Paulo Raimundo criticou «a obsessão generalizada e, em particular, do PS, em privatizar parte da TAP ou a sua totalidade», o que seria «um crime» e «um tiro nos pés», para a companhia e para o sector.
O Secretário-Geral do PCP – acompanhado por Bruno Dias e António Filipe, membros do Comité Central do Partido e candidatos da CDU às eleições de 10 de Março, e outros camaradas – falou aos jornalistas sobre a aviação civil, na quinta-feira, dia 22, ao final da manhã, em frente ao principal acesso de serviço às instalações da TAP no Aeroporto de Lisboa, após uma reunião com representantes dos trabalhadores do sector aéreo.
O dirigente comunista e primeiro candidato da CDU no círculo eleitoral de Lisboa começou por assinalar que, «para que a aviação civil, estratégica para a economia nacional, possa responder aos seus objectivos, é fundamental garantir um forte sector público, tendo como elemento central a TAP, empresa pública estruturante para este processo».
Realçou que é preciso «acabar, de uma vez por todas, com uma gestão supostamente pública que, no fundo, se guia por critérios privados e quer preparar a privatização».
«Seria um crime, para a TAP, e um tiro nos pés, de grande dimensão, para o sector da aviação civil», se se concretizasse «a obsessão generalizada e, em particular, do PS, em privatizar parte da TAP ou a sua totalidade». Se «toda a gente enche o peito a dizer que a exportação é que é», «então, não dêem cabo da maior exportadora do País» – apelou Paulo Raimundo.
Nas empresas deste sector, «temos gente altamente qualificada, gente trabalhadora e conhecedora do ramo», e estes trabalhadores, «desde que sejam reconhecidos e valorizados, estão disponíveis para continuarem a dar o seu esforço, o seu conhecimento, o seu trabalho».
A propósito de dúvidas e reservas que são colocadas à viabilidade da TAP como empresa pública, o Secretário-Geral do PCP questionou se se pode «desbaratar e entregar ao sector privado a maior exportadora nacional e os seus milhares de trabalhadores».
Defendeu que «é preciso mantê-la, como elemento central que precisa de respostas».
Um dos problemas que exigem respostas – referido na reuniãocom os membros de organizações representativas dos trabalhadores – é a saída de pessoal da manutenção, uma área «fundamental para a operação da TAP».
Para travar e inverter esta tendência, «é preciso aumentar salários, melhorar as condições de trabalho, melhorar as carreiras profissionais». Paulo Raimundo sublinhou que «na manutenção, no pessoal de terra, nos pilotos, em tudo o que envolve a aviação civil, vê-se bem como é uma emergência nacional o aumento dos salários, de forma significativa».
O aumento geral e significativo dos salários, defendido pelo PCP e a CDU, «é também por isto, para garantir que esses recursos qualificados ficam no nosso País». «Neste, como em tantos outros sectores, se não dermos o passo de um aumento significativo dos salários, arriscamo-nos a não ter condições para continuar a produzir, por falta de mão-de-obra», alertou.