50 ANOS DE ABRIL, É HORA DE MUDAR DE POLÍTICA

«É preciso abrir caminho à alternativa»

A menos de dez dias das eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e a mês e meio das eleições para a Assembleia da República, adensa-se o ambiente de campanha eleitoral.

Foi neste quadro que a CDU preparou as suas listas de candidatos a todos os círculos eleitorais e é também neste quadro que o PCP vai apresentar hoje o seu Programa Eleitoral, depois de ter realizado audições sobre questões sociais e económicas com o contributo de dezenas de participantes, muitos dos quais independentes, de diferentes áreas e quadrantes sociais e profissionais. Um Programa que divulgará as propostas para uma política alternativa patriótica e de esquerda que o PCP propõe ao povo e ao País, com as soluções para um Portugal com futuro, que encontra na Constituição nascida com Abril e nos direitos e projecto que consagra a referência que alarga a muitos democratas e patriotas o imperativo de acção para essa luta comum.

Foi também neste quadro que se desenvolveram por todo o País iniciativas do PCP e da CDU, envolvendo as suas organizações regionais e militantes, mas que contaram também com a participação de muitos activistas independentes para quem a CDU é a força política que melhor representa os interesses dos trabalhadores, do povo e do País, a força política que, inspirada nos valores de Abril, faz da valorização do trabalho e dos trabalhadores um objectivo fundamental para assegurar um Portugal com futuro.

Foi também neste âmbito que se realizaram diversas iniciativas de contacto e esclarecimento dos trabalhadores e das populações em Ponta Delgada, Rabo de Peixe, Angra do Heroísmo e Faial na Região Autónoma dos Açores, e no Algarve (Faro, Vila Real de S. António e Silves), com a participação do Secretário-Geral do PCP.

Foi ainda inserida nesta exigente batalha eleitoral que Paulo Raimundo participou na sessão realizada na semana passada no edifício da Altice (antiga PT), em Lisboa, outrora uma empresa pública de um sector estratégico da economia e, hoje, anos após a privatização, uma empresa degradada, com menos de um quarto dos trabalhadores que já empregara, objecto de «negociatas» e de operações judiciais em curso.

Apenas mais um exemplo, entre tantos outros, de uma empresa privatizada, de submissão do poder político ao poder económico.

Neste contexto, decorreu a sessão pública da CDU «Privatização nos sectores estratégicos: um crime contra a soberania nacional», que contou com a presença de Paulo Raimundo, Secretário-Geral do PCP, bem como de diversos trabalhadores de algumas destas empresas, como é o caso da EDP, Petrogal, CTT, PT, empresas que davam lucros ao Estado e eram instrumentos essenciais para o País e que foram privatizadas por opção da política de direita. Privatizações que, como a vida tem mostrado, foram campo fértil para toda uma dinâmica de corrupção, compadrio e tráfico de influências.

Mas há meios e há recursos para, com a luta dos trabalhadores e do povo, com o PCP e a CDU reforçados, recuperar o controlo público, e colocar de novo essas empresas, onde sempre deveriam ter estado: ao serviço das populações e da soberania nacional.

É neste momento que, enquanto PS, AD (PSD, CDS e PPM), Chega e IL se envolvem nesta batalha eleitoral – contando com ampla cobertura mediática para a sua operação de desresponsabilização, propaganda e mistificação, no intuito de dissimular as suas verdadeiras intenções – apostados em garantir as condições ao prosseguimento e aprofundamento da política de direita, o PCP prossegue o contacto com milhares de eleitores, esclarecendo e mobilizando para o voto na CDU e dinamiza uma campanha de massas visando o seu reforço.

Ao mesmo tempo, desenvolve-se a luta pela resolução dos problemas dos trabalhadores e das populações, nomeadamente pelo aumento dos salários e das pensões e em defesa dos serviços públicos (em particular, o Serviço Nacional de Saúde e a Escola Pública) e pelo acesso à habitação.

Acção de massas de que foram expressão as lutas em muitas empresas e sectores, a concentração pela paz no Médio Oriente, ontem, no Porto, diversas lutas em defesa e pelo reforço do SNS e vai ser a luta pela habitação, sábado em mais de uma dezena de localidades, pelo País.

É hora. Mais força à CDU. É indispensável mudar de política para dar resposta aos problemas nacionais. Com força, com determinação e confiança é possível e é preciso construir um grande resultado eleitoral da CDU nas batalhas eleitorais para a Assembleia Legislativa Regional dos Açores, para a Assembleia da República e para o Parlamento Europeu.