Quase um em cada três jovens vivem fora do País
Segundo o «Atlas da Emigração Portuguesa» mais de 850 mil jovens entre os 15 e 39 anos deixaram Portugal nos últimos anos. Reagindo ao estudo do Observatório da Emigração, o Conselho Nacional da Juventude (CNJ) considera que se devem dar «respostas concretas à realidade enfrentada pelos jovens portugueses». «É necessário apostar em políticas para reter o talento jovem em Portugal, sendo crucial o aumento dos salários mínimo e médio em Portugal, para assegurar o futuro do País», afirma o CNJ, alertando para «o risco actual de perda de talento e profissionais qualificados devido à incapacidade de competir internacionalmente, especialmente em comparação com os países vizinhos europeus».
De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), a precariedade no mercado de trabalho afecta significativamente os jovens em Portugal. Até aos 25 anos de idade, 56 por cento dos vínculos laborais são considerados precários. Na faixa etária dos 25 aos 34 anos de idade, 27 por cento dos trabalhadores enfrentam a mesma condição de precariedade laboral.
Além disso, no que diz respeito à remuneração, os dados do INE revelam que metade dos trabalhadores, e 65 por cento dos jovens trabalhadores, recebem salários inferiores a mil euros.
Ainda segundo o CNJ, «não menos relevante para o agravar da fuga de jovens para o estrangeiro é a crise na habitação e o aumento do custo de vida».