O Avante! assinala hoje o seu 93.º aniversário, no momento em que, em Portugal, se desenvolve a luta de massas contra o aumento do custo de vida, pelo aumento dos salários e das pensões, para salvar e reforçar o SNS, pela resolução dos problemas que afectam a escola pública, pelo acesso à habitação, em defesa da paz e se trava uma intensa batalha política (com duas eleições pela frente e uma já realizada), pela ruptura com a política de direita conduzida por PS, PSD, CDS e seus sucedâneos do Chega e IL, pela concretização da política patriótica e de esquerda vinculada aos valores de Abril.

O Avante!, cujo primeiro número foi editado a 15 de Fevereiro de 1931, nasceu como órgão central do Partido Comunista Português e com este mesmo papel se manteve ao longo dos seus 93 anos de vida. Foi o jornal que desempenhou um papel insubstituível na luta de resistência ao fascismo. Sempre com este papel, foi também o jornal que esteve na linha da frente da luta pelos avanços revolucionários de Abril e na luta de resistência à contra-revolução. Esteve e está na luta contra a política de direita responsável pelos retrocessos sofridos, na luta pela ruptura com essa política e pela alternativa – a política patriótica e de esquerda – que é parte integrante da democracia avançada inspirada nos valores de Abril, na luta por uma sociedade nova sem explorados nem exploradores, o socialismo e o comunismo.

Neste sentido, o papel que o Avante! assumiu ao longo da sua história é o mesmo papel que hoje continua a assumir, como informação de verdade, uma informação tanto mais importante quando hoje assistimos, em Portugal, à super-concentração da informação em quatro grupos económicos, onde a obrigação constitucional de pluralismo todos os dias é violada e os direitos individuais e colectivos dos jornalistas há muito deixaram de ser garantidos. Como se está, aliás, a ver no Global Media Group, hoje controlado por um fundo internacional, que recentemente tomou decisões que puseram em causa postos de trabalho, o seu património e publicações, algumas das quais editadas há mais de 100 anos.

E este é apenas mais um caso do «receituário» do capital financeiro-mediático, nesta realidade de concentração e centralização de capitais e de poder, incluindo no domínio da comunicação social; de alienação e controlo dos media por fundos estrangeiros; de mais exploração dos profissionais de comunicação; de constantes ataques à liberdade de imprensa e informação e a quem trabalha nesta área estratégica para o regime democrático e para o País.

Independente do capital
O Avante! é um jornal que não se deixa condicionar pelos centros ideológicos do capital monopolista e não cede aos seus poderes tentaculares e mecanismos de controlo e pressão. Não é por acaso que o Avante! trata como nenhum outro órgão da comunicação social, a luta organizada dos trabalhadores e do povo, pelos seus interesses e direitos, pelas suas aspirações, contra a exploração, pela construção de um Portugal e de um mundo melhores. É no Avante que se pode encontrar a informação sobre a luta que se desenvolve pelo aumento dos salários e das pensões, pelo emprego com direitos, contra a precariedade, pela regulação dos horários de trabalho, pela contratação colectiva, pelo princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador, em defesa dos serviços públicos (em particular, o Serviço Nacional de Saúde e a Escola Pública), pela resolução dos problemas nacionais, por melhores condições de trabalho e de vida.

De facto, o Avante!, como informação de verdade, é um instrumento imprescindível para a batalha das ideias, enfrentando a desinformação, a manipulação, a deturpação e a mentira.

É o que se está a passar na presente batalha eleitoral. Lá estão os órgãos da comunicação social dominante a promover a bipolarização, a branquear as responsabilidades dos partidos que têm conduzido a política de direita, a promover as forças reaccionárias e retrógradas e os seus projectos, a silenciar e distorcer a mensagem da CDU, a desvirtuar o verdadeiro sentido destas eleições – eleger deputados e não primeiro-ministro –, a «martelar» sondagens para condicionar resultados.

Na batalha das ideias pelo direito à verdade
É, pois, de uma grande evidência que o Avante! desempenha um papel imprescindível na batalha das ideias, na luta pelo direito à verdade, por uma informação que valorize e projecte as lutas, os anseios, as aspirações dos trabalhadores e dos povos. A luta pela soberania, pelo progresso social e a paz. Uma informação de verdade que mostre que é necessário e possível uma política alternativa que valorize o trabalho e os trabalhadores e afirme e projecte os valores de Abril; que contribua para o esclarecimento, a mobilização confiante, o apoio e o voto na CDU.

E na complexa situação que vivemos, mais inadiável se torna o apelo a todos os que se revêem em Abril e nos seus valores a que adquiram, leiam e alarguem a difusão do Avante!.

Todos os que aspiram a uma vida melhor e lutam pelos direitos, pela política alternativa, por um Portugal com futuro, terão no Avante! um instrumento insubstituível para compreender a situação nacional e internacional e para intervir.