Fazer «florir as muitas pétalas do cravo de Abril»

No fim-de-se­mana, em ini­ci­a­tivas do Par­tido e da JCP, o Se­cre­tário-Geral do PCP su­bli­nhou que é ne­ces­sário romper com a po­lí­tica de di­reita e de sub­missão do País, e re­tomar o ca­minho ini­ciado por Abril há 50 anos.

 

O povo será capaz de repor o País no «trilho de Abril»

Se para Paulo Rai­mundo há os que hoje «tudo fazem para mur­char a festa», ainda estão «em todos os cantos do jardim» as se­mentes da Re­vo­lução, que farão «florir as muitas pé­talas do cravo de Abril». Isto porque Abril, lem­brou, não cor­res­ponde à po­lí­tica de su­ces­sivos go­vernos: está, sim, nos an­tí­podas desse ca­minho de re­tro­cesso.

«Abril», co­meçou por enu­merar, não é en­cher os bolsos do ne­gócio da do­ença, mas sim «ga­rantir o di­reito à saúde e re­forçar o SNS». «Não é a pro­tecção da banca e dos es­pe­cu­la­dores», é sim «o di­reito à ha­bi­tação». «Não é vender o País peça a peça, aos mo­no­pó­lios e às mul­ti­na­ci­o­nais», nem fo­mentar «a pro­mis­cui­dade entre o poder eco­nó­mico e o poder po­lí­tico», mas pôr fim a esta «causa funda da cor­rupção».

Não é, também, a «cor­rida aos ar­ma­mentos» nem o ali­nha­mento com as es­tra­té­gias be­li­cistas e mi­li­ta­ristas da NATO, que co­locam a ju­ven­tude a «servir de carne para ca­nhão para uma guerra que nunca de­veria ter co­me­çado e que é ur­gente acabar», des­tacou. Abril é, por con­trário, e pelo que foi de li­ber­tação da «guerra co­lo­nial que tanta morte, des­truição e so­fri­mento causou», uma opção «pela paz, so­li­da­ri­e­dade, ami­zade e fra­ter­ni­dade».

Abril é paz e so­be­rania
Abril não é, ainda, «a sub­missão a ou­tros países», mas sim a so­be­rania e a «ca­pa­ci­dade de de­cidir sobre os des­tinos das nossas vidas».

E, em par­ti­cular sobre esta questão, o di­ri­gente co­mu­nista frisou que, «a dois meses das elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu», é ne­ces­sário es­cla­recer e de­nun­ciar todas as muitas con­sequên­cias ne­ga­tivas da in­te­gração de Por­tugal na União Eu­ro­peia (UE) que, «ven­dida como o me­lhor de todos os mundos», é a mesma que «aí está, todos os dias, a querer de­cidir por cada um de nós».

«A nossa Eu­ropa é a Eu­ropa da co­o­pe­ração e da so­li­da­ri­e­dade entre os Es­tados e os povos», a «Eu­ropa de Abril», a «Eu­ropa da Paz».

Abril é ju­ven­tude
Paulo Rai­mundo, fo­cando-se na ju­ven­tude, vincou «esta grande força de Abril» que são os jo­vens, que dão, «com as suas ca­rac­te­rís­ticas, cri­a­ti­vi­dade, ale­gria, an­seios e as­pi­ra­ções, uma vida nova a esse Abril novo».

Uma ju­ven­tude que, tendo de­sem­pe­nhado um papel fun­da­mental na luta contra o fas­cismo, mer­gu­lhando na clan­des­ti­ni­dade ou en­ca­be­çando lutas nas fa­cul­dades, es­colas, lo­cais de tra­balho e nas Forças Ar­madas, levou, após o 25 de Abril, «a Re­vo­lução e os seus va­lores a todo o País». «Foi assim no pas­sado, é assim hoje e agora», su­bli­nhou.

Com um «pro­jecto tão novo como tudo aquilo que ainda está por re­a­lizar», e com a «chama da von­tade e dos so­nhos no ho­ri­zonte», a ju­ven­tude luta, todos os dias, em de­fesa dos va­lores da Re­vo­lução. Das mil lutas no ca­minho de Abril, o Se­cre­tário-Geral fez questão de des­tacar como fun­da­men­tais para a ju­ven­tude as lutas «pelo di­reito à edu­cação», por «me­lhores con­di­ções de tra­balho», pelo acesso «à ha­bi­tação, à saúde, aos trans­portes, às cre­ches», pela ga­rantia de di­reitos a pais e cri­anças e em de­fesa do am­bi­ente. Mas, também, as lutas «contra o ra­cismo e a xe­no­fobia, pelos di­reitos das pes­soas LGBT», a luta «contra o ódio pelo di­fe­rente, pelo di­reito de todos à fe­li­ci­dade».

