A CDU conta com a força da juventude e os jovens podem contar com a força da CDU

«Abril está vivo, vocês são as suas sementes, a maior garantia do presente e do futuro», garantiu, no dia 17, Paulo Raimundo, no Comício-Festa da Juventude CDU, em que participaram largas centenas de jovens oriundos de vários pontos do País.

Semear em Março para colher em Abril

Ao início da tarde, as centenas de jovens já previamente concentrados no Largo do Intendente começaram a escalar algumas das ruas mais íngremes da capital para atingir a zona de Sapadores, onde os esperava a comitiva do PCP, composta por Paulo Raimundo e João Frazão, membro da Comissão Política. De cravo vermelho na mão, oferecido pelos jovens, o Secretário-Geral juntou-se a eles, completando o percurso até ao Largo da Graça.

Do início ao fim, o desfile foi marcado por momentos de vivacidade e alegria, aguerrida combatividade e convicção profunda no propósito que ali levou tantos e tantos jovens. Foi o que se viu, por exemplo, na Rua Angelina Vidal, quando cravos atirados de uma varanda choveram sobre os jovens ou quando uma moradora veio à varanda com uma bandeira da JCP (que, em conjunto com a Ecolojovem, forma a Juventude CDU) saudar o desfile.

Entre palavras de ordem entoadas a uma só voz e faixas que carregaram pelas ruas de Lisboa, os jovens foram claros quanto ao que vinham: «a habitação é um direito, sem ela nada feito» - o mesmo que disseram sobre educação e cultura; «o custo de vida aumenta, o povo não aguenta»; «é preciso investir, queremos camas para dormir»; «Paz sim, guerra não»; «a CDU avança com toda a confiança», e «Juventude CDU, voto eu e votas tu».

Uma acção de campanha que foi também acção de luta, com faixas onde eram apresentadas outras reivindicações: «luta pela Escola de Abril»; «o desporto é para todos/ mais pavilhões gimnodesportivos/ contra a subida dos preços no desporto»; «por mais transportes públicos em todo o País»; «fim da sobrecarga horária no profissional»; «pelo futuro no nosso País/ aumentar salários/ fim da precariedade»; «mais alojamento público estudantil/ fim das propinas/ mais acção social escolar».

Empunhando a faixa da frente (onde se lia «Semear em Março para colher em Abril», lema escolhido para a campanha das eleições legislativas), logo após um conjunto de percussionistas e gaiteiros, seguiam candidatos jovens da CDU por vários círculos eleitorais: José Pinho, por Aveiro; Inês Rodrigues, por Braga; Catarina Menor, por Setúbal; Mariana Metelo e Marta Parente, por Lisboa; e Afonso Ferreira, por Faro.

Reposta para o futuro está em Abril

Com o Largo da Graça a transbordar de jovens, deu-se início ao comício. Vindas de Almada, Santarém, Ovar, Portimão, Caldas da Rainha, Portalegre, Castelo Branco, Porto e de Moura, surgiram declarações de apoio à CDU, todas elas com razões únicas e justas, suportadas pelo projecto da coligação PCP-PEV. Mais de 400 trabalhadores de centros comerciais – anunciou-se – manifestaram o seu acordo com as propostas da CDU, nomeadamente o encerramento destes estabelecimentos aos domingos e feriados sem perda de remuneração.

«As alterações climáticas têm provocado uma inquietação e uma incerteza no futuro da juventude, que reconhece que só combatendo este modelo económico que se alimenta da morte do planeta, e da sobre-exploração dos seus recursos naturais, é que é possível dar resposta a estas preocupações», afirmou Marta Parente, da Ecolojovem e candidata por Lisboa, a primeira a usar da palavra. Seguiu-se Mariana Metelo, da JCP: «Hoje falamos para todos aqueles que acham que “são todos iguais”, que não vale a pena, que não sabem se votam, em quem votam ou até que votam noutros», começou por dizer. «Falamos para todos os que acham que não é justo trabalhar a mais e receber a menos, fazer exames nacionais, pagar para estudar, não ter autocarros, não ter tempo para estar com amigos, não saber quando vão sair de casa dos pais, ou até ter de emigrar. Falamos para todos o que não acham justa a vida que têm e não dizemos só que estamos aqui para resolver esses problemas, dizemos que também os sentimos».

Coube a Paulo Raimundo encerrar o comício: «Veja-se esta iniciativa, veja-se o vosso desfile, tão combativo, aqui está a juventude como ela é, solidária, combativa, criativa e lutadora. Bem podem dizer que a CDU é dos mais velhos. A CDU precisa e conta com os mais velhos e só tem orgulho nisso. Mas olhem bem para esta praça, vejam bem a força da Juventude que percorreu estas ruas, aqui está o presente e o futuro de Abril, aqui está a CDU.»

