra que este caminho de desesperança com nos confrontamos não é uma inevitabilidade. Há outro caminho, o caminho dos valores de Abril.»

João Pimenta Lopes concluiu apelando: «Mobilizemo-nos para cumprir Abril! Podem contar com o PCP nesse caminho!»

Os deputados do PCP no PE promoveram as únicas iniciativas de comemoração dos 50 anos da Revolução de Abril, até ao momento realizadas no Parlamento Europeu, em Bruxelas.