Pe­rante estas muitas lutas, o Se­cre­tário-Geral fez questão de re­lem­brar aos jo­vens que «podem contar com o PCP, o vosso Par­tido, e com a JCP, a or­ga­ni­zação re­vo­lu­ci­o­nária da ju­ven­tude, em todos os mo­mentos e todas as cir­cuns­tân­cias», para, com a ju­ven­tude e o povo, as tra­varem.

Abril é mais fu­turo
«Se há lição de Abril», afirmou, por fim, «é que o nosso povo é capaz das mai­ores trans­for­ma­ções», sendo «a luta nos lo­cais de tra­balho, nas fá­bricas, nas em­presas, nas es­colas, nas fa­cul­dades, nas ruas, por me­lhores con­di­ções de tra­balho e de vida, a de­ter­minar as po­lí­ticas que serão se­guidas» e a li­bertar o País «das amarras mais po­de­rosas», vol­tando a esse ca­minho do qual nunca de­ve­ríamos ter saído: «o trilho de Abril».

 

Ju­ven­tude ce­lebra a Re­vo­lução

No dia 13, a JCP or­ga­nizou, no Mi­ra­douro de S. Pedro de Al­cân­tara, Lisboa, o «Mais Abril Fest», onde o Se­cre­tário-Geral do PCP fez a in­ter­venção que des­ta­camos nestas pá­ginas.

Aqui, Ca­ta­rina Menor, da Co­missão Po­lí­tica da Di­recção Na­ci­onal (DN) da JCP,afirmou que é pre­ciso que se siga «o exemplo dos que se or­ga­ni­zaram e re­sis­tiram» ao fas­cismo, e que «aqui está Abril», nas di­versas lutas dos jo­vens, da edu­cação ao tra­balho.

A ju­ven­tude «não ar­reda pé» e «está, por isso, na nossa mão», re­forçou, «ga­rantir que as ruas estão cheias nas co­me­mo­ra­ções po­pu­lares», de forma a «que mesmo nos mo­mentos mais di­fí­ceis não per­camos de vista a de­ter­mi­nação e a es­pe­rança das se­mentes que se plan­taram há 50 anos».

Já João Oli­veira, pri­meiro can­di­dato da CDU ao Par­la­mento Eu­ropeu, des­tacou a im­por­tância da ju­ven­tude na ba­talha elei­toral, re­cor­dando que «um País que aceita as im­po­si­ções da UE para se trans­formar numa imensa es­tância de fé­rias não pode dar fu­turo para os jo­vens em Por­tugal».

Ao longo da festa os par­ti­ci­pantes vi­si­taram bancas do CPPC, MDM, Or­ga­ni­zação da Ju­ven­tude Mo­çam­bi­cana (OJM), Ju­ven­tude Afri­cana Amílcar Ca­bral (JAAC), Pro­jecto Ruído e Pla­ta­forma para os Di­reitos das Mu­lheres.

Além disso, as­sis­tiram a dois de­bates: «Abril é mais cul­tura», sobre a im­por­tância da de­mo­cra­ti­zação da cul­tura, com Fran­cisco An­tunes (es­tu­dante), Rui Gal­veias (do CENA-STE), Úrsula Ven­tura (membro de grupos cul­tu­rais) e Mi­guel Nunes (actor e re­a­li­zador); e «As portas que Abril abriu», sobre a si­tu­ação in­ter­na­ci­onal e a lu­ta­contra o co­lo­ni­a­lismo, com Gon­çalo Fran­cisco (do Se­cre­ta­riado da DN), Er­nesto Ju­lião Taúla (da OJM) e Elmer Im­bandu (da JAAC).

O evento, com muita ale­gria, di­versão e rei­vin­di­cação, contou, ainda, com di­versos jogos, pin­tura de mu­rais, e o con­certo «Novo Mundo» pelo DJ Riot.

