«Trago em mim o germe, o início, a possibilidade para todas as capacidades e confirmações do mundo.» Palavras de Thomas Mann, escritor, romancista, ensaísta alemão, considerado um dos maiores romancistas do século XX. Nacionalista na Primeira Guerra Mundial e apoiante da República de Weimar, Mann, para quem «a guerra é a saída cobarde para os problemas da paz», torna-se um opositor do nazismo a partir de 1921. Sai da Alemanha quando Hitler chega a chanceler e acaba por se instalar nos EUA. Adquire a nacionalidade norte-americana, mas abandona o país devido às perseguições macarthistas, que atingem uma das suas filhas, e fixa-se na Suíça. Firme opositor do fascismo, Mann considera o socialismo o regime que melhor pode garantir uma vida digna e alerta para o facto de o fascismo ter futuro, desde logo porque «nunca foi combatido, nunca foi tampouco derrotado... O medo das suas atrocidades... é em geral sobreposto pelo medo à sua alternativa, o socialismo, de modo que as almas estão abertas para ele. Os soldados americanos aprendem a conhecê-lo na Europa, poderiam conhecê-lo também, igualmente, em casa». Morte em Veneza, A Montanha Mágica, Dr. Fausto são algumas das obras mais conhecidas de Mann, distinguido com o Prémio Nobel de Literatura em 1929.