Está dado o aviso com a greve na CGD

«O aviso está dado», assinalou o Sindicato dos Trabalhadores das Empresas do Grupo CGD, numa saudação a propósito da greve de dia 1, que incluiu uma muito participada concentração em Lisboa.

Da administração é exigido que apresente uma proposta de actualização salarial justa

Da administração da Caixa Geral de Depósitos, o STEC espera agora que «saiba tirar as devidas ilações deste enorme e indesmentível protesto, começando, desde logo por ouvir as reivindicações dos trabalhadores».

Lusa


No documento que publicou na segunda-feira, dia 4, a direcção do sindicato saúda «os milhares de trabalhadores do Grupo CGD» que aderiram à greve e as «centenas de participantes na concentração em frente à sede, especialmente os que se deslocaram de vários pontos do País».

O sindicato realça que a greve «foi um enorme êxito», com uma adesão que «estima ter superado os 70 por cento, verificando-se centenas de agências encerradas, outras abertas artificialmente, apenas com a gerência, sem possibilidade de realizar qualquer atendimento». Ficou, assim, «patente a grave situação social que se vive na CGD, com um descontentamento geral».

Desmobilização derrotada
A administração «tudo tentou para desmobilizar os trabalhadores e reduzir a expressão desta grandiosa greve», lembra o STEC. Esta acção começou com a «violação do direito à negociação colectiva», no dia 26 de Fevereiro, quando a administração «avançou, de forma unilateral e dissimulada, com um adiantamento salarial irrisório, que acreditava ser suficiente para menorizar a expressão da greve». E incluiu também «pressão sobre as hierarquias para desmobilizarem os trabalhadores».

No entanto, estes «não se deixaram cair nesse embuste». Assim,«apesar das pressões e ameaças veladas aos trabalhadores, quanto a hipotéticas consequências negativas pela adesão à greve, a paralisação foi um facto».

Persistindo na sua boa-fé negocial, o sindicato vai solicitar nova reunião de negociação, «esperando que a CGD, finalmente, apresente uma proposta de actualização salarial justa, reconhecedora do empenho e da dedicação dos trabalhadores nos lucros recorde e que permita recuperar da brutal perda de poder de compra que os fustigou nos últimos anos».

Na saudação, o STEC declara que «não exclui a possibilidade de novas acções de luta, caso a situação laboral não se altere».


Não é um banco qualquer

Entre outras presenças solidárias, na concentração junto da sede da CGD esteve o Secretário-Geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira. Numa breve intervenção, lembrou os lucros obtidos e também os previstos, que fazem da Caixa, «mais uma vez, a instituição bancária nacional com maiores lucros de 2023, superando os mil milhões de euros».

Em declarações citadas pela Lusa, Tiago Oliveira frisou que a CGD «não pode ser vista como uma instituição financeira qualquer, tem de ser vista como um alicerce, como um farol para o sistema financeiro».

Com os trabalhadores em luta esteve também Duarte Alves, deputado do PCP e candidato da CDU no círculo eleitoral de Lisboa às eleições do próximo domingo. Também citado pela Lusa, considerou positivo que a CGD tenha lucros, mas sublinhou que «esse não pode ser o único objectivo da Caixa». Defendeu que o banco público deve garantir «salários e condições laborais de qualidade» e também tem de voltar a estar mais presente no território, invertendo o encerramento de agências.



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