 

Grande al­moço do Alen­tejo em Grân­dola

O pa­vi­lhão do Parque de Feiras e Ex­po­si­ções de Grân­dola al­bergou, no do­mingo, dia 14, mais de 800 pes­soas, para, sob o lema «Força de Abril. A co­ragem de sempre!», par­ti­ci­parem no al­moço-co­mício que a Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Alen­tejo do PCP pro­moveu para ce­le­brar os 50 anos do 25 de Abril e os 103 anos do Par­tido. Feita com pro­dutos da terra, es­forço mi­li­tante, ami­zade e ale­gria, esta grande ini­ci­a­tiva foi uma ex­pressão da con­fi­ança com que o co­lec­tivo par­ti­dário en­frenta na re­gião as ba­ta­lhas do dia-a-dia. Foi muito aplau­dida e, de­pois, elo­giada nas vá­rias in­ter­ven­ções, a ac­tu­ação do Grupo Coral e Et­no­grá­fico Vila Mo­rena, de Grân­dola. Inês Ca­eiro, di­ri­gente da Ju­ven­tude Co­mu­nista Por­tu­guesa, chamou ao palco ou­tros mi­li­tantes da JCP, mem­bros das di­rec­ções das or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais de Beja, Évora, Por­ta­legre e Li­toral Alen­te­jano, An­tónio Fi­gueira Mendes (pre­si­dente da CM Grân­dola), mem­bros do Exe­cu­tivo da Di­recção Re­gi­onal do Alen­tejo (Ma­nuel Va­lente, do Co­mité Cen­tral, res­pon­sável pela OR de Beja; André Mar­telo, membro do CC e res­pon­sável pela OR do Li­toral Alen­te­jano; Ro­gério Silva, do CC, res­pon­sável pela OR de Por­ta­legre; Pa­trícia Ma­chado, da Co­missão Po­lí­tica do CC, res­pon­sável pela OR de Évora), Ma­nuela Pinto Ângelo (do Se­cre­ta­riado do CC), Ângelo Alves (da Co­missão Po­lí­tica do CC, res­pon­sável pela DR do Alen­tejo), o pri­meiro can­di­dato na lista da CDU para as elei­ções do Par­la­mento Eu­ropeu, João Oli­veira (da Co­missão Po­lí­tica do CC) e Paulo Rai­mundo, Se­cre­tário-Geral do Par­tido. André Mar­telo, em nome do Exe­cu­tivo da Di­recção Re­gi­onal do Alen­tejo, su­bli­nhou que «este mo­mento de grande afir­mação do PCP dá-nos força e dá força a ou­tros, para avançar com a luta» e também na pre­pa­ração das elei­ções para o PE. João Oli­veira lem­brou que «é com esta energia e esta con­fi­ança que os alen­te­janos têm feito boa cara ao mau tempo e, ao longo da his­tória, têm con­se­guido vencer as duras ba­ta­lhas que têm tra­vado». Na luta de todos os dias in­tegra-se a ba­talha das elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu, e isto «não é um as­sunto lá de longe», pois, «como di­zemos há muito tempo, “lá se fazem, cá se pagam”». As­si­nalou que «o Alen­tejo é uma re­gião par­ti­cu­lar­mente mar­cada pelas con­sequên­cias ne­ga­tivas das im­po­si­ções e ori­en­ta­ções da UE». Abril não é de todos Paulo Rai­mundo, ao saudar os «muitos amigos que estão con­nosco nesta gran­diosa ini­ci­a­tiva» e que, «não sendo do PCP, são muito bem vindos», des­tacou «aqueles que hoje, aqui mesmo, de­ci­diram ins­crever-se no PCP». Para o PCP, ce­le­brar os 50 anos de Abril sig­ni­fica «co­me­morar nas ruas e com o povo a nossa Re­vo­lução, que pôs fim a 48 anos de fas­cismo», «um re­gime odioso, que co­lo­ni­zava ou­tros povos», num País «ao mesmo tempo, co­lo­ni­zado pelas grandes po­tên­cias ca­pi­ta­listas, pelo im­pe­ri­a­lismo e pela NATO». Desta, «o Por­tugal fas­cista foi fun­dador, em 1949». E «esses, que se ar­rogam cam­peões da de­mo­cracia e da li­ber­dade, es­ten­deram a mão ao fas­cismo por­tu­guês e deram-lhe, no mo­mento certo, o oxi­génio de que pre­ci­sava para travar o ím­peto li­ber­tador que se vivia no País, logo a se­guir à 2.ª Guerra Mun­dial». Alertou para «uma ope­ração que pro­cura des­va­lo­rizar a acção de­ter­mi­nante e única das massas po­pu­lares, da classe ope­rária e dos tra­ba­lha­dores, no longo pro­cesso da re­sis­tência an­ti­fas­cista; pro­cura apagar o papel ímpar do PCP na re­sis­tência à di­ta­dura fas­cista e o seu con­tri­buto de­ter­mi­nante para a cri­ação das con­di­ções para que a pró­pria re­vo­lução avan­çasse». Tal ope­ração «visa a di­a­bo­li­zação das re­a­li­za­ções da Re­vo­lução e, dessa forma, jus­ti­ficar a sua des­truição», sempre com o ob­jec­tivo de «repor os in­te­resses dos donos, de facto, da di­ta­dura, o grande ca­pital mo­no­po­lista e la­ti­fun­diário». Aos que «nos querem fazer acre­ditar que Abril é de todos», Paulo Rai­mundo re­tor­quiu que «Abril é, de facto, para todos, mas não é de todos». «Não é, se­gu­ra­mente, da­queles cujo único ob­jec­tivo é des­truir Abril, re­negá-lo, pô-lo para trás das costas. Não é da­queles que, desde o pri­meiro mi­nuto, ten­taram travar Abril e que viram em su­ces­sivos golpes, em par­ti­cular no 25 de No­vembro, a opor­tu­ni­dade de acabar de vez com o pro­cesso re­vo­lu­ci­o­nário e, por ar­rasto, acabar com o PCP». «Que­riam, mas não foi esse o des­fecho que ti­veram», porque «de­pois de No­vembro veio Abril e, com o 2 de Abril de 1976, veio a Cons­ti­tuição». «Por mais que lhes custe, foi isto que acon­teceu», re­alçou Paulo Rai­mundo. Cravos e a Grân­dola A an­te­ceder o al­moço, teve lugar um acto sim­bó­lico, na praça onde um grande painel de azu­lejo e uma chai­mite evocam a Re­vo­lução de Abril. O Se­cre­tário-Geral do PCP de­po­sitou ali um ramo de cravos e, com os de­mais di­ri­gentes e muitos ou­tros ca­ma­radas e amigos, can­taram Grân­dola, Vila Mo­rena, de José Afonso, que há 50 anos é sím­bolo do Por­tugal de­mo­crá­tico nas­cido com o 25 de Abril.Grande al­moço do Alen­tejo em Grân­dola

