Homenagem aos tarrafalistas nos 50 anos de Abril

«O Tarrafal não foi nunca, nem deverá ser, um assunto que só dissesse respeito aos que por lá passaram. (…) O campo destinava-se a liquidar, em condições menos expostas, uma boa parte dos elementos mais firmes da luta contra o fascismo», afirmou no sábado, 17, António Vilarigues, membro do Conselho Directivo da União de Resistentes Antifascistas Portugueses (URAP), junto ao Mausoléu dos Tarrafalistas no cemitério do Alto de S. João, em Lisboa.

António Vilarigues – filho do dirigente comunista Sérgio Vilarigues (1914-2007) que esteve preso 46 meses no Tarrafal depois de ter passado pelo Aljube, Peniche e Angra do Heroísmo, após adesão à Federação da Juventudes Comunistas Portuguesas aos 18 anos – falava na cerimónia anual que a URAP organiza para homenagear os 32 prisioneiros que morreram no Campo de Concentração do Tarrafal e se encontram desde 1978 no Mausoléu Memorial, erigido por subscrição pública e no qual estão inscritos os seus nomes.

Fascismo nunca mais
Depois de sublinhar que «não podemos deixar que o apagamento do que foi a ditadura, e a reabilitação dos seus responsáveis e da sua política abra caminho ao ressurgimento de ideologias fascistas e de práticas políticas nelas inspiradas, em contraponto com as campanhas de descrédito, desvalorização e degradação da democracia», António Vilarigues recordou que em 2024«comemoramos os 50 anos do derrube do fascismo de Salazar e Caetano e a Revolução de Abril», para dizer que «defender a liberdade e os direitos democráticos significa cada vez mais exercer os direitos de manifestação, de expressão, de reunião, o direito à greve e à propaganda política, a todos os direitos conquistados. E defender não só a democracia política, mas também a social, a económica e a cultural. Para que não haja fascismo. Nunca mais.»

A sessão de homenagem foi aberta por Matilde Lima, do Conselho Nacional da URAP, que saudou os presentes, agradeceu o apoio técnico à União dos Sindicatos de Lisboa e à Voz do Operário e apresentou o programa da homenagem.

Os participantes, que vieram em romagem desde a entrada do cemitério, já tinham entoado a canção de Zeca Afonso «Grândola Vila Morena» quando actuou o coro Lopes-Graça cantando, acompanhado pela assistência, o Hino de Caxias e Acordai.

A voz de Sofia Lisboa fez-se depois ouvir, acompanhada à guitarra por Rui Galveias, para outras duas canções: «O que um Homem é Capaz», de José Mário Branco, e «Abandono», de Alain Oulman e David Mourão Ferreira.

A homenagem terminou ao som de «25 de Abril sempre, fascismo nunca mais».

 



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