Campanha eleitoral e manipulação
A campanha eleitoral da CDU que nos entra casa adentro pelas nossas televisões não tem correspondência com aquela que é a realidade da campanha. Se à partida já temos que contar com os temas do dia, normalmente inseridos em agendas e propostas de outros partidos que acabam sempre por esconder a nossa própria agenda; com as sondagens cujo histórico comprovado nas últimas eleições mais não servem do que para manipular as consciências por forma a atingir um determinado sentido de voto maioritário no dia das eleições; com os cenários políticos cuja discussão interminável nada serve para esclarecer o povo português com o que podem contar de cada partido nomeadamente no plano das soluções que cada um apresenta para os problemas. Pois, para além de tudo isto, a campanha da CDU tem ainda de enfrentar a deturpação e a construção de narrativas alternativas e pré-definidas para a sua campanha.
A narrativa reservada para a CDU nesta campanha é a seguinte: uma força enfraquecida, em queda, a desaparecer, com um fim parlamentar inevitável.
As imagens mesmo em planos mais fechados ou rápidos podem mostrar salas cheias, podem mostrar muita participação em almoços e jantares, grandes desfiles dinâmicos, participados e recebidos com simpatia, apreço e manifestações de apoio, mas vamos sempre ouvir que a CDU perdeu deputados aqui, que não elege há décadas ali, que nunca elegeu acolá, que a missão é muito difícil se não impossível noutro sítio onde estejamos. Não vemos noutros partidos fechados em salas, longe das pessoas, com arruadas pouco participadas, sempre com as mesmas comitivas, com iniciativas apenas construídas para declarações à comunicação social, a mesma conversa que para a CDU está sempre reservada eleição após eleição. A CDU pode ter uma campanha em crescendo e ela pode entrar-lhes pelos olhos adentro, que a mensagem transmitida vai ser da força em perda. No fundo, querem transmitir às pessoas que o voto na CDU não vale a pena.
Mesmo iniciativas que demonstram capacidade de alargamento por parte da CDU e que se inserem claramente numa dinâmica de crescimento, como foi o apelo ao voto na CDU feito por várias personalidades, algumas que andavam afastadas da CDU, outras até que nunca votaram na CDU, é transformada numa iniciativa de personalidades com receio que o PCP desapareça, como fez a SIC.
A narrativa mediática contra a CDU vai intensificar-se até ao dia das eleições com uso às maiores falsidades, deturpações e manipulações. Tendo em conta isto, a mobilização de cada militante, de cada activista, a mobilização de amigos, de colegas de trabalho, de vizinhos para as iniciativas da CDU, para o apoio e sobretudo para o voto é fundamental para contrariar com muita força esta realidade que nos querem impor e que não é de todo inevitável. Ainda faltam muitas horas e muitos dias até ao 10 de Março, não deixemos nenhuma conversa por fazer.