O pa­vi­lhão do Parque de Feiras e Ex­po­si­ções de Grân­dola al­bergou, no do­mingo, dia 14, mais de 800 pes­soas, para, sob o lema «Força de Abril. A co­ragem de sempre!», par­ti­ci­parem no al­moço-co­mício que a Or­ga­ni­zação Re­gi­onal do Alen­tejo do PCP pro­moveu para ce­le­brar os 50 anos do 25 de Abril e os 103 anos do Par­tido.

Feita com pro­dutos da terra, es­forço mi­li­tante, ami­zade e ale­gria, esta grande ini­ci­a­tiva foi uma ex­pressão da con­fi­ança com que o co­lec­tivo par­ti­dário en­frenta na re­gião as ba­ta­lhas do dia-a-dia.

Foi muito aplau­dida e, de­pois, elo­giada nas vá­rias in­ter­ven­ções, a ac­tu­ação do Grupo Coral e Et­no­grá­fico Vila Mo­rena, de Grân­dola.

Inês Ca­eiro, di­ri­gente da Ju­ven­tude Co­mu­nista Por­tu­guesa, chamou ao palco ou­tros mi­li­tantes da JCP, mem­bros das di­rec­ções das or­ga­ni­za­ções re­gi­o­nais de Beja, Évora, Por­ta­legre e Li­toral Alen­te­jano, An­tónio Fi­gueira Mendes (pre­si­dente da CM Grân­dola), mem­bros do Exe­cu­tivo da Di­recção Re­gi­onal do Alen­tejo (Ma­nuel Va­lente, do Co­mité Cen­tral, res­pon­sável pela OR de Beja; André Mar­telo, membro do CC e res­pon­sável pela OR do Li­toral Alen­te­jano; Ro­gério Silva, do CC, res­pon­sável pela OR de Por­ta­legre; Pa­trícia Ma­chado, da Co­missão Po­lí­tica do CC, res­pon­sável pela OR de Évora), Ma­nuela Pinto Ângelo (do Se­cre­ta­riado do CC), Ângelo Alves (da Co­missão Po­lí­tica do CC, res­pon­sável pela DR do Alen­tejo), o pri­meiro can­di­dato na lista da CDU para as elei­ções do Par­la­mento Eu­ropeu, João Oli­veira (da Co­missão Po­lí­tica do CC) e Paulo Rai­mundo, Se­cre­tário-Geral do Par­tido.