Para o Secretário-Geral do Partido, ali esteve a «juventude que toma nas suas mãos o seu destino, e constrói todos os dias, com outros, o direito que têm a uma vida melhor. Essa vida melhor para a qual não precisamos de inventar a roda. Na Revolução, na Constituição e nos valores de Abril está o presente e o futuro de Portugal, está o caminho dessa vida melhor a que todos temos direito».

Seguiram-se as actuações da tuna Inoportuna, de Primero G e da dj Violet, que prolongaram a festa pela tarde fora…

 

Solidariedade com a Palestina

Antes do desfile, ainda no Largo do Intendente, houve um momento de solidariedade com a Palestina, em que participara o activistas João Carvalho e Carlos Almeida. «Até ao dia 10 de Março, continuem a levar a bandeira da Palestina a todos os lugares», afirmou este último, depois de saudar a Juventude CDU «pela sua participação de sempre» contra a chacina em Gaza e pelo «direito a resistir do povo palestiniano».

A grande bandeira da Palestina então desfraldada seguiu depois caminho, com os jovens, até ao Largo da Graça.

 

Dez prioridades para a juventude:

1. A defesa da escola pública, gratuita, democrática e de qualidade

Ensino Secundário: fim dos exames nacionais; valorização da avaliação contínua; contratação de mais professores, diminuindo o número de alunos por turma; contratação de mais funcionários e psicólogos; realização de obras nas escolas; gestão democráticas das escolas; revogação do Estatuto do Aluno. Criação de uma rede pública de ensino artístico especializado.

Ensino Profissional (EP): valorização do EP; combate à sobrecarga horária e ao injusto e punitivo regime de faltas; fim das taxas associadas à frequência.

Ensino Superior: combate a cada uma das barreiras de acesso; fim das propinas, taxas e emolumentos para todos; valorização da avaliação contínua; revisão do RJIES; combate ao Regime Fundacional e à sub-representação dos estudantes nos órgãos de gestão; cumprimento e alargamento do PNAES.

A Escola de Abril visa o desenvolvimento integral do indivíduo e do seu sentido crítico.

2. O combate decidido à precariedade laboral e o aumento dos salários, logo à entrada no mundo do trabalho

Fixação do Salário Mínimo Nacional nos 1000 euros e aumento geral dos salários em 15%, nunca inferior a 150 euros, já em 2024; fim da precariedade; 35 horas semanais para todos; encerramento das superfícies comerciais aos domingos e feriados sem perda de remuneração; limitação do trabalho por turnos e da laboração contínua; revogação das normas gravosas da lei laboral, como a caducidade da contratação colectiva; reintrodução do princípio do tratamento mais favorável.

3. A garantia do direito à Habitação, com intervenção do Estado

Alargar oferta pública de habitação; investimento público na área da habitação, tendo como referência 1% do PIB ao ano; proteger a habitação arrendada, limitando o aumento das rendas e revogando a «Lei dos despejos»; combate à especulação e aos privilégios dos fundos imobiliários.

4. O apoio à criação e fruição culturais

Rede de espaços públicos para jovens criadores; democratização do acesso e fruição culturais, através da criação de um Programa que garanta o acesso gratuito a equipamentos e actividades culturais a todos os jovens entre os 12 e os 25 anos; 1% do Orçamento do Estado para a Cultura.

5. O combate a todas as formas de discriminação e opressão

Defesa do direito pleno a assumir a identidade e orientação sexual; defesa da igualdade e do combate a todas as formas de discriminação e opressão, de que o racismo e a xenofobia são exemplo, assim como as discriminações em relação às mulheres; garantia de disponibilização de produtos higiénicos nas escolas e instituições de Ensino Superior.

6. O combate por um meio ambiente sadio e ecologicamente equilibrado

Combater o desperdício, característico do capitalismo, e os que destroem a Natureza visando exclusivamente o lucro. Aposta na utilização racional da energia, na redução de emissões de gases de efeito estufa, na promoção do transporte público; combater a obsolescência programada.

7. O combate às dependências e o estímulo a uma vida saudável

Serviços de saúde dedicados aos problemas específicos, em particular a saúde mental. Garantir que cada escola lecciona Educação Sexual; contribuir para o respeito pela sexualidade, a ser desfrutada sem medo, vergonha, culpa ou preconceito e como uma importante dimensão da intimidade, baseada na escolha do parceiro, em relações de respeito mútuo, liberta de violências ou coação; acesso universal, gratuito e num prazo adequado às consultas de planeamento familiar.

8. O apoio à prática desportiva

Apoiar com condições materiais e financeiras o movimento associativo; garantir o acesso ao desporto escolar com o reforço de meios financeiros e o seu alargamento generalizado.

9. O apoio a todas as expressões do movimento juvenil

Incluir nos apoios os movimentos informais; desburocratizar processos; garantir direitos democráticos dos estudantes nas escolas, com a realização de Reuniões Gerais de Alunos e eleições para as Associações de Estudantes, livres de ingerência.

10. O combate às assimetrias regionais

Reforçar serviços públicos; melhorar condições de vida; garantia rede pública de transportes, em todo o país; regionalização.

 



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