CGTP-IN persiste em mobilizar e lutar por salários e direitos
Os resultados das eleições e a futura composição da Assembleia da República «exigem desde já a mobilização e luta dos trabalhadores pelos salários e os direitos», afirmou a CGTP-IN, no dia 11.
A viragem à direita não responde aos interesses dos trabalhadores e do País
Para a confederação, «os resultados revelam, desde logo, a rejeição de uma maioria absoluta». Mostram «a AD como força mais votada, seguida do PS, e sobressai o aumento da votação nas forças mais reaccionárias e de extrema-direita». No comunicado de imprensa que emitiu esta segunda-feira, a CGTP-IN considerou que «este resultado não pode ser desligado da falta de resposta aos problemas concretos dos trabalhadores e da degradação das condições de vida».
«Num contexto em que, na campanha, se reforçou a ideia da bipolarização, em que as eleições foram tratadas e apresentadas de forma que impediu o esclarecimento daquilo que cada força política propõe e representa, os resultados e futura composição da Assembleia da República, com uma viragem à direita que não responde aos interesses dos trabalhadores e do País, exigem desde já a mobilização e luta dos trabalhadores pelos salários e os direitos», afirmou a central.
A Intersindical Nacional assinalou que «os problemas com que os trabalhadores e as suas famílias estão confrontados, os baixos salários, a precariedade, os bloqueios à contratação colectiva, a degradação do SNS e dos serviços públicos ou a dificuldade do acesso à habitação, exigem uma resposta efectiva». Insistiu na exigência de «medidas que respondam aos problemas e garantam uma maior coesão social e territorial».
A aproximação das comemorações do 50.º aniversário do 25 de Abril leva a CGTP-IN a salientar que «ganha ainda mais importância defender as suas conquistas e lutar pela efectivação dos valores da Revolução».
Conforme as decisões aprovadas no seu 15.º Congresso, a CGTP-IN «irá intensificar a sua acção de esclarecimento e mobilização dos trabalhadores», com destaque para a «Semana da Igualdade», de 18 a 22 de Março, a manifestação nacional de jovens trabalhadores, no dia 27 de Março, as comemorações populares do 25 de Abril e a «grande jornada nacional de luta» que representará o 1.º Maio.
Estes serão «momentos altos da reivindicação, exigência e luta por uma política que valorize o trabalho e os trabalhadores, combata as desigualdades e afirme um novo e soberano modelo de desenvolvimento».
Dias de passar à luta
Na Hutchinson Borrachas de Portugal, em Campo Maior, uma greve de 24 horas começou na noite de terça-feira, dia 12, incluindo a realização de concentrações no exterior da fábrica. O SITE Sul destacou, como objectivos da luta: aumento dos salários e do subsídio de refeição; pagamento, como trabalho suplementar, das horas trabalhadas ao sábado e feriado, em horário normal; criação (atribuição) de diuturnidades.
A primeira greve nesta unidade industrial, criada em 1999, ocorreu a 1 de Fevereiro, pelos mesmos objectivos, mas a direcção da fábrica «não mostrou nenhum interesse em apresentar uma proposta e negociar», acusou o sindicato da FIEQUIMETAL/CGTP-IN.
«Fartos das recusas patronais de negociar aumentos salariais dignos», os trabalhadores da BA Glass decidiram concentrar-se ontem, dia 13, de tarde, junto à fábrica em Avintes, informou a FEVICCOM/CGTP-IN, adiantando que iriam entregar à administração um abaixo-assinado, com mais de centena e meia de subscrições, exigindo «negociações sérias» da proposta reivindicativa apresentada pelo Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Vidreira.
A partir das 7h00 de hoje, dia 14, e até às 7h00 de dia 28, os trabalhadores da Beralt Tin and Wolfram (Portugal), empresa concessionária das Minas da Panasqueira, vão paralisar três horas por dia, no início de cada turno. Neste período vigora greve a todo o trabalho suplementar.
Os trabalhadores reivindicam melhores salários, melhoria das condições de trabalho e exercício do direito à formação profissional certificada, bem como actualização do subsídio de alimentação e do subsídio de turno, redução do horário de trabalho para 35 horas semanais e disponibilização de seguro de saúde. «Não falta dinheiro», sublinhou o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira.
Em plenários, nos dias 3 e 4, os trabalhadores da Somincor (Neves-Corvo) aprovaram o recurso à greve, durante dois dias, por falta de respostas patronais ao caderno reivindicativo.
Uma greve nacional dos trabalhadores das santas casas de misericórdia foi convocada para amanhã, dia 15, pela Federação da Função Pública (FNSTFPS/CGTP-IN), para dar força às reivindicações de salários justos e dignos, melhores condições de trabalho e integração na esfera do Estado.
«Perante a inexplicável irredutibilidade da administração em negociar o caderno reivindicativo», os trabalhadores da Nobre Alimentação, em Rio Maior, decidiram fazer greve no próximo dia 19. Após a aprovação unânime da luta, em plenários com mais de 300 trabalhadores, a 28 de Fevereiro, o SINTAB/CGTP-IN formalizou a convocação da greve.