HÁ SOLUÇÕES PARA OS PROBLEMAS

«É hora de votar CDU»

O custo de vida continua a aumentar, acrescentando novos motivos de preocupação à maioria dos portugueses, com a entrada em vigor dos aumentos de preços nas Telecomunicações (4,6 por cento, depois de 7,8 por cento em 2023) e nos Correios (9,5 por cento, depois de 6,6 por cento em 2023). São aumentos inaceitáveis só justificados pela necessidade incessante de acumulação de riqueza pelos grupos económicos, como se vê nestas duas empresas que já foram públicas e não deviam ter sido privatizadas e se constata igualmente no volume escandaloso dos lucros da banca.

Realizaram-se no domingo passado as eleições antecipadas para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores.

O resultado obtido pela CDU representou uma pequena evolução do número de votos e a aproximação à eleição do deputado, que tal como há quatro anos não se verificou, desta vez por uma margem de apenas 85 votos. É um resultado aquém do necessário para influenciar directamente a correlação de forças na Assembleia Legislativa Regional, mas representa um elemento de resistência e confiança, desmentindo vaticínios de perda inevitável.

Como sublinhou o Secretário-Geral do PCP, neste resultado pesaram o silenciamento e a discriminação de que a CDU foi alvo e pesou também a dinâmica de bipolarização artificial, facilitada por sondagens que se revelaram infundadas, particularmente na fase final da campanha, entre o PS e o PSD, para iludir o facto de ao longo das últimas quatro décadas em que se alternam no poder na Região não se verem diferenças de fundo.

Este resultado não desvaloriza o trabalho desenvolvido pela CDU ao longo dos últimos quatro anos junto dos trabalhadores e do povo açoriano, defendendo os seus interesses e direitos por melhores salários, reformas e condições de vida, um trabalho que é exemplo de dedicação, que conta e contará sempre para esse objectivo de justiça e progresso social.

E, apesar de não ter deputados eleitos – o que não é bom para os Açores e os açorianos – é com a CDU, com o PCP e o PEV, que os trabalhadores e o povo continuarão a contar no futuro.

Estamos agora praticamente a um mês das eleições legislativas para a AR, que podem determinar o quadro político dos próximos tempos e constituem uma oportunidade que não pode ser desperdiçada.

E é por isso que é justo e necessário afirmar: a única forma de a vida de cada um andar para a frente é desenvolver a luta e dar mais força à CDU.

Do PS sabemos o que esperar, como se tornou evidentenos últimos dois anos de maioria absoluta. Assim como sabemos que o que gostariam PSD, CDS Chega e IL era voltar a 2011, voltar aos tempos da troika, do retrocesso, dos cortes (nos salários, nas pensões, nos feriados, nos subsídios de férias e de Natal) e do aumento brutal de impostos sobre quem trabalha.

Por isso, é hora de votar CDU. Há condições para aumentar salários e pensões, para investir nos serviços públicos (nomeadamente no SNS e na Escola Pública) e na habitação, para promover a produção nacional, para garantir o controlo público das empresas e sectores estratégicos, para impedir as privatizações e combater a corrupção, para garantir justiça fiscal, para afirmar os valores de Abril, defender o regime democrático e cumprir a Constituição.

Mas para que isso aconteça a questão fundamental é reforçar a CDU. Dinamizar o contacto e o esclarecimento, desenvolver uma campanha de mobilização confiante e de massas. Esclarecer, eliminar preconceitos, divulgar as soluções e medidas propostas pela CDU, indissociáveis da política alternativa de que precisa o País.

Entretanto, desenvolve-se a luta de massas, de que foram expressão, nos últimos dias, a luta dos agricultores, das forças de segurança e de protecção civile a acção reivindicativa em muitas empresas.

Quanto à luta dos agricultores, é justo referir que estes enfrentam uma situação que é consequência de quarenta anos de Política Agrícola Comum (PAC), em que PS, PSD, CDS, e agora, Chega e IL, se colocaram ao serviço do agronegócio e das imposições da União Europeia e foram cúmplices da destruição de mais de 400 mil explorações agrícolas. Mas mais, foram também responsáveis pela pela perda de rendimentos dos agricultores e pela ditadura da grande distribuição que esmaga o preço pago aos produtores e aumenta a dependência alimentar do País.

O PCP sublinha, portanto, que os agricultores, e em particular a agricultura familiar, têm razões e razões fundas para protestar e exigir uma outra política, que garanta o escoamento dos produtos com preços justos pagos à produção. Tal como as forças de segurança e de protecção civil têm razões para manifestar o seu descontentamento e lutar pelos seus direitos.

Como lembrou Paulo Raimundo no sábado passado em Famalicão, «é hora de votar CDU, é hora de levar por diante a vida melhor a que temos direito. Há recursos e meios, há forças e vontades, e há gente séria e honesta, com vontade e força para travar os que se acham donos disto tudo e pôr o País no trilho que marca a nossa história, no trilho dos valores de Abril.»