André Mar­telo, em nome do Exe­cu­tivo da Di­recção Re­gi­onal do Alen­tejo, su­bli­nhou que «este mo­mento de grande afir­mação do PCP dá-nos força e dá força a ou­tros, para avançar com a luta» e também na pre­pa­ração das elei­ções para o PE.

João Oli­veira lem­brou que «é com esta energia e esta con­fi­ança que os alen­te­janos têm feito boa cara ao mau tempo e, ao longo da his­tória, têm con­se­guido vencer as duras ba­ta­lhas que têm tra­vado». Na luta de todos os dias in­tegra-se a ba­talha das elei­ções para o Par­la­mento Eu­ropeu, e isto «não é um as­sunto lá de longe», pois, «como di­zemos há muito tempo, “lá se fazem, cá se pagam”».

As­si­nalou que «o Alen­tejo é uma re­gião par­ti­cu­lar­mente mar­cada pelas con­sequên­cias ne­ga­tivas das im­po­si­ções e ori­en­ta­ções da UE».

Abril não é de todos
Paulo Rai­mundo, ao saudar os «muitos amigos que estão con­nosco nesta gran­diosa ini­ci­a­tiva» e que, «não sendo do PCP, são muito bem vindos», des­tacou «aqueles que hoje, aqui mesmo, de­ci­diram ins­crever-se no PCP».

Para o PCP, ce­le­brar os 50 anos de Abril sig­ni­fica «co­me­morar nas ruas e com o povo a nossa Re­vo­lução, que pôs fim a 48 anos de fas­cismo», «um re­gime odioso, que co­lo­ni­zava ou­tros povos», num País «ao mesmo tempo, co­lo­ni­zado pelas grandes po­tên­cias ca­pi­ta­listas, pelo im­pe­ri­a­lismo e pela NATO».

Desta, «o Por­tugal fas­cista foi fun­dador, em 1949». E «esses, que se ar­rogam cam­peões da de­mo­cracia e da li­ber­dade, es­ten­deram a mão ao fas­cismo por­tu­guês e deram-lhe, no mo­mento certo, o oxi­génio de que pre­ci­sava para travar o ím­peto li­ber­tador que se vivia no País, logo a se­guir à 2.ª Guerra Mun­dial».

Alertou para «uma ope­ração que pro­cura des­va­lo­rizar a acção de­ter­mi­nante e única das massas po­pu­lares, da classe ope­rária e dos tra­ba­lha­dores, no longo pro­cesso da re­sis­tência an­ti­fas­cista; pro­cura apagar o papel ímpar do PCP na re­sis­tência à di­ta­dura fas­cista e o seu con­tri­buto de­ter­mi­nante para a cri­ação das con­di­ções para que a pró­pria re­vo­lução avan­çasse». Tal ope­ração «visa a di­a­bo­li­zação das re­a­li­za­ções da Re­vo­lução e, dessa forma, jus­ti­ficar a sua des­truição», sempre com o ob­jec­tivo de «repor os in­te­resses dos donos, de facto, da di­ta­dura, o grande ca­pital mo­no­po­lista e la­ti­fun­diário».

Aos que «nos querem fazer acre­ditar que Abril é de todos», Paulo Rai­mundo re­tor­quiu que «Abril é, de facto, para todos, mas não é de todos». «Não é, se­gu­ra­mente, da­queles cujo único ob­jec­tivo é des­truir Abril, re­negá-lo, pô-lo para trás das costas. Não é da­queles que, desde o pri­meiro mi­nuto, ten­taram travar Abril e que viram em su­ces­sivos golpes, em par­ti­cular no 25 de No­vembro, a opor­tu­ni­dade de acabar de vez com o pro­cesso re­vo­lu­ci­o­nário e, por ar­rasto, acabar com o PCP».

«Que­riam, mas não foi esse o des­fecho que ti­veram», porque «de­pois de No­vembro veio Abril e, com o 2 de Abril de 1976, veio a Cons­ti­tuição». «Por mais que lhes custe, foi isto que acon­teceu», re­alçou Paulo Rai­mundo.

Cravos e a Grân­dola
A an­te­ceder o al­moço, teve lugar um acto sim­bó­lico, na praça onde um grande painel de azu­lejo e uma chai­mite evocam a Re­vo­lução de Abril. O Se­cre­tário-Geral do PCP de­po­sitou ali um ramo de cravos e, com os de­mais di­ri­gentes e muitos ou­tros ca­ma­radas e amigos, can­taram Grân­dola, Vila Mo­rena, de José Afonso, que há 50 anos é sím­bolo do Por­tugal de­mo­crá­tico nas­cido com o 25 de